quarta-feira, 28 de janeiro de 2015


MEDIDAS INDISPENSÁVEIS

Indústria cearense já reduz uso de água

28.01.2015

Setores estão atentos às medidas para economia de água, para evitar uma possível paralisação dos processos produtivos

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Diversas medidas como a perfuração de poços nos terrenos das próprias empresas, principalmente as que estão ligadas aos setores de bebidas e de soro fisiológico, são utilizadas por industriais para economizar água
FOTO: HONÓRIO BARBOSA
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A redução do valor estimado anteriormente, segundo o diretor da Aneel, Tiago Correia, se deve ao novo cálculo feito para essas despesas
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O motivo do novo adiamento é o mesmo do primeiro: dar mais tempo ao governo para costurar o novo empréstimo bancário
FOTO: ALEX COSTA
Diante da previsão de mais um ano de seca no Estado, industriais cearenses já estão cientes de que economizar água em 2015 será indispensável para minimizar os impactos sobre os processos produtivos. Para sobreviver a mais um ano de estiagem, diversas empresas de médio e grande porte já começaram a adotar medidas para reduzir o consumo hídrico.
A informação é do presidente da Associação das Empresas dos Distritos Industriais do Ceará (Aedi), Adriano Sampaio Borges. Para ele, é fundamental que todas as fábricas procurem alternativas para utilizar menos água. "Primeiro, é preciso priorizar a economia em todos os setores da indústria. Depois, otimizar os processos para reduzir a quantidade de água utilizada também é imprescindível. Por último, criar mecanismos para reutilizar o máximo possível do recurso hídrico também é necessário", afirma.
Segundo Adriano, além dessas atitudes, existem industriais que perfuram poços nos terrenos das próprias empresas, principalmente as que estão ligadas a setores como o de bebidas e de soro fisiológico, por exemplo. Há também grupos de empresários que se juntam para captar água em terrenos externos, por meio de contrato.
"Nessas empresas, a água é matéria prima básica e, geralmente, não há como reutilizá-la. A água que, antes iria para irrigar o jardim da empresa, agora está sendo utilizada na produção", enfatiza
Apesar do prognóstico da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) apontando para o quarto ano seguido de estiagem, Sampaio acredita que o Estado está preparado para enfrentar o problema, considerando as obras feitas pelos governos dos últimos 25 anos para armazenar e distribuir água. "Diferentemente de São Paulo, que sempre teve água em abundância e agora enfrenta uma grande crise hídrica, o Ceará vem se preparando para não sentir tanto os impactos da falta de chuva. Há ainda muito a ser feito para ficarmos numa situação confortável, mas estamos caminhando", diz.
De acordo com ele, a indústria cearense está atenta a medidas que focam na economia de água para evitar uma possível paralisação dos processos produtivos, o que acarretaria o fechamento de empresas e, consequentemente, desemprego.
"Acho que, se houver desemprego na indústria cearense em 2015, será muito mais em função do arrocho fiscal do que pela possível falta d'água ou energia", acrescenta Adriano Borges. Conforme informa, existem em torno de 85 indústrias na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Em todo o Ceará, diz, são cerca de 5.500.

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