terça-feira, 31 de março de 2015

Cunha diz ser 'indiferente' a ato

31.03.2015

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O deputado foi vaiado por militantes defensores dos direitos LGBT, entre outros ativistas
FOTO: AGÊNCIA ALRS
Porto Alegre. O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), afirmou ontem, que é "absolutamente indiferente" aos protestos que vêm sendo realizados contra ele em atos públicos. Ontem, na abertura de um fórum sobre a reforma política, no Teatro Dante Barone da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, ele recebeu vaias e gritos de um grupo de militantes defensor dos direitos LGBT. Por causa do barulho, o encontro foi transferido para o plenário da Casa para um público restrito.
Na última sexta-feira (27), um protesto semelhante ocorreu quando Cunha participava de evento na Assembleia Legislativa de São Paulo. "Não estou nem um pouco preocupado", disse o parlamentar.
"São 20 ou 30 pessoas de um grupo específico que vem só para agredir, isso não tem que causar nenhuma preocupação. Isso não faz parte da democracia, isso é intolerância". Segundo ele, é bom que a sociedade conheça quem são os "intolerantes".
O peemedebista afirmou que sempre está aberto ao diálogo e que não é nem contra nem a favor dos direitos LGBT, mas que nesta ocasião estava em Porto Alegre para debater reforma política, e não "costumes".
Cunha disse que não pensa em mudar sua agenda por causa dos protestos recentes e sugeriu que, no caso de ontem, os manifestantes faziam parte de um grupo "previamente determinado a esse tipo de agressão" e com motivação política - entre os ativistas, havia integrantes da juventude de partidos como PSOL e PSTU. "A gente vê claramente quem é".
Cunha também afirmou que existem temas no Congresso Nacional que estão prontos para serem votados ou não, e que a defesa dos direitos LGBT não está na pauta.
"Isso (os protestos) é um movimento de pressão de um determinado grupo para uma pauta que não existe. Não tem uma pauta (LGBT) na Câmara para ser votada com relação a esse assunto", revelou o presidente da Câmara.
Eduardo Cunha afirmou ainda que o projeto de lei que revê o regime de desoneração da folha de pagamentos - para diminuir os gastos do governo em algo em torno de R$ 12 bilhões ao ano - deverá ser votado rapidamente pela Câmara.
Segundo ele, o projeto será colocado na pauta de votação logo depois da Semana Santa. "Até o fim de abril estará votado. Da parte da Câmara, não há nada que atrase as matérias de ajuste fiscal", disse.
Polêmica
Questionado por jornalistas, Cunha aproveitou para amenizar sua declaração de que o PMDB "finge que está no governo e eles (o governo) também", concedida durante entrevista ao jornal "O Globo" publicada no fim de semana.
"Eu quis dizer que a participação do PMDB nunca foi relevante do ponto de vista de ocupação, então eu disse que é como se a gente fingisse que está no governo e eles (governo) fingissem que estavam tendo o PMDB no governo", falou o presidente da Câmara, explicando que a frase, da maneira como foi publicada, tinha ficado "com uma conotação um pouco mais contundente". Depois, afirmou: "O PMDB é governo".

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