terça-feira, 12 de maio de 2015

Renan é chamado a atuar pró- Fachin

12.05.2015

Dilma havia convidado o presidente do Senado para acompanhá-la na viagem ao velório do senador Luiz Henrique

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Na avaliação do Planalto, o futuro do advogado vai depender de seu desempenho na sabatina marcada para hoje em comissão do Senado
FOTO: APLJ
Brasília. Para tentar evitar uma derrota no Senado da indicação de Luiz Edson Fachin ao Supremo Tribunal Federal (STF), a presidente Dilma Rousseff (PT) pediu que ministros buscassem convencer senadores a aprovar o nome do advogado e chamou para uma conversa o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL).
O gesto mais simbólico de Dilma foi convidar Renan para acompanhá-la ontem na viagem ao velório do senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB), em Santa Catarina. A presidente quer reduzir a resistência de Renan a Fachin e quis mostrar disposição ao diálogo.
Renan já deixou claro nos bastidores que não fará nada para ajudar o governo a aprovar o nome de Fachin. O presidente do Senado está irritado com o Planalto desde que seu nome foi incluído entre os políticos investigados pela 'Lava-Jato', por suspeita de envolvimento com a corrupção na Petrobras. Em conversas reservadas, o senador não esconde que gostaria de ver a rejeição do advogado indicado por Dilma, mas admite que não pode fazer campanha aberta contra Fachin por causa do risco que correria se ele fosse aprovado e o novo ministro se transformasse em adversário. Dilma também convocou seus ministros que vieram do Senado ou que têm ligações com políticos para que trabalhem a favor de Fachin, hoje considerada difícil por causa da ligação do advogado com causas progressistas, num momento que prevalece no Congresso uma agenda conservadora.
Na avaliação do Planalto, o futuro do advogado vai depender de seu desempenho na sabatina marcada para hoje em comissão do Senado. Segundo assessores, se ele der respostas a todos os questionamentos, vai abrir caminho para sua aprovação. Caso contrário, avaliam assessores palacianos, a situação de Fachin ficará muito mais difícil. Primeiro, ele precisa ser sabatinado e aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Depois, seu nome será analisado no plenário, o que pode ocorrer hoje ou amanhã. Ambas as votações são secretas.
Troca de membros
O PSDB trocou os membros titulares que compõem a CCJ para garantir os votos contrários do partido na sabatina de Fachin.
A decisão foi tomada após os senadores Aécio Neves (MG) e José Serra (SP), titulares da comissão, serem criticados por decidirem se ausentar da votação para viajar a Nova York e participar de uma homenagem ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Os dois serão substituídos por Aloysio Nunes (SP) e Cássio Cunha Lima (PB).
"Por meio de seus titulares na CCJ, o partido fará os devidos questionamentos e buscará esclarecimentos para as denúncias que vêm sendo publicadas (contra Fachin)", diz a nota da sigla.

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