domingo, 31 de janeiro de 2016

Trânsito fica difícil nas romarias


Juazeiro do Norte. Um dos principais problemas enfrentados pelos romeiros para chegar à terra do Padre Cícero tem sido passar pela fiscalização, para muitos dos condutores considerada abusiva.

Durante o período de realização da Romaria de Nossa Senhora das Candeias, que será encerrada na próxima terça-feira, houve um acordo entre representantes do Ministério dos Transportes e comissão que avaliará a situação, para que haja maior flexibilidade nas fiscalizações, até serem efetivadas mudanças necessárias para facilitar o transporte de fiéis aos locais de peregrinação, tanto em Juazeiro do Norte quanto em Canindé.

No ano passado, vários conflitos ocorreram em função do processo de fiscalização, em que carros foram apreendidos, e houve até paralisação no Centro de Juazeiro, com queima de pneus no meio da rua, interditando a passagem dos romeiros até o Horto. Os motoristas tinham a intenção de chamar a atenção para o problema que, para eles, estava inviabilizando a vinda das pessoas até a cidade.

Uma das questões avaliadas diz respeito ao uso pau de arara, feito em caminhões. O transporte, segundo o padre Cícero José de Sousa, faz parte da cultura do peregrino, até como parte da promessa para chegar até Juazeiro do Norte.

Rigor

A comissão formada para avaliar essa situação envolve políticos e religiosos da cidade, que já estiveram por mais de uma vez no Mistério dos Transportes, para solicitar a liberação dos veículos sem que haja tanto rigor.

Segundo a secretária de Cultura e Romaria de Juazeiro do Norte, Marli Bezerra, esse é um problema muito sério e há um pedido no Departamento Municipal de Trânsito (Demutran) local para ter uma flexibilidade maior na abordagem dos motoristas que chegam à cidade.

O problema dos transportes em Juazeiro do Norte, principalmente durante o período das romarias, não se restringe apenas ao pau de arara ou mesmo os ônibus e a fiscalização. A questão está na própria condição de recepção no Município, que ainda não conta com um estacionamento para abrigar os veículos, que se aglomeraram, em grande parte, no entorno da Basílica Menor de Nossa Senhora das Dores. O que vem causando transtornos na área, com diversos carros parados ao lado do Mercado dos Romeiros, no centro de apoio.

A liberação flexível em relação ao transporte de romeiros, segundo o padre Cícero José, favoreceu que eles tenham o direito de vir com menos apreensão de serem autuados ou mesmo multados e terem o veículo apreendido.

Fórum

Com a ida a Brasília e a audiência, ficou criada a comissão tripartite, com o Ministério da Justiça, Ministério dos Transportes e a Igreja, que tem o objetivo de, como comissão permanente de trabalho, encaminhar, avaliar e discutir o problema, além de realizar um fórum de debates, e adotar procedimentos, de forma administrativa, para as romarias, tanto em Juazeiro do Norte, quanto em Canindé. "Também vamos insistir em campanhas educativas, durante este ano, junto à mídia e aos próprios fretantes", afirma.

A ideia é propalar o uso de um transporte seguro, independente de ser caminhão, ônibus ou van. Será elaborada pela comissão uma cartilha educativa, sobre a legislação vigente que garanta a segurança dos romeiros. Para ele, a flexibilidade está associada à fiscalização.

Nos casos verificados, há proibição de ônibus que não são cadastrados como empresa de turismo, e boa parte dos veículos que se deslocam para a cidade de Juazeiro do Norte não têm esse cadastro. O objetivo é que isso aconteça por meio de associações ou cooperativas.

A resolução apresentada pela comissão está sendo avaliada junto ao Conselho Nacional de Trânsito (Contran) e, até que saia a decisão final a respeito desse documento, a comissão solicitou que os romeiros tivessem o direito de vir até a Juazeiro do Norte preservado. (E.S.)

Pleitos

2 Cidades, Juazeiro do Norte e Canindé, onde há maior concentração de fiéis, pedem maior flexibilidade dos órgãos fiscalizadores do Estado

Mais informações:

Secretaria da Basílica de Nossa Senhora das Dores

Rua Padre Cícero, 147 - Centro

Telefone: (88) 3511-2202

Diário do Nordeste

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