terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Queda crescente da reserva é preocupante

Iguatu A probabilidade de o Ceará enfrentar o quinto ano seguido de chuvas abaixo da média, de fevereiro a maio, é maior do que a de ocorrer precipitações elevadas, segundo a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). Se confirmada essa tendência, o Estado vai enfrentar uma situação ainda mais grave de desabastecimento de água. Os açudes perderam volume e estão secando desde 2012. O nível médio atual é de 12,77%.
No início deste ano, o Ceará acumulava um volume médio de 12,23%, tendo por base os 153 açudes monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh). Em fevereiro de 2015, há um ano, o volume médio era de 19,03%. Há dois anos (2014), era 29,95%.
O primeiro mês da quadra chuvosa está terminando e não houve recarga significativa na maioria dos reservatórios. As chuvas concentradas na segunda quinzena de janeiro favoreceram cheias de rios, riachos e açudes na região dos Inhamuns, que é uma das mais secas do sertão cearense e já enfrentava um período mais longo de estiagem. Nas demais regiões, o quadro permanece preocupante.
A Bacia do Baixo Jaguaribe continua perdendo água e atualmente acumula apenas 0,23%. É o índice mais baixo. Em seguida, está a do Curu com 2,88% e a do Banabuiú, 3%. A região dos Sertões de Crateús apresentou uma ligeira melhora em relação ao início do ano e está com 4,5%.
Segundo a resenha da Cogerh, o Ceará tem hoje 27 açudes secos: Adauto Bezerra, Barra Velha, Bonito, Desterro, Escuridão, Farias de Souza, Favelas, Forquilha II, Jatobá, Jenipapeiro, Jenipapeiro II, Jerimum, Madeiro, Nova Floresta, Pau Preto, Pirabibu, Quincoé, Quixabinha, Salão, Santa Maria de Aracatiaçu, São Domingos, São Domingos II, São José I, São Mateus, Umari e Vieirão; e outros 36 com volume morto. Dos 153 monitorados pelo órgão, 130 estão com volume inferior a 30%. Somente a Barragem dos Caldeirões, em Saboeiro, permanece sangrando. Outros dois que transbordaram neste ano - Colina, em Quiterianópolis; e Trici, em Tauá - deixaram de sangrar.
O governo faz monitoramento semanal da evolução das reservas hídricas. Se, nos próximos três meses, não houver chuvas intensas que permitam a recarga dos açudes, a situação ficará muito crítica, classificação para quando o nível dos reservatórios fica inferior a 10%. Vários reservatórios já estão nessa situação, dentre eles, seis dos dez maiores. O meteorologista da Funceme Raul Fritz observa que não basta ocorrer chuvas localizadas e reduzidas: "Para a recarga dos reservatórios, é preciso ter uma sequência de chuva mais próxima no intervalo de tempo e de pluviometria elevada".
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