sábado, 18 de fevereiro de 2017

Cobrança de identidade para o Governo Camilo

Apoiadores, preocupados com as eleições do próximo ano, defendem que o Governo Camilo Santana defina uma identidade ( Foto: Yago Albuquerque )
00:00 · 18.02.2017 por Edison Silva - Editor de Política
Preocupado com 2018, tem aliado do governador Camilo Santana reclamando uma identidade para a sua gestão. O Governo não é petista, embora o chefe do Executivo ainda seja do PT; a administração não é pedetista, apesar de sua base de sustentação majoritariamente ser do PDT; o Governo acolhe o PCdoB nas suas entranhas, mas nada tem de comunista; incluiu agora, recentemente, um indicado do PSB numa de suas mais importantes Pastas, a das Cidades, e por fim entregou o seu Planejamento a um tucano, cujos ideais administrativos e políticos são diametralmente opostos ao projeto até então colocado para o eleitorado cearense pelo governador e o grupo que o apoiou.
Para completar a mixórdia, ainda se incluem no Governo do Estado representantes do DEM e do PPS que, como o PSDB, são adversários fidagais do PT de Camilo. Não erra quem afirma que todos eles são apenas figurantes. Não têm como aplicar políticas das diretrizes de suas respectivas agremiações.
No entanto, apesar de serem apenas figurantes, desfiguram a matriz governamental, além da possibilidade de emperrarem algumas ações governamentais, posto conflitarem com os projetos que em suas agremiações estão sedimentados como os mais viáveis para o desenvolvimento do Estado. Difícil pensar o tucano Maia Júnior planejando os dois últimos anos de Camilo à luz das perspectivas de petistas e pedetistas.
Dispostas
Filiados ao PDT cearense torcem por uma candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. Reservadamente, alguns admitem a dificuldade de ela ser viável, por razões diversas, inclusive a da falta de uma estrutura político-partidária, capaz de garantir a musculatura necessária ao embate, a partir do tempo para a propaganda eleitoral no rádio e na televisão.
As esquerdas, com o PT à frente, não estão dispostas, pelo menos até aqui, a emprestarem o apoio a Ciro para enfrentar os demais concorrentes, sobretudo a chapa saída de uma aliança do PSDB com o PMDB e o DEM, respaldada pela estrutura do Governo Federal, e os espaços na mídia garantidos pelas respectivas legendas, detentoras de grandes bancadas na Câmara.
Uma postulação competitiva de Ciro daria importante sustentação à pretensão de um segundo mandato para Camilo. Do contrário, o sucesso do objetivo do governador (reeleição) só dependerá realmente dos resultados de sua administração e do empenho das lideranças que lhes apoiarem.
Com essa miscelânea de representantes partidários, o eleitor tende a ficar confuso quanto à identidade do Governo e, por óbvio, propenso a buscar um candidato que lhe possa garantir um governo homogêneo, como estará a oposição cearense, a persistir o quadro político atual, quando todos se unirão para derrotar a situação, no caso o grupo liderado pelos ex-governadores e irmãos, Ciro e Cid Gomes.
Entrosados
O PSDB do senador Tasso Jereissati, o PMDB do senador Eunício Oliveira, o PR do ex-governador Lúcio Alcântara e Roberto Pessoa, parte considerável do PT, PSD, PMB, Solidariedade e outras siglas menores no Ceará têm o mesmo objetivo: destronar os atuais governistas.
Mesmo sem qualquer acordo formal, afinal não são amadores para fecharem aliança com tanto tempo ainda a perseguir, os oposicionistas estão bem entrosados, por conta da provocação feita pelo conselheiro Domingos Filho, parte desgarrada do grupo governista, com imensa capacidade de tratar com políticos e determinado a ser um instrumento para ajudar a defenestrar aqueles que, até bem pouco, tinha como líder, o mesmo objetivo de tucanos e peemedebistas.
Domingos, como aqui já relatado, deixa o Tribunal de Contas dos Municípios, no próximo ano, a tempo de se filiar ao PSD ou ao PMB, partidos que comanda através do filho e da mulher, respectivamente, sem preocupação com a aposentadoria de conselheiro. Até lá ele continuará tirando proveito da luta sobre a extinção ou não do órgão.
Na época de sua renúncia ao cargo, ele ainda não terá os cinco anos mínimos exigidos para a aposentadoria no cargo, mas já tem garantida uma aposentadoria parlamentar, cujos subsídios são suficientes para a manutenção de qualquer família. Ele é candidato a um cargo majoritário, preferencialmente de governador, ficando as duas vagas de senador para indicações do PMDB e do PSDB, além das suplências de senador, e o lugar de vice-governador.

Nenhum comentário:

Postar um comentário