terça-feira, 13 de junho de 2017

Embrapa realiza experiência no CE

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Iguatu. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), unidade especializada em algodão, em Campina Grande (PB), firmou parceria com produtores rurais locais e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce), visando investir em áreas experimentais de cultivo de algodão de sequeiro, neste município, no Centro-Sul do Ceará.
O Município já foi um dos maiores produtores do Estado do conhecido "ouro branco", na década de 1970 e início dos anos de 1980. A partir de 1985, começou a derrocada do cultivo, devido à praga do bicudo e a queda de preço do produto no mercado internacional. A produção foi praticamente dizimada.
Retomada
Por meio das áreas experimentais, a expectativa dos técnicos é que ocorra a retomada da produção, com o plantio da cotonicultura em larga escala de variedade resistente a pragas e obtenção de maior produtividade.
Um dos experimentos fica em uma área de um hectare, no Sítio Gameleira, na zona rural . O cultivo foi dividido em dois lotes, de meio hectare cada, para o cultivo das variedades Aroeira e a BRS-368, que é transgênica. "Os dois tipos de sementes são praticamente semelhantes, mas a transgênica vem se saindo melhor, com maior floração", observou o produtor e médico veterinário do escritório local da Ematerce, Etevaldo Marques. O algodão foi plantado no início de março, em terras férteis, o que contribui para o desenvolvimento das plantas. As condições ambientais e o manejo da cultura segue orientação e experiência da Embrapa. "Todas as etapas de produção têm acompanhamento técnico", explicou Marques.
O produtor relembra que, na década de 1980, plantava-se algodão em larga escala, da variedade herbáceo, de sequeiro (que depende da chuva) sem acompanhamento técnico. Mesmo assim, a produção era boa. "Creio que por meio desse apoio da Embrapa, haja uma retomada".
Ele observou que o cultivo de algodão empregava muita mão de obra. Eram famílias inteiras que chegavam de trem oriundas da Paraíba, do Cariri cearense para trabalhar na colheita manual da fibra.
Na área experimental, a colheita deve render uma produção superior a 200 arrobas, cerca de três mil quilos de pluma por hectare. O bom desenvolvimento da cultura mostra que a cotonicultura de sequeiro ainda é um cultivo bastante viável. Se a retomada da produção acontecer, Etevaldo já pensa em ampliar a área cultivada. O quilo da pluma é comercializado em média por dois reais, valor considerado satisfatório.
O agricultor Cícero Oliveira, que também já plantou algodão, acredita que os novos conhecimentos adquiridos, a tecnologia de manejo implantada sobre a orientação da Embrapa e da Ematerce assegura uma produção satisfatória. (H.B.)

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