quinta-feira, 15 de junho de 2017

Parlamentar quer uma quarentena

O julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que resultou na absolvição da chapa Dilma/Temer, eleita em 2014, continua a repercutir na Assembleia Legislativa do Ceará, mesmo que o resultado tenha sido proferido na sexta-feira passada. Ontem, o deputado Carlos Felipe (PCdoB) abriu seu discurso na Casa dizendo que o Brasil presenciou um processo que frustrou os brasileiros. "O que é interessante é que, de três que votaram a favor do Governo, dois haviam sido indicados pelo presidente há menos de seis meses", apontou.
O foco do discurso dele foi a mudança no sistema como são compostos os tribunais. "Será possível que um presidente indicando um membro do TSE o voto desse cidadão não terá um viés? Como você indica uma pessoa que certamente tem vínculos de conhecimento e essa mesma pessoa vai lhe julgar?", questionou. "Os critérios de indicação dos tribunais, tanto do TSE, do TCE, TCU e do TCM precisam ser revistos", enfatizou.
De acordo com Carlos Felipe, se faz necessário reavaliar a questão das indicações. "Imagine um conselheiro que saiu dessa Casa e lá vai votar as contas de todos os prefeitos e políticos do Estado do Ceará. Imagine ele votando uma conta de um deputado ou prefeito que é inimigo na sua região? Como deve ser o viés desse julgamento, se você é indicado pelo governo e vai julgar inimigo político?".
Tempo
Ele questionou se seria justo um deputado sair da Assembleia e ir direto para um tribunal de contas. "Não deveria ter a quarentena? Quando um ministro da economia sai, ele tem um período em que não pode assumir nenhuma empresa porque vai levando informações importantes que podem favorecer uma ou outra empresa", ressaltou, deixando entender que também não gostou da manifestação de pessoas do Tribunal de Contas dos Municípios, no dia anterior, criticando os deputados na a Assembleia.
"A população brasileira se frustrou com julgamento do TSE porque esperava outro resultado e viu argumentos tão pequenos para a chapa não ser cassada, como o que disseram que não se deveria tirar um presidente da República por aqueles motivos. Tiraram uma presidente por causa de pedaladas, agora, diante de tantas denúncias de corrupção, com vídeos gravados, se ignora porque as provas não estavam nos autos", disse.

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