quinta-feira, 3 de agosto de 2017

CE que liga Nova Olinda a Crato será interditada

O Departamento Estadual de Rodovias (DER) interdita, a partir de hoje (3), aproximadamente 15Km da CE-292,por cerca de oito meses. O desvio será por uma estrada carroçável ( Foto: André Costa )

Nova Olinda. Iniciada há quase um ano, a obra de revitalização da estrada do distrito de Santa Fé, neste Município, na região do Cariri cearense, chega a uma nova etapa, com a construção de pavimento em concreto, também chamado de pavimento rígido. Em função disso, o Departamento Estadual de Rodovias (DER) interdita, a partir de hoje (3), aproximadamente de 15Km da CE-292, que une as cidades de Crato e Nova Olinda.
Conforme a engenheira Talita Leite, o processo exige a total paralisação do tráfego. "Será feita a melhoria nos alargamentos e construção do pavimento rígido, obra que exige tempo para construção e cura". O trecho da Rodovia ficará interditado por cerca de oito meses. O desvio, ainda conforme o DER, será em uma estrada carroçável, entre a comunidade de Manoel Coco e o Colégio Agrícola.
"O trecho, de cerca de 13Km, exige velocidade baixa. Os veículos devem trafegar numa média de 30Km/h. Trará morosidade ao tráfego, mas é necessário para a obra", acrescenta Talita. Com a interdição, o percurso entre as cidades de Crato e Nova Olinda, por exemplo, deve aumentar em cerca de 1h. Para quem trafega de Exu (Pernambuco) com destino a Nova Olinda, o percurso ficará ainda maior. Isso porque o motorista deve seguir em direção ao Crato, até o Colégio Agrícola, para, então, pegar o mesmo desvio.
Preocupação
Apesar de ser aprovada por alguns motoristas, a interdição da CE causa receio em tantas outros. O trecho, sem iluminação e dentro de uma mata fechada, é considerado "perigoso" e, segundo os motoristas, aumenta o risco de assaltos. "Se não tiver policiamento reforçado, será uma grande oportunidade para a bandidagem. O trecho é muito escuro à noite", observa o representante comercial Francisco do Ó Macedo. Ele conta que faz o trajeto entre Crato e Nova Olinda duas vezes por semana e, agora, evitará os períodos de baixo fluxo. "Antes, eu podia vir bem cedo e voltar ao fim da tarde. Mas agora vou evitar. Tenho medo de assalto", acrescenta.
O aposentado Cícero Alves da Silva acredita que "os topiqueiros deveriam mudar os horários das viagens para dificultar a ação dos bandidos". Ele recorda que muitos aposentados e comerciantes de Nova Olinda estão indo, com frequência, até o Crato para "sacar dinheiro e pagar contas". A razão, recorda Cícero, é devido ao fechamento da agência do Banco do Brasil em Nova Olinda, desde julho passado, quando esta foi explodida durante um assalto. "Muita gente vai sem dinheiro e volta com dinheiro. A Polícia deve ficar atenta nesse desvio", finaliza.
Melhoria
Para o caminhoneiro Pedro Gusmão, apesar do aumento de quase 1h no trajeto, a interdição "acontece por uma boa causa". Ele conta que há anos acumula prejuízos em decorrência das péssimas condições da CE. "Já tive pneu estourado, fiquei no prego por mais de três vezes e já presenciei muitos colegas na mesma situação. A Rodovia não estava mais em condição de trafego, será uma interdição longa, mas que trará excelentes benefícios no futuro", avalia.
O vendedor ambulante João Neto Nascimento dos Santos compartilha da mesma opinião, muito embora, a partir de hoje, ele se considere "um desempregado". Residente na comunidade de Araporanga, na cidade de Santana do Cariri, João Neto enxergou nas obras da CE uma oportunidade de ganhar dinheiro. "Chego aqui todo dia as 6h30 e fico até as 17h. Já trago meu almoço de casa que é para aproveitar cada minuto", inicia. Ele vende balas, água, suco e até lanches, como tapioca com ovo e café. "Devido à obra, os motoristas ficam parados por 5, 6 minutos até o tráfego ser liberado, ai entra meu trabalho. Vou de carro em carro oferecendo meus produtos", acrescenta.
Ao todo, 58Km recebem serviços de pavimentação, revestimento asfáltico e rígido (concreto), drenagem, obras d'arte correntes, sinalizações horizontal e vertical, além de proteção ambiental. O investimento é de R$ 75.436.162,95, do Tesouro do Estado e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

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