quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Ceará é o 4º do Brasil com maior crescimento em notificações de estupros coletivos

As mulheres são as principais vítimas de estupro no Brasil
16:48 · 23.08.2017 / atualizado às 17:01
Ceará está em quarto lugar entre os estados com o maior crescimento no número de registros de estupros coletivos, entre 2011 e 2016, segundo levantamento do Ministério da Saúde. Em primeiro lugar está Rondônia, com 1.150%, seguido do Piauí, com 1.050%, e Espírito Santo com 655%. Com 638% de crescimento está o Ceará, que viu subir suas notificações de estupros coletivos de 13, em 2011, para 96, em 2016.
As ocorrências no Estado cresceram, em cinco anos, mais do que no País, que teve aumento de 124% no mesmo período, saindo de 1.570 para 3.526. No Ceará, o ano com maior incidência desse tipo de crime foi 2013, com 127 ocorrências, uma média de 10,3 casos por mês. No ano passado, foram notificados o equivalente a oito ocorrência por mês somente no Ceará.
Os estados com menor índice de estupros coletivos são Paraíba, Rio Grande do Norte, Maranhão, Sergipe e Bahia. Neles, o Ministério da Saúde registrou menos que o equivalente a 1 estupro coletivo a cada 100 mil habitantes.

 
Cenário nacional
Em 2016, dados preliminares do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN)registraram 22.991 casos de estupro. Em 2015 o número foi de 20.677. Por nota, o Ministério da Saúde ressalta que os dados ainda estão sujeitos à revisão. A pasta federal aponta que a notificação de violências interpessoal e autoprovocada foi implementada em 2006, e em 2011, passou a ser compulsória em todos os serviços de saúde públicos e privados. Também vale ressaltar que não é necessário o registro de boletim de ocorrência para o atendimento.
O SUS garante acesso, de forma gratuita, atendimento psicológico, contracepção de emergência e profilaxia para DST, HIV, Hepatite B, entre outras medidas de atenção. O Ministério da Saúde também tem promovido, junto aos gestores estaduais e municipais, capacitação para o atendimento humanizado às vítimas de violência sexual. Nos últimos dois anos, foram qualificados 2.500 profissionais em todos estados do país. 
Perfil das vítimas
Conforme os dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 69,9% das vítimas que sofreram estupro no Brasil entre 2011 e 2014 eram crianças e adolescentes; e mais de 10,0% das pessoas agredidas sofriam de alguma deficiência física e/ou mental. Observou-se, ao mesmo tempo, o aumento da proporção de casos de estupro coletivo, que, em 2014, responderam por 15,8% do total de casos, sendo esta proporção correspondente a 25,6% quando os autores eram desconhecidos da vítima. Outro dado estarrecedor mostrou que cerca de 40% dos estupradores das crianças pertenciam ao círculo familiar próximo, incluindo pai, padrasto, tio, irmão e avô.

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