quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Laboratório em Juazeiro participa de maior estudo epidemiológico sobre a Covid-19 no Brasil


O EPICOVID-19 BR é o mais amplo estudo sobre a prevalência de infecção da Covid-19 realizado no Brasil, tendo como objetivo estimar o percentual de infectados por idade, gênero, condição econômica, município e região. O estudo também quer estimar a quantidade de assintomáticos e entender os sintomas e letalidade da doença. Os testes permitirão aos moradores saberem se já tiveram contato com o vírus e se desenvolveram anticorpos, ou seja, se estão “imunes”.


Nas quatro fases iniciais foram testadas quase 100.000 pessoas em 133 municípios. Já na fase final, que foi iniciada em janeiro, o estudo conta com a participação de Juazeiro do Norte, pelo laboratório caririense LAMIC. “O LAMIC foi selecionado como parceiro das instituições envolvidas no projeto (UNIFESP e Hermes Pardini) para executar a atividade na cidade de Juazeiro do Norte, inclusive tendo sido esta cidade a escolhida no Cariri”, afirmou o diretor clínico, Dr. Leonardo Bezerra.


Ele explica que o estudo de prevalência de infecção por Covid está sendo aplicado em 25 rotas em Juazeiro. Em cada uma delas, deve ser coletado material biológico em 8 residências. O número total esperado no projeto, segundo Dr. Leonardo, é de 1.000 pessoas. 

 

Em cada um dos domicílios, os participantes da pesquisa, respondem a um questionário com 15 perguntas sobre escolaridade, cor da pele, atividade econômica e condições de saúde, e todos os moradores serão testados para a identificação de anticorpos contra o novo coronavírus. 

 

O reitor da Universidade Federal de Pelotas e e coordenador-geral do estudo, Pedro Hallal, explica que, até agora, foi identificado que as crianças têm risco de infecção semelhante aos adultos, e que a maioria dos infectados – 60% – apresenta sintomas, sendo os mais pobres com maior risco de infecção do que os mais ricos. Segundo ele, o estudo ocorre num momento estratégico, onde a pandemia completa um ano e logo antes da vacinação em massa. 

 

A etapa final está sendo apoiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e é coordenada pelo professor Marcelo N. Burattini, da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp) – Campus São Paulo, que integra também a equipe de coordenação das etapas iniciais do estudo EPICOVID-19 BR. 

 

Segundo Dr. Leonardo, “saber que podemos contribuir com este conhecimento que vai ajudar em medidas possivelmente adotadas na saúde pública no combate ao vírus causador da Covid-19, em âmbito nacional, por si só já nos deixa extremamente orgulhosos, pois levar à sociedade exame de forma gratuita e saber que estamos fazendo esta determinação através de metodologias extremamente específicas e sensíveis para a detecção destes anticorpos é muito gratificante”, afirmou. 

 

Para além do estudo, o LAMIC já realizou mais de 2500 testes, entre os sorológicos, de pesquisas antigênica e testes moleculares relacionados à Covid-19. 

 

Resultados preliminares 

Segundo a pesquisa, os três primeiros inquéritos identificaram uma prevalência média 3,8% de pessoas testadas apresentando anticorpos. Porém, no Amazonas, por exemplo, a média foi de 20%. 

 

Entre o primeiro e o último levantamento, a prevalência da infecção dobrou na população como um todo, passaram de 1,9%, na primeira etapa, para 3,1% na segunda, em média, e alcançaram 3,8%, na última etapa. 

 

O estudo também mostra que, neste intervalo, o percentual de pessoas que se mantiveram em isolamento caiu. Os resultados também demonstraram que, no período coberto pelo inquérito, “várias epidemias” estavam em curso no país. Enquanto no Norte 10% da população, em média, tinha ou já havia contraído o coronavírus, no Sul esse percentual ficava em torno de 1%. 

 

Entre os sintomas mais comuns da doença, estão dor de cabeça (58%), alteração de olfato ou paladar (57%), febre (52,1%), tosse (47,7%) e dor no corpo (44,1%). 

 

Nos resultados preliminares, também consta que indígenas tem cinco vezes mais chances de contrair a doença do que pessoas brancas.

Fonte: Site Badalo

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