sábado, 17 de abril de 2021

Anticorpos de lhamas são usados para desenvolver remédio contra Covid-19 em estudo da Fiocruz com Universidade Estadual do Ceará


A Universidade Estadual do Ceará (Uece) firmou uma parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para pesquisa e desenvolvimento de medicamentos contra a Covid-19 a partir de anticorpos de Ilhamas. A parceria que envolve o Haras Claro e outras instituições do estado, conta com apoio financeiro da Funcap e Fiocruz.


"Realizamos a coleta do sangue desses animais para a produção de nanocorpos (partículas de anticorpos), que estão sendo utilizados na pesquisa e no desenvolvimento de um medicamento contra a Covid-19. Os anticorpos das lhamas são mais reativos ao Sars-CoV-2, vírus causador da Covid-19. Por isso, são muito promissores para o desenvolvimento de medicamento contra essa doença", explica o médico veterinário e vice-reitor da Uece, professor Dárcio Ítalo Teixeira.


A pesquisadora em Saúde Pública da Fiocruz Ceará, Carla Celedônio, explica que animais como lhamas, alpacas e dromedários, por exemplo, produzem anticorpos capazes de reconhecer de forma mais eficiente antígenos diversos, sejam antígenos virais, sejam toxinas animais, o que amplia a possibilidade de utilização no tratamento de uma série de doenças, inclusive a Covid-19.


“Nanocorpos são as menores frações de anticorpos capazes de reconhecer e neutralizar um antígeno. Os nanocorpos possuem cerca de um décimo do tamanho do anticorpo inteiro, da imunoglobulina G. A partir do momento que identificarmos o nanocorpo de interesse, suas propriedades, como afinidade e solubilidade, são melhoradas em laboratório para viabilizar a formulação de um medicamento. Esses insumos podem ser usados tanto para a terapêutica como para o diagnóstico da doença”, diz.


O estudo foca em viabilização de medicamentos para outras doenças, além da Covid-19. “Neste momento, a gente está desenvolvendo nanocorpos contra o coronavírus, mas também buscamos esses insumos para o combate a outras doenças, como febre amarela, zika, chikungunya, toxinas ofídicas, de importância para o Brasil”, afirma Carla Celedônio.


Fonte: G1 CE

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