segunda-feira, 19 de abril de 2021

Em 2021, Ceará tem mais de um teste positivo para Covid-19 por minuto

Foto: Natinho Rodrigues

É provável que, no tempo de leitura desta matéria, pelo menos seis novos testes para Covid-19 deem positivo no Ceará. Isso porque, em 2021, a média de confirmações de exames em todo o Estado é de 1,6 a cada minuto.


O levantamento do Diário do Nordeste se baseia em dados da plataforma IntegraSUS, da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), entre 1º de janeiro e 15 de abril deste ano, colhidos até 11h30 da última sexta-feira (16). Os dados podem variar conforme a inclusão de novos resultados no sistema.


No Ceará como um todo, já foram analisados e liberados 627.403 exames, entre positivos, negativos e inconclusivos. Destes, 251.582 confirmaram a infecção pelo vírus Sars-Cov-2, representando taxa de positividade de 40,1%. A análise também considera o tempo decorrido nos primeiros 105 dias do ano.


O intervalo entre os diagnósticos confirmados variam de acordo com a região de saúde do paciente. A única com resultado semelhante ao geral é a região de Fortaleza, que agrega a Capital e mais 43 municípios. Nela, a média foi de um teste positivo por minuto.


Após a macrorregião de Fortaleza, aquela com menor média é a de Sobral, com um teste positivo a cada 4 minutos. Por outro lado, a com maior intervalo é a do Sertão Central, onde testes confirmados aparecem praticamente a cada 14 minutos.


Aumento da transmissão


Desde o início do ano, o Ceará vivencia um aumento no número de casos confirmados da doença. Para o biomédico e microbiologista Samuel Pereira, o volume de testes positivos está diretamente relacionado à maior circulação do vírus, especialmente em Fortaleza.


“Comparado com o ano passado, houve um aumento substancial de casos, o que não seria explicado apenas com o aumento na testagem. Logicamente, com aumento no número de pessoas fazendo teste para Covid, auxiliou em uma melhor visão da doença em nossa comunidade”, disse Samuel Pereira.


A epidemiologista Daniele Queiroz considera ainda que, desde o início do ano, “temos um aumento de oferta de exames e também uma definição clínica mais clara de casos, e isso possibilita algo mais assertivo no momento da solicitação do exame”.


Os dois especialistas consideram importantes os testes para Covid ofertados em farmácias, principalmente para identificar casos na fase aguda, quando ainda ocorre transmissão do vírus, para que os infectados se isolem e busquem informar seus contatos próximos.


Testes na rede pública


A Sesa informou que disponibiliza testes rápidos de antígeno para a rede de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e hospitais públicos de porta aberta que são referência no atendimento a pacientes com Covid-19.


A metodologia possibilita o diagnóstico em 15 minutos, por meio de swab nasal (cotonete). Cerca de 160 mil unidades do insumo foram adquiridas pela Sesa em março e serão distribuídas aos serviços em Fortaleza e no Interior.


Os testes podem ser utilizados para diagnóstico na fase aguda da doença, na janela entre o 1º e 7º dia do início dos sintomas. Se o teste der negativo, é recomendado que o paciente realize um teste RT-PCR.


O tempo de entrega dos resultados do exame de RT-PCR é de 48h a 72h para pacientes internados, pacientes que vão realizar cirurgias ou transplantes de órgãos e em casos de óbitos. Para as demais ocorrências, o resultado sai, em média, em até sete dias.


Incremento na testagem


O Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), o Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce), ambos da rede estadual, e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Eusébio, são responsáveis por analisar as amostras coletadas nos exames de biologia molecular (RT-PCR) para diagnóstico da Covid-19.


No Lacen, eram processadas cerca de mil amostras por dia. Porém, neste ano, a Sesa adquiriu dois aparelhos termocicladores que incrementarão essa marca para 3 mil processamentos diários. De março de 2020 a março deste ano, o Laboratório realizou 414.991 análises do tipo.


Fonte: Diário do Nordeste

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