domingo, 28 de dezembro de 2014

Cariri - Estudantes usam plantas como aguapé e moringa para tratar água suja na região

Com o objetivo de minimizar o problema da estiagem e ajudar os sertanejos a conviverem com a seca, dois estudantes do interior do Ceará tiveram a ideia de associar plantas para tratar água barrenta e, assim, torná-la própria para o consumo humano.

A ideia surgiu em Juazeiro do Norte, cidade a 535 quilômetros de Fortaleza. Luann Figueiredo, de 20 anos, e Gabriela Santos, de 18 anos, desenvolveram um projeto de obtenção de água pura a partir do uso da moringa e do aguapé.




 “Muitas comunidades rurais, por falta de um sistema de tratamento de água e esgoto, consomem água barrenta, adquirida de poços e açudes, porque os carros-pipa nem sempre chegam a todas as áreas. Ingerindo água nessas condições, essas pessoas podem contrair uma série de doenças”, explica o professor do Instituto Federal do Ceará (IFCE) Ricardo Fonseca. 

 

A associação das plantas clarifica e retira as impurezas da água (FOTOS: Arquivo pessoal/Ricardo Fonseca)

A moringa tem capacidade de clarificar e tratar águas turvas, já o aguapé atua como um filtro, absorvendo nutrientes e materiais pesados. Combinando as duas plantas, a água se torna própria para o consumo humano. “O nosso projeto é voltado para as comunidades rurais. Primeiro iniciamos com a moringa, típica de locais secos e que serve para clarificar a água, mas não conseguíamos encontrar uma planta que retirasse as substâncias. Depois de muitas análises e pesquisas, percebemos que o aguapé, bastante encontrado em lagos poluídos, funcionaria bem”, explica Luann.

O tratamento da água é simples. Basta usar a semente da moringa e triturar. Em seguida, colocar em qualquer água barrenta. São três sementes para cada litro de água. “Retira a casca da semente e tritura até ela ficar pastosa. Depois de adicionar à água suja, você mexe lentamente por cerca de 20 minutos, e rapidamente por 5 minutos. Deixa 1 hora parada, espera coagular, até que seja retirada toda a cor suja da água”, ensina Gabriela.


 segunda parte do tratamento é feita com o aguapé, também conhecido como baronesa. Após a água estar límpida, é preciso colocar a raiz da planta dentro do recipiente onde estiver o líquido. Somente a raiz é capaz de retirar as impurezas. De acordo com os resultados obtidos, segundo os estudantes, a associação foi eficaz no que diz respeito à remoção de turbidez e aos parâmetros químicos analisados que se encontram dentro das normas de controle de água, conforme resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente para as águas doces. 

O projeto, iniciado em 2013, já foi apresentado em eventos de Fortaleza, Maranhão e Rio Grande do Sul. Segundo Gabriela, o próximo passo é ministrar oficinas para as comunidades. “Muitas vezes, as pessoas consomem água suja mesmo, e nem sabem que existem plantas de fácil acesso, que retiram as impurezas e tornam a água própria para o consumo. A gente precisa divulgar essa ideia”, conclui a estudante.

*As informações são do portal Tribuna do Ceará    

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