terça-feira, 12 de maio de 2015


CONTRA DENGUE

Ministro diz que vacina não sairá no curto prazo

12.05.2015

O Instituto Butantan prevê o fim da fase 2 de testes no próximo mês. Em seguida, será iniciada a terceira etapa

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Arthur Chioro exaltou, no entanto, que o programa Mais Médicos hoje concentra 14.462 profissionais em 3.785 municípios
FOTO: MINISTÉRIO DA SAÚDE
São Paulo. O ministro da Saúde, Arthur Chioro, falou ontem sobre a epidemia de dengue que atinge algumas regiões do país, salientando que não haverá uma vacina eficaz no curto prazo, e que nada substitui a prevenção. Ele abriu ontem a segunda edição do Fórum a Saúde do Brasil, em São Paulo, com um balanço do programa Mais Médicos, um dos pilares de sua atuação à frente do ministério.
"A dengue é uma doença sazonal, e precisamos fazer a lição de casa cotidianamente", disse. Segundo o ministro, o Instituto Butantan de São Paulo deve finalizar a fase 2 de testes da vacina no mês de junho.
Só depois deve ser iniciada a fase 3, quando a vacina será testada em 13 mil voluntários. Apenas depois disso deverá entrar em produção.
Mais Médicos
Segundo o ministro, o programa Mais Médicos hoje concentra 14.462 profissionais em exercício em 3.785 municípios brasileiros, além de 34 distritos indígenas. "75% dos médicos atuam em regiões com baixo índice de desenvolvimento humano, como o semi-árido nordestino, regiões ribeirinhas da Amazônia e na periferia das grandes cidades", pontuou.
O programa, que ficou conhecido pela importação de médicos cubanos, tem nesses profissionais a maior parte da força de trabalho. São 11.429 médicos cubanos, 1.846 médicos brasileiros formados no país e outros 1.187 médicos brasileiros com formações no exterior. Segundo Chioro, a meta até 2016 é ter 18.247 médicos atendendo em todo o país.
Outra estratégia do programa, conforme ele, é o aumento do número de vagas no curso de medicina. Segundo o ministro, serão 4.680 novas vagas criadas em instituições públicas e privadas, e 39 cidades receberam autorizações para a criação de novos cursos de graduação em medicina. O volume de recursos da união direcionados à área de saúde hoje é da ordem de R$ 5,6 bilhões, segundo o ministro, sem contar os investimentos de Estados e municípios.
"Os recursos do Ministério da Saúde expressam a prioridade dada ao setor. Além disso, as três esferas do poder público aumentaram os repasse de recursos para a saúde, mas é inegável que a situação é de subfinanciamento", afirmou Arthur Chioro, ao ressaltar que a questão deve ser discutida no âmbito do Congresso Nacional.
Exame rápido
A associação de consumidores Proteste pediu à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) que torne obrigatória a autorização, pelos planos de saúde, do teste rápido de dengue. O exame do antígeno NS1 pode detectar a doença na fase inicial, com resultado até no mesmo dia. O diagnóstico tradicional identifica o vírus seis dias após o aparecimento dos sintomas.
Como o exame mais rápido é um procedimento novo, não está incluído no rol dos procedimentos obrigatórios, que devem ser cobertos integralmente pelos planos de saúde. Segundo a Proteste, a mudança seria importante devido à magnitude da epidemia no país.

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