quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Gleisi rebate Moro e nega pagamento

Ex-ministra da Casa Civil,a senadora já é alvo de inquérito no STF que apura sua suposta ligação com esquema de corrupção na Petrobras ( FOTO: PEDRO FRANÇA )
Brasília. Após as denúncias do juiz Sérgio Moro, responsável pelas ações penais da Lava-Jato em Curitiba, de que a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) teria recebido "pagamentos sem causa", Gleisi afirmou que "não recebeu pagamento nenhum". Ela ressaltou que nunca teve contato com a empresa de tecnologia Consist, envolvida em desvios de empréstimos consignados no âmbito do Ministério do Planejamento.
 
Gleisi negou ainda que tenha tido despesas pagas por Guilherme Gonçalves, advogado da coligação nas três eleições majoritárias que disputou (em 2008, 2010 e 2014), por meio da empresa Consist.
"Utilizei o motorista dele algumas vezes quando não tinha escritório em Curitiba. Desconheço que ele tenha pagado multa para mim, é bem possível, porque ele era meu advogado eleitoral. Mas desconheço de onde ele tenha tirado esses recursos".
A senadora afirmou que sua advogada entrou com uma petição pedindo o relatório que foi enviado ao Supremo Tribunal Federal pelo juiz Sérgio Moro.
No despacho enviado ao STF, Moro afirmou que as investigações da Lava-Jato identificaram indícios de que Gleisi "seria beneficiária de valores de possível natureza criminosa", recebendo "pagamentos sem causa".
De acordo com o documento, a senadora teria sido beneficiária do chamado "Fundo Consist", empresa que teria atuado no desvio de recursos de empréstimos consignados do Ministério do Planejamento - então comandado pelo marido da senadora, o ex-ministro Paulo Bernardo. Pelo menos R$ 50 mil desse fundo em pagamentos do esquema teriam sido repassados em favor da congressista e de pessoas ligadas a ela, além do ex-ministro.
Ex-ministra da Casa Civil do governo Dilma, Gleisi já é alvo de inquérito no STF que apura sua suposta ligação com o esquema de corrupção na Petrobras.
"Na busca e apreensão realizada no escritório de Gonçalves, foram colhidos documentos que indicam que os valores recebidos da Consist teriam sido em parte utilizados para efetuar pagamentos em favor da senadora", diz Moro.
Segundo os investigadores, "parte expressiva da remuneração da Consist, cerca de 9,6% do faturamento líquido, foi repassada, a Gonçalves, em Curitiba, que, por sua vez, utilizou esses mesmos recursos para pagamentos associados à senadora". Entre as despesas pagas com esses recursos estariam débitos de Zeno Minuzzo e Hernany Mascarenhas, pessoas ligadas a ela, segundo a autoridade policial.

Nenhum comentário:

Postar um comentário