domingo, 27 de dezembro de 2015

Jeri se previne para inibir a violência

É comum a cada alta estação um grande fluxo de turistas neste trecho do litoral, atraídos pela beleza e reputação de lugar pacato. A morte da italiana, em 2014, fez com que fossem tomadas ações preventivas ( Foto: Marcelino Júnior )
Jijoca de Jericoacoara. Com suas belas praias e uma diversidade de atrativos naturais que chamam atenção de turistas o ano inteiro, Jericoacoara, no Litoral Oeste do Ceará, tem sido opção quase unânime de pessoas do mundo todo quando o assunto é férias. Mas, além das opções variadas de lazer e diversão, este paraíso, localizado a cerca de 300 quilômetros de Fortaleza, vez ou outra tem seus momentos de tranquilidade abalados por fatos que preocupam quem busca por dias de lazer e descanso longe do agito urbano das cidades.
Relatos de pequenos furtos, de roubos, estupros e até assassinatos por conta do tráfico de drogas, viraram assuntos evitados entre os moradores que, muitas vezes tentam ocultar os casos para que o medo não tome conta dos passeios turísticos na Vila, de cerca de 3.500 moradores, distrito do município de Jijoca de Jericoacoara, que chega a receber algo em torno de 800 mil visitantes por ano, segundo informações da Secretaria de Turismo de Ceará (Setur).
Neste trecho do litoral cearense, se espera para os festejos de fim de ano, em torno de 12 mil pessoas, que devem aproveitar o período de alta estação do turismo internacional, que segue até fevereiro do próximo ano.
Patrulhamento
A Vila, conta atualmente com 13 policiais militares, que atendem num único posto policial, com duas viaturas que fazem a cobertura do local, instalado dentro do Parque Nacional de Jericoacoara, Área de Proteção Ambiental (APA) com 8. 850 hectares de dunas, mangues, lagos e uma faixa de mar. Perímetros que se tornam atrativos para quem não conhece o lugar e se arrisca em caminhadas extensas, longe da área urbana.
O caso de violência mais notório ocorreu há quase um ano, quando morreu a italiana Gaia Molinari,29, encontrada com sinais de estrangulamento, em Jeri, no fim do ano passado, e segue sem nenhum esclarecimento, por parte da Polícia. O ocorrido chamou a atenção da imprensa internacional pela forma com que foi descrito pela então delegada adjunta da Delegacia de Proteção ao Turista, Patrícia Bezerra, como crime sem premeditação, com a suspeita de ter sido cometido por um nativo da Vila, mas que, até hoje, nunca foi identificado, apesar da ação conjunta de várias polícias e delegacias, ao longo do ano.
Segurança
Para as festas deste fim de ano, foram tomadas algumas medidas. O sub-tenente Carlos Martins, responsável pelo grupamento do Batalhão de Policiamento de Turismo (BPTur), de Jeri, explica: "estamos fazendo a ronda diária, sem nenhuma intercorrência mais séria. Casos como pequenos furtos e roubos têm sido registrados, como acontece em qualquer outro lugar com um volume tão grande de pessoas. Para os festejos de fim de ano, o nosso efetivo será aumentado em mais 12 homens e algumas viaturas para o atendimento das ocorrências", reforçou o militar.
A Vila de Jericoacoara não possui delegacia. As vítimas são orientadas a buscar atendimento na sede do município de Jijoca, cerca de 18 quilômetros da Vila, com atendimento das 8 às 18 horas, de segunda a quinta-feira. Após esse horário, a pessoa tem que se dirigir ao município de Acaraú, distante cerca de 55 quilômetros.
Enquete
Você acha a Praia segura?
"Soube do caso da italiana que foi assassinada, por meio do noticiário da imprensa. Mas desde minha chegada à praia, não percebi nenhum clima de insegurança ou medo. Aqui é um lugar muito bonito". Maria Moraes - Turista do Piauí
"Em Jeri, a população fica à mercê da insegurança, pois o efetivo é pequeno e não se faz presente no dia a dia das pessoas. Prova disso são os casos sem solução e resposta da Polícia à sociedade e os assaltos". José Idomilson Martins - Morador

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