quinta-feira, 24 de março de 2016

Crise na política nacional atinge os municípios do Cariri

Os prefeitos da Região do Cariri estão preocupados com o avanço da crise política que se instalou no país e suas consequência nas administrações dos municípios. Durante manifestação de fortalecimento democracia e apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidenta Dilma Rousseff, os prefeitos petistas Samuel Freire (Assaré), Zé Leite (Barbalha) e Evanildo Simão (Mauriti), se mostraram apreensivos com o desenrolar dos últimos acontecimentos.
Apesar de estarem na base de apoio e pertencerem ao partido da presidenta, os prefeitos reclamam de escassez de recursos e falta de atenção do Governo Federal. Segundo os gestores, os problemas são motivados pela pressão exercida por meios de comunicação, integrados politicamente a extrema direita que, segundo avalia os prefeitos, querem tomar o poder de assalto, através de um golpe.
Sobre a situação da presidenta Dilma, o prefeito Zé Leite avalia que ela, simplesmente, não governa o país e prejudica a todos. Para o prefeito barbalhense, a crise política já inviabiliza sua administração. Sem recursos, Zé Leite alega que é obrigado a reduzir gastos e acaba acusado de cortar serviços essenciais. O prefeito disse, ainda, que a situação tem causado problemas políticos e administrativos para sua gestão.
Para o prefeito de Assaré, Samuel Freire, a preocupação maior é com a população. Samuel credita às pessoas mais carentes a maior parcela das consequências da crise. Segundo o prefeito, o corte de serviços básicos, por falta de recursos, causa revolta e medo na população que depende deles. Em Assaré, o prefeito disse que está tentando manter a qualidade mínima dos serviços, mas a duras penas.
O prefeito de Mauriti, Evanildo Simão, também, credita à crise política as recentes dificuldades que enfrenta seu município. Evanildo avalia que o excessivo foco na crise tem interferido na direção dos investimentos necessários aos municípios. Apesar da avaliação, Evanildo se diz otimista com a resposta dos movimentos sociais no apoio as instituições democráticas.
Os três prefeitos conversaram com nossa reportagem durante evento que reuniu, segundo a organização, cerca de 4 mil pessoas na praça do Giradouro em Juazeiro do Norte, na sexta-feira (18). Além dos três prefeitos contatados pela reportagem do Jornal do Cariri, estiveram presentes, ainda, a prefeita de Tarrafas, Girleuda Matias, vereadores da região, dirigentes petistas e outras lideranças políticas.

A repercussão da crise

No Cariri, a crise parece atingir a todos os gestores municipais, independente da bandeira partidária. Em entrevista ao Jornal do Cariri (JC), o prefeito de Brejo Santo, Guilherme Landim (PDT), disse que seu município tem sido afetado diretamente pela crise que se instalou no país.
Segundo Guilherme, a instabilidade tem acarretado para os municípios uma situação de descaso pelas esferas do alto Poder do país. “Quando vamos a Brasília cobrar recursos a conversa é sempre a mesma: não tem agora, está em contingência... e os municípios continuam sofrendo,” disse Guilherme.
Como consequência do descaso, Guilherme aponta queda nos serviços essenciais e paralisação de obras em andamento. “Tudo isso acarreta outros problema como as demissões nas empresas privadas, motivadas por uma crise que é muito mais política que econômica,” ressalta Guilherme Landim.
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Zezinho Albuquerque (PDT), também em entrevista ao JC, considera a crise política um absurdo. Para ele, o embate político em Brasília, faz com que os municípios sofram. “Os investimentos não estão acontecendo e a arrecadação está caindo em todos os campos (federal, estadual e municipal), sendo os municípios os mais penalizados” disse Zezinho.
Na última semana, o país assistiu a duas manifestações populares que, apesar do cunho pacifico, colocaram linhas ideológicas em rota de colisão. No domingo, dia 13 de março, mais de 6 milhões de pessoas foram as ruas pedir mais rigor nas punições aos envolvidos na “Operação Lava Jato” e o “Fora Dilma”. Segundo a organização, as manifestações aconteceram em mais de 200 cidades. 
Em resposta, outra manifestação em “Defesa da Democracia”, ao ex-presidente Lula e a presidenta Dilma, reuniu mais de 4 milhões de pessoas em mais de 80 cidade do Brasil. Os números são da organização do movimento.

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