terça-feira, 28 de março de 2017

Sangria do Açude São Pedro Timbaúba atrai curiosos


Miraíma. O pescador Fabiano Gomes de Sousa acordou cedo, no último domingo (26), depois que se espalhou a notícia da sangria do Açude São Pedro Timbaúba, localizado no município de Miraíma, no Norte do Estado. O reservatório, monitorado pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), e que pertence à Bacia do Litoral, tem capacidade para 15,7 milhões de metros cúbicos, sendo o quinto a atingir 100% de seu volume este ano.
O açude atingiu seu ponto máximo depois de quase seis anos de estiagem. Os outros, que também saíram da situação de preocupação, são o Acaraú Mirim, em Massapê; Caldeirões, em Saboeiro; Valério, em Altaneira; e Maranguapinho, em Maranguape. O açude Santo Antônio de Pitaguary, em Maracanaú, também sangrou, mas não faz parte do monitoramento da Cogerh.
De acordo com o pescador, desde que o São Pedro Timbaúba sangrou, as pessoas voltaram a frequentar o local. "Agora vamos poder brincar nas águas do açude novamente e ter de volta a nossa atividade da pesca, que dá sustento a muitas famílias", lembra Fabiano, que é ligado à Colônia de Pescadores de Miraíma. A entidade conta com cerca de 170 pescadores artesanais que dependem das águas do açude. Os peixes mais comuns na região são o Cará, Curimatã, Traíra e Pescado, comercializados nos cinco distritos e na sede do município.
Por enquanto, a atividade da pesca está proibida no Ceará, por conta do período do defeso, iniciado no dia 1º de fevereiro deste ano e se estendendo até o próximo dia 30 de abril.
Durante os três meses de Piracema, época de migração dos peixes dos reservatórios para a montante dos riachos e rios em busca de se reproduzirem, a medida é tomada levando-se em consideração o histórico de escassez e irregularidade das chuvas no Estado e o baixo nível dos reservatórios, que torna os recursos pesqueiros neles existentes mais vulneráveis à captura. De acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), a intenção é assegurar a manutenção e a renovação dos estoques pesqueiros em níveis sustentáveis.
Esperança
Segundo Maria Simone Dourado, presidente da Colônia de Pescadores de Miraíma, "nesse período, muitos trabalhadores deixam o município em busca de outro tipo de trabalho. Com o açude cheio, nossa esperança se renova e já estaremos em plena atividade", diz.
Em plena segunda-feira, a representante municipal do Comitê de Bacias da Cogerh, Maria Assunção Oliveira, foi ver de perto a sangria do açude, que banha o município de 12.800 habitantes, sendo 80% deles agricultores familiares. Segundo ela, "por conta do assoreamento, provocado pela ação do homem, caímos de 19 milhões de metros cúbicos de água para pouco mais de 15 milhões de capacidade, ao longo dos últimos anos", disse.

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