sábado, 29 de abril de 2017

Protesto contra reformas leva milhares de pessoas ao Centro


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Milhares de pessoas participaram da manifestação. A Secretaria da Segurança Pública não divulgou número de presentes ( Foto: JL Rosa )
Manifestantes tomaram as ruas do Centro de Fortaleza durante a manhã dessa sexta-feira, contra as propostas de reforma trabalhista e previdenciária que tramitam no Congresso Nacional. Segundo a organização do evento, cerca de cem mil manifestantes participaram do protesto, que partiu da Praça Clóvis Beviláqua e percorreu as ruas do Centro até a Praça do Ferreira. A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informou que não divulgaria números sobre participantes.
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Em algum momentos houve depredação e confrontos entre manifestantes e seguranças. Lojas que decidiram abrir relaram um movimento fraco.
Entretanto, várias decidiram permanecer abertas, independente da manifestação. Algumas chegaram a baixar as portas por pressão de participantes do protesto. Mas, acabaram reabrindo pouco depois, conforme o ato dispersava-se.
Segundo Luciene Oliveira, integrante da Federação dos Trabalhadores do Serviço Público do Estado do Ceará, a manifestação de ontem foi apenas uma demonstração do que os opositores da reforma podem fazer. Ela afirma que sua entidade conseguiu paralisar o serviço público em mais de 70 municípios do Estado. E diz que podem fazer mais. "Se depender da nossa mobilização, nós vamos fazer este País parar até o dia da votação da reforma da Previdência", disse. O presidente da CUT cearense, Wil Pereira, chamou o protesto de "esquenta". Segundo ele, "está só começando. Com certeza, nós vamos tirar o homem da cadeira", referindo-se ao presidente Michel Temer.
Os manifestantes demonstravam confiança de que os protestos poderiam impedir mesmo a reforma trabalhista, que já foi aprovada pela Câmara dos Deputados e precisa apenas de maioria simples dos senadores para seguir para a sanção presidencial. "Tenho certeza que vai gerar uma repercussão", declarou Kléber Oliveira, servidor da Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC). Ele afirmou que os protestos dessa sexta-feira servem para demonstrar que "o povo está atento".
O percurso da manifestação foi tranquilo durante a maior parte do tempo. De acordo com o responsável pelo policiamento major Otoniel, a manifestação ocorreu sem maiores incidentes. O oficial não disse quantos agentes haviam sido mobilizados para o ato.
Entretanto, manifestantes forçaram diversos comerciantes que seguiam funcionando no Centro a fechar as portas. Em frente à Praça José de Alencar, a Galeria Professor Brandão teve o portão arrombado por manifestantes que exigiam a liberação dos comerciários do serviço.
Construção civil
Em outro ponto da cidade, uma obra localizada no cruzamento entre a Avenida Heráclito Graça e a Rua Antônio Augusto, no bairro Aldeota, em Fortaleza, foi invadida e depredada por manifestantes. Um engenheiro também teria sido agredido na ação.
De acordo com um funcionário da construtora, que preferiu não se identificar, cerca de 50 homens, que não trabalham na obra, chegaram ao local, em motocicletas, por volta de 9h, e invadiram o terreno.
Em seguida, alguns manifestantes subiram os andares dos prédios que estão sendo construídos, ordenaram que os funcionários deixassem a construção e começaram a depredação. Um engenheiro que trabalha na obra foi agredido e teve o óculos quebrado. Após a depredação, os manifestantes fugiram. Em nota, o Sinduscon-CE, Sindicato das Construtoras, repudiou a ação e disse que esse tipo de ocorrência é inaceitável. 

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