sábado, 30 de setembro de 2017

Apenas 34% praticam atividade física no Ceará

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A população nordestina é a que menos pratica atividades físicas e esportivas dentre todas as regiões do Brasil, de acordo com uma pesquisa do Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento (Pnud). No último dia 25, o órgão divulgou o Relatório Nacional de Desenvolvimento Humano 2017. Segundo a pesquisa, feita em 2015, apenas 36,3% dos habitantes nordestinos fazem atividades físicas regularmente. Em nível nacional, apenas três em cada dez brasileiros na idade adulta praticam exercícios físicos com regularidade. No Ceará, o número é igualmente alarmante: de forma geral, apenas 34,7% da população maior de 15 anos realiza alguma atividade física ou esportiva.
Este ano, a pesquisa abordou o tema 'Movimento é Vida: Atividades Físicas e Esportivas para Todas as Pessoas', apresentando a prática de atividades a partir de categorias sociais, como sexo e renda mensal. De acordo com o presidente da Comissão de Saúde do Conselho Regional de Educação Física da 5ª Região (Cref 5), Adriano Loureiro, esse resultado significa que mais pessoas estão adoecendo.
"O sedentarismo é grave e deve ser encarado como um sério problema de saúde pública. Ele está associado à morbidade e à obesidade, que leva ao surgimento de doenças, e consequentemente à mortalidade", afirma Adriano Loureiro.
De acordo com o levantamento, as pessoas com maior renda têm mais acesso à prática esportiva. Isso por que, segundo o presidente da Cref 5, para se fazer um exercício físico é preciso de um lugar estruturado, seguro e com orientação profissional, serviço que poucos podem pagar. No Ceará, o percentual de pessoas com renda de até 1/4 de salário mínimo que praticam exercícios é 28,3%. Já para os que possuem renda superior a 5 salários mínimos, o número chega a 71,7%.
Além disso, a pesquisa revela que os homens praticam atividades físicas 28% a mais do que as mulheres, cálculo que se confirma em todos os estados e pode ser associado à pratica do futebol, que é a atividade mais comum no Brasil de acordo com o relatório. Entretanto, não são todas que se enquadram no perfil.
Ilnah Vasconcelos, administradora, faz musculação há 20 anos e corrida há quatro. Para ela, a atividade física é um compromisso com o próprio bem-estar e, aliada à alimentação, traz grandes resultados. "Meus exames são muito bons e eu associo isso ao meu modo de viver. Eu gosto de me exercitar e se eu faltar a academia, já me sinto fisicamente cansada. Com as atividades, consigo ver os resultados no meu corpo e na minha disposição", comenta.
Escolas
Um dos destaques da pesquisa são as chamadas 'Escolas Ativas', que contam com uma estrutura que incentiva às atividades físicas. De acordo com o relatório, somente 0,58% das escolas brasileiras têm esse sistema, enquanto 38,56% estão ainda no patamar insuficiente, um grande problema, segundo Adriano Loureiro. "A prática de atividades físicas está muito associada ao que você aprende na infância, pois nesse período devem ser realizadas atividades mais prazerosas e leves. Desse modo, se a criança não recebe estímulos quando pequena, dificilmente será uma adulta ativa. Seu corpo estará em repouso sempre e sair desse conforto é muito mais difícil", salienta o profissional.
A falta de incentivo durante a infância não é o único obstáculo enfrentado. O relatório da Pnud revela, ainda, que o maior motivo para os brasileiros não praticarem esporte é a falta de tempo, principalmente entre os jovens de 25 a 39 anos, em que o percentual chega a 52,2%.
Walter Tapias, estudante, é um dos que sofre com a rotina atribulada. Durante o colegial, era ativo nos mais diversos esportes, mas ao começar a trabalhar e estudar paralelamente, não conseguiu conciliar as atividades. "A diferença é perceptível em vários aspectos do meu dia. Um dos maiores impactos é a falta de fôlego e de disposição, além do aumento de peso e alguns problemas como dores nas articulações, coisas que eu não tinha antes quando me exercitava", afirma o universitário.

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