quarta-feira, 27 de junho de 2018

Com a Fiocruz, produção de medicamentos se iniciará em 5 anos no Ceará


Inauguração oficial do Pits no Eusébio contou com governador,
outros políticos e a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade.
(Foto: MAURI MELO)
Com a inauguração oficial da unidade cearense da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), foi dada a largada para o Polo Tecnológico e Industrial da Saúde (Pits) do Eusébio. A segunda fase do projeto, que inclui a unidade de produção de vacinas do Centro Tecnológico de Plataformas Vegetais (CTPV), gerenciada pela Bio-Manguinhos, atualmente na terraplanagem, deve operar em cinco anos e os primeiros resultados na produção de medicamentos no Ceará virão juntos. Mas outras três empresas - Nuteral, Point Suture e Instituto Atlântico - já assinaram protocolo de intenção e devem somar investimentos de mais R$ 40 milhões.

A expectativa é que estas novas empresas comecem a operar em dois anos, informou o presidente da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), Eduardo Neves. Já a unidade de Bio-Manguinhos, a primeira fora do Rio de Janeiro, será voltada à produção de vacinas, kits diagnósticos e outros biofármacos a partir vegetais. Dentre as linhas de ação está a produção de medicamento a partir de células de cenoura e tabaco para tratamento da Gaucher, doença genética que causa aumento do baço e do fígado.

O carro-chefe, no entanto, será o parque da Fiocruz, que tem como foco integrar projetos de inovação tecnológica na produção de medicamentos, insumos e diagnósticos, para atender da saúde básica à medicina de alta complexidade. O investimento é de R$ 180 milhões.

“A inauguração da sede da Fiocruz no Polo do Eusébio representa um marco, a nosso ver, para o Ceará, para a Fiocruz, mas, sobretudo, ao nosso País, porque aqui o projeto está centrado na redução das desigualdades sociais, regionais, a partir do trabalho de ciência, tecnologia e inovação para o Sistema Único de Saúde (SUS), para saúde no Ceará e de todos os brasileiros”, afirmou a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima.

A ideia é que a unidade use matérias-primas do bioma nordestino para desenvolver produtos. Ela explica que algumas pesquisas voltadas para o desenvolvimento tecnológico e inovação em saúde vão responder a questões desde a doenças infecciosas à medicamentos para câncer e já estão em andamento. Bem como os programas na área da Saúde da Família, na relação de saúde e meio ambiente, e formação de profissionais. Mas o tempo de maturação das pesquisas - de forma mais significativa - deve se dar nos próximos quatro anos.

“Alguns resultados já podem ser vistos por meio de artigos e publicações, mas eu posso dizer que em um período de quatro anos teremos um resultado bastante consistente no campo de diagnóstico e no desenvolvimento de processos de biofármacos porque isso já é uma história que não está começando agora, mas estas instalações vão propiciar novas atividades”.

Dentre os projetos que devem ser trazidos em breve para o Pits está o “Mosquito no Mundo”, que trabalha com a tecnologia ‘Wolbachia’ para controle de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, como dengue, chikungunya, zika vírus e febre amarela.

Para o governador Camilo Santana (PT), com os projetos da Fiocruz no Pits, o Ceará se coloca no centro dos avanços em saúde pública no Brasil. “Nenhum país do mundo cresce e se desenvolve sem investir em pesquisa, ciência e tecnologia, que é o que a Fiocruz passa a fazer aqui. Não tenho dúvidas de que é um divisor de águas para o Pits, para que novas empresas se instalem e as universidades”.       Fonte: O Povo

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