sábado, 30 de junho de 2018

Universidade Federal do Cariri comemora cinco anos em plena expansão


Segundo o Reitor Ricardo Ness, hoje a UFCA está praticamente autônoma da UFC. Ainda há algo de folha de pagamento e transferência de patrimônio, mas até o fim do ano encerra. (Foto: Antonio Rodrigues)
Juazeiro do Norte. Há pouco mais de cinco anos, no dia 5 de junho de 2013, por meio da Lei Federal Nº 12.826, sancionada pela ex-presidente Dilma Rousseff, era criada a Universidade Federal do Cariri (UFCA), a partir do desmembramento da Universidade Federal do Ceará (UFC). Além da Terra do Padre Cícero, os campi de Barbalha e Crato, que compunham um campus avançado na Região, se integraram à nova instituição. Na mesma Lei, mais dois novos campus foram criados: em Icó e Brejo Santo. Hoje, ela ainda não possui total autonomia da Universidade sediada na Capital cearense, mas já projeta sua "independência" até o fim deste ano.

No entanto, dois anos antes, a criação da UFCA gerava muita discussão entre professores e estudantes do antigo campus avançado da UFC. "De pronto, as reações foram diversas e, de fato, fomos pegos de surpresa. Disseram que era uma proposta de longo prazo. Tínhamos só cinco anos de campus", lembra o reitor da UFCA, o professor Ricardo Ness. Na época, foi formada comissão de implantação com setores da sociedade e, internamente, foram criados grupos de trabalho para pensar essa nova universidade. Muitos destes grupos se tornaram pró-reitorias.

Primeiros passos
"Não tivemos nenhuma ingerência sobre a proposta. Ela já veio com número de docentes e servidores estipulados e a proposta de chegar a cerca de 7 mil alunos em 2017", conta Ricardo. Este número não foi atingido. Hoje, há cerca de 3 mil matrículas ativas na Instituição. Em 2013, quando foi criada, a UFCA tinha apenas 65 servidores e, durante muito tempo, sobre a gerência administrativa da UFC. "Havia uma autonomia financeira, mas não tinha corpo técnico capacitado para gerir esses recursos, fazer licitação, terminar um termo de referência. Sempre se contou muito com a UFC", acrescenta.

Em 2014, houve um grande concurso, e já começaram as nomeações rapidamente. Destes, muitos foram para Fortaleza ser treinados, principalmente na área de administração. Cursos foram trazidos e servidores enviados para capacitação em outros locais. Com o "vai e vem" de profissionais, a UFCA foi se consolidando. Hoje, possui 276 técnicos-administrativos, a maioria com vínculos fortes na região.

"Hoje, somos praticamente autônomos da UFC. Ainda temos alguma coisa relacionada a folha de pagamento, mas até o fim do ano encerra. Esse quinto ano é o ano de autonomia. Ainda há uma transferência de patrimônio a ser fechada, mas conseguimos fazer toda migração de dados do sistema acadêmico para cá. Vamos prorrogar a parceria com a UFC por mais um ano, mas os vínculos administrativos vão se tornar mais fracos", acredita Ricardo Ness.

O número de 7 mil alunos matriculados não foi atingido porque a gestão da nova universidade se preocupou em atender demandas antigas dos cursos já existentes. Por exemplo, no curso tecnólogo de Design de Produtos, que havia uma carência de laboratórios de joias e calçados, um já está em uso e o último será entregue em breve. Inclusive, esta graduação está em processo de extinção e se tornou um bacharelado em Design. Muitos equipamentos também foram comprados e, até agora, nenhuma nova graduação, além das criadas em Icó e Brejo Santo, saíram do papel.

Novos cursos
Agora com a parte física mais consolidada, o reitor acredita que novos cursos serão criados em Juazeiro do Norte, Crato e Brejo Santo. Será um "crescimento planejado", como ele descreve, pois, será a partir da estrutura já existente de prédios e laboratórios. Devem ser implementadas a partir de 2019 as graduações em Ciências Contábeis, Letras (Libras), Ciências da Computação, Matemática Computacional, em Juazeiro do Norte; Pedagogia, em Brejo Santo; e Medicina Veterinária, em Crato.

No entanto, outras propostas ainda deverão ser avaliadas e aprovada pelo Conselho Superior Pro tempore (Consup). São eles: Cinema e Audiovisual, Arquitetura, Física, Engenharia Mecânica, Arquivologia e Museologia. A UFCA deverá saltar de 15 cursos de graduação - dois estão sendo extintos - para 25.

"Os primeiros cursos já têm professores. Os outros vamos fazendo concurso paulatinamente", adianta Ricardo Ness. Já a pós-graduação, possui três especializações: Economia Solidária, Ambientes de Sistema de Informação e Permacultura, além da Residência médica em seis linhas da Saúde. Além disso, possui mestrado profissional em Matemática e Biblioteconomia; e acadêmico em Bioquímica e Biologia Molecular; e Desenvolvimento Regional Sustentável.

No entanto, já tem perspectiva de novas pós-graduações, como a especialização em Libras. Também foram enviadas cinco propostas de mestrados que são: Administração em Gestão da Inovação, Ensino de Ciências e Matemática, ambos profissionais; Ciências Médicas II; Comunicação e Cultura; e Filosofia. Os três últimos são acadêmicos. Os documentos necessários para a efetivação dos cursos, em sua primeira etapa, já foram entregues.

Para adequar os novos cursos, a UFCA está passando por obras de urbanização no campus de Juazeiro do Norte. São quase R$ 4 milhões investidos. Os prédios já criados terão interligação que possibilitará a inauguração da Residência Universitária.

Contribuição
Não só com pesquisas e projetos de extensão, mas UFCA tem contribuído para inserção de profissionais no mercado de trabalho local. São 270 empresas públicas e privadas com convênio ativo recebendo os estudantes para os estágios. Além disso, 80% dos alunos são oriundos de escolas públicas. "É uma universidade bebê. Mas com um papel de inclusão", acredita Ricardo Ness.          Fonte: Diário do Nordeste

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