domingo, 29 de julho de 2018

Mais de 15% dos adolescentes entre 15 e 17 anos estão fora das salas de aula no Brasil


Colocar na escola os 2,5 milhões de crianças e adolescentes que ainda não estudam é apenas uma das tarefas dos próximos governantes que se comprometerem com a melhora na educação. É preciso garantir que essas pessoas conseguirão completar o ciclo educacional, o que tem se mostrado um dos maiores desafios do país, de acordo com especialistas.

A maior prova disso é que, embora 98,5% das crianças de 6 a 14 anos estejam nas escolas, o mesmo não acontece nas etapas seguintes. Entre os adolescentes de 15 a 17 anos, que deveriam estar no ensino médio, só 84,3% estudam. O maior desafio, atualmente, se concentra nessa faixa, aponta Olavo Nogueira Filho, diretor de políticas educacionais do movimento Todos Pela Educação. “Alguns índices têm melhorado, mas, quando chega aos anos do ensino médio, ainda há problemas”, diz. O número de matrículas nessa faixa etária caiu de 8,1 milhões, em 2016, para 7,9 milhões no ano passado.

Além de ter menos pessoas chegando ao ensino médio, há um alto índice de evasão escolar nessa fase, que, segundo o Ministério da Educação, chega a 11,2%. É o caso de Lucas Gomes, 23 anos, que só estudou até o primeiro ano dessa etapa e, agora, pensa em voltar. Morador de uma das regiões mais pobres de Brasília, a Estrutural, ele abandonou as salas de aula para trabalhar. “Não terminei por necessidade de trazer sustento para a casa. Meus familiares não tinham boas condições financeiras”, conta ele.

Hoje, oito anos depois da interrupção do ensino, o serralheiro considera a possibilidade de frequentar novamente a escola, por melhores condições de vida e acesso ao mercado de trabalho. A preocupação dele não é à toa. De acordo com estudos, a renda do brasileiro pelo menos dobra com a obtenção de um diploma universitário. Na faixa etária de 30 a 39 anos, a renda mensal com Ensino Médio completo é de R$ 1,8 mil. No entanto, quando analisado o mesmo grupo com quem tem diploma, chega a R$ 4,7 mil, 2,6 vezes maior. Fonte: Correio Braziliense

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