domingo, 31 de março de 2019

Juazeiro: A sucata de Seu Lunga se perdeu para um estacionamento


Sucata de Seu Lunga na Rua Santa Luzia (Foto: Normando Sóracles)
A loja de Seu Lunga deixou de existir em 2015. Na época, seus itens foram vendidos para curiosos e colecionadores de plantão. Entre eles, estava o restaurador Haarllem Resende, que saiu do "leilão" da sucata com o banquinho favorito do finado Lunga. A peça original está conservada, ao contrário da loja na Rua Santa Luzia, que naquele mesmo ano abriu espaço para a instalação de um estacionamento. Imposições econômicas.

À época da demolição, um debate foi lançado nas redes sociais e vários usuários pediram que o local se transformasse em um museu da memória deste personagem juazeirense. O debate foi perdido. Uma estátua para Lunga também foi prometida e, por vezes, é lembrada... O projeto não saiu do papel ainda.

AGORA É... Estacionamento. Memória perdida. (Foto: Normando Sóracles)
Por certo o ponto comercial não tinha grandes atrativos. A visitação ficava por conta de curiosos importunando o proprietário Joaquim dos Santos Rodrigues, o Seu Lunga, também conhecido como Homem Mais Zangado do Brasil. Frequentemente, ao falar de Joaquim, esquecem de mencionar o lado poeta e repentista que o homem também foi.

Mas a fama veio mesmo pelo mau humor, que transformou Lunga em um personagem icônico do Ceará, levando seu nome para o país todo através de reportagens de TV e jornais. Não se sabe se a sucata rendia lucros por conta da fama de Lunga.


Os contos do nascimento da lenda divergem. A teoria mais recorrente aponta que em 1983 o poeta e cordelista Abrahão Batista escreveu “As Histórias de Seu Lunga, o Homem mais Zangado do Mundo”, texto que mais tarde seria taxado como "mentiroso" pelo próprio Lunga, indignado com as narrações a ele atribuídas. O cordel seria composto por frases que Lunga teria dado em resposta às perguntas "bestas" feitas por clientes de sua loja.

Nascido em Caririaçu no ano de 1927, veio para a terra do Padre Cícero na juventude, aos 20 anos de idade. Por aqui criou-se comerciante vendendo de joias à ferragens, passando por cereais e bugigangas. Ao longo da vida, teve 13 filhos, que deixaram mais 12 netos para ele. O zangado Joaquim "Lunga" Rodrigues morreu em novembro de 2014, aos 87 anos. Site Miséria

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