terça-feira, 28 de maio de 2019

Ajuste fiscal: Governo do Ceará sinaliza 'cautela' em convênios e emendas para obras


O corte de gastos na máquina pública do Estado, que veio a público na tarde de ontem, foi anunciado mais cedo pelo governador Camilo Santana (PT) à base aliada de deputados estaduais. Em encontro no Palácio da Abolição, o chefe do Executivo não adiantou as medidas, mas disse que o Governo não terá condições de bancar integralmente os convênios firmados com as prefeituras para obras no interior, sinalizando que emendas apresentadas pelos parlamentares para tais obras poderão ser atingidas.

Na presença de secretários de Estado, Camilo falou para 39 dos 46 deputados que formam a sua base de apoio na Assembleia Legislativa e ouviu muitos deles. O encontro ocorreu em meio a insatisfações de parlamentares sobre as dificuldades de ver os pleitos dos seus redutos eleitorais serem atendidos.

Um dos assuntos tratados foram as emendas parlamentares. No início, o governador foi claro ao dizer para os deputados que está "focado" em reduzir ao máximo os gastos do Estado e ampliar a arrecadação. Preocupado com a situação econômica brasileira e o "arrocho" orçamentário no Governo Federal, Camilo defendeu a necessidade de "puxar o freio" nas despesas para manter investimentos.

"Não há uma perspectiva positiva na economia brasileira. Janeiro foi um mês muito bom, mas, de fevereiro para cá, está havendo uma desaceleração, desemprego aumentando. Há incertezas, ninguém sabe o que é que pode acontecer, por isso que tem que dar uma freada. Precisa manter o Estado bem equilibrado. Já defini dentro do Governo um percentual de gastos por ano, divididos por mês, com investimento, com obras, com PCF, com convênios com prefeito. Claro que não vamos poder pagar tudo. Por exemplo, se tem um convênio que é R$ 500 mil, paga R$ 200 mil, vai fazendo os ajustes necessários", afirmou. Tal "percentual" de gastos não foi informado.

O impacto do ajuste fiscal sobre convênios firmados entre o Estado e as prefeituras, no âmbito do Pacto de Cooperação Federativa (PCF), pode atingir emendas apresentadas pelos parlamentares. Isso porque cada parlamentar tem direito a indicar por ano até R$ 1 milhão de recursos no Orçamento, dentro do PCF, para obras nos municípios.       Diário do Nordeste

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