sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Estudantes e servidores da UFC iniciam dia de paralisação com caminhada, em Fortaleza

(Foto: Leonardo Maia)

Em mais um dia de manifestação, estudantes de diversos cursos da Universidade Federal do Ceará (UFC) organizam uma agenda de paralisação e atividades em protesto contra a nomeação de Cândido Albuquerque como reitor da instituição. Desde as 9 horas desta sexta-feira, 30, os universitários estão no Campus do Pici, em Fortaleza. A ideia é caminhar dentro do campi a fim de mobilizar outros estudantes e fechar o cruzamento da avenida Humberto Monte em seguida. 

Lívia Guimarães, estudante do 5° semestre de Ciências Biológicas, conta que uma das principais motivações do ato é a nomeação de Cândido Albuquerque, menos votado na Consulta Pública, em detrimento de Custódio Almeida, o mais votado entre professores, alunos e servidores. "A autonomia universitária não foi respeitada pelo Bolsonaro. Nós exigimos que nossa autonomia seja respeitada, até porque sabemos qual a linha desse reitor. De ser bolsonarista, de tentar aderir ao Future-se, que é um programa que somos contra", reforça a jovem. 

Lívia também comenta que o protesto acontece em defesa das bolsas universitárias, cortadas temporariamente após contingenciamento, e do Restaurante Universitário (RU). "O que a gente vai continuar fazendo é isso: protestos pacíficos. A gente só quer poder ser respeitado. Vamos continuar fazendo protestos, aulas públicas, até para a gente entender o que estamos passando", finaliza.

O professor de Bioquímica e presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Ceará (ADUFC), Bruno Rocha, avalia que o momento atual é de intervenção na UFC. "Essa insatisfação reverbera em todas as categorias, por isso criamos o comitê [Autonomia Universitária]. Nossos atos estão concentrados em interagir em todos os espaços da universidade. Não é um movimento de poucas pessoas, não é um movimento de esquerda. Tem que lembrar que 95% dos votos foram contrários à proposta do Cândido", afirma Bruno.

Segundo Bruno, a ideia não é paralisar a universidade. A intenção é continuar com as atividades acadêmicas e fazer "contrapontos de manifestação". "Nesse sentido, a ideia de paralisação sempre é para que existam outras atividades, relacionadas ao dia a dia acadêmico. Nós não queremos que a universidade pare de funcionar, mas funcione com legitimidade dentro da democracia", encerra. 

Conforme a programação, inserida no "Autonomia Universitária", um movimento composto por professores, universitários e servidores, ainda vai acontecer uma caminhada do Pici ao Benfica, aulas públicas nos jardins da reitoria, ato na praça da Gentilândia e intervenção na abertura do Cine Ceará. Fernando Haddad, ex-candidato à Presidência da República, confirmou presença no ato na praça.                O Povo

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