quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Carro usado em assassinato do prefeito de Granjeiro teve GPS retirado dias antes do crime, diz polícia

O homem foragido da Justiça cearense preso na segunda-feira (27), no Maranhão, durante as investigações sobre o assassinato do prefeito de Granjeiro, João Gregório Neto, ficou com o veículo utilizado pelos suspeitos da morte do gestor por oito dias, antes da execução. Neste período, o GPS foi retirado do automóvel.

O carro Volkswagen Polo foi apreendido em uma revenda de veículos no dia 16 de janeiro, em Teresina, no Piauí. O automóvel estava sem as placas originais. O proprietário do estabelecimento foi autuado em flagrante pelo crime de receptação. Um segundo suspeito também foi preso após atirar contra policiais ao tentar fugir.

O prefeito João Gregório Neto, de 54 anos, foi assassinado a tiros enquanto caminhava na cidade do interior do Ceará, no dia 24 de dezembro de 2019.

GPS retirado 
De acordo o diretor do Departamento de Polícia Judiciária do Interior-Sul, Ricardo Pinheiro, as investigações policiais apontam que Carlos César Gonçalo Freitas, que estava foragido da Penitenciária Industrial Regional do Cariri (Pirc), permaneceu com o Volkswagen Polo por oito dias e que retirou o GPS do carro antes de o automóvel se deslocar para Granjeiro.


"O carro foi utilizado na execução do prefeito. Ele esteve em contato com o carro, e ele esteve de posse dele e retirou o GPS. E em seguida, o carro se deslocou para a prática do homicídio", afirmou Pinheiro. 

Ainda segundo o diretor, o próprio suspeito confessou, durante depoimento, que estava com o veículo nesse período. 

"A gente consegue colocá-lo, efetivamente na posse do veículo, até aproximadamente dia 12 e 13, quando é retirado o equipamento GPS, na cidade em que ele mora [Barreirinha, no Maranhão]. A partir daí, ele passa uma versão para a polícia de que uma outra pessoa teria repassado para outra pessoa. O que a gente está apurando e até onde isso é verídico", completou. 

Drogas e dinheiro em casa 
Durante as investigações, o suspeito estava com quatro quilos de cocaína embalada e dinheiro. Dois veículos locados em outro estado também foram encontrados no imóvel. "Efetuamos a prisão dele. Ele estava de posse de cocaína e de outros dois veículos em condições semelhantes. Veículos locados de locadoras e que utilizavam para tráfico de drogas e armamentos", afirma Ricardo. 

Na mesma ação policial no Maranhão, um segundo suspeito, natural do município maranhense de Barra do Corda, também foi preso na mesma propriedade onde Carlos foi encontrado. Os suspeitos foram levados para uma unidade da Polícia Civil do Maranhão para a lavratura do auto de prisão em flagrante. Os dois vão responder por tráfico de drogas e associação para o tráfico de drogas.

Suspeita de crime político 
O prefeito de Granjeiro foi morto quando se exercitava próximo à parede do Açude do Junco na manhã da véspera de Natal. Ele estava com 54 anos. Um carro suspeito foi visto por moradores se aproximando do prefeito antes de os tiros serem ouvidos. Foram pelo menos três disparos, segundo testemunhas. 

O secretário da Segurança Pública do Ceará, André Costa, já declarou que a polícia tem provas que indicam uma desavença política como motivação para o crime. O atual prefeito de Granjeiro, Ticiano Tomé, e o pai dele, Vicente Félix de Souza, de 60 anos, são suspeitos de envolvimento no caso.

A Polícia Civil chegou a pedir a prisão dos dois, mas a Justiça negou. Vicente Félix de Souza, contudo, está com uma tornozeleira eletrônica e deve se manter em área restrita do monitoramento.        G1 CE

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