terça-feira, 30 de junho de 2020

Pelo menos 10 pessoas sofreram ataques de marimbondos na Floresta Nacional do Araripe

Segundo relato de moradores, os enxames de marimbondos são comuns na região e ocupam toda a região da Chapada do Araripe. Foto da estrada do sítio Coqueiro, em Crato
Uma infestação de enxames de marimbondos está gerando preocupação em Crato. Segundo o secretário do Meio Ambiente e Desenvolvimento Territorial de Crato (SEMADT), Brito Júnior, pelo menos 10 pessoas “comunicaram que foram acometidas” pelos enxames, que, nesta época do ano, estão no processo de migração. Os incidentes aconteceram na última semana, nas áreas da Floresta Nacional (Flona) do Araripe-Apodi e Área de Proteção Ambiental do Araripe.

As pessoas foram levadas ao hospital e passam bem. Por conta da situação, a SEMADT emitiu notificado para que a população, principalmente frequentadores, evite caminhadas, pedaladas e passeios nas áreas durante as próximas duas semanas.

“Foi verificada nessas referidas áreas infestação de enxames de Marimbondos Amarelos (vespas comuns), insetos extremamente agressivos e que podem causar risco a saúde por envenenamento e  intoxicação, sobretudo em crianças e alérgicos”, disse a Prefeitura, em comunicado divulgado nas redes sociais.

Comportamento 
O secretário do Meio Ambiente da cidade explica que este é um comportamento sazonal das vespas na Região, que ocorre sempre após as chuvas. “Há uma semana e meia, frequentadores relatam ataques pelas vespas. São comuns na região mas não como surgiram. Na última sexta e sábado, foram incidentes mais graves com ciclistas”, aponta o titular. "Eram vários enxames, que acabaram partindo para essas agressões e alguns precisaram ser hospitalizados”. 

“Mais de 10 pessoas comunicaram que foram acometidas neste fim de semana, mas diversas outras entraram em contato ao longo da última semana. A gente resolveu sair com o comunicado para essas duas próximas semanas”, aponta. 

O titular explica que a região da Flona oferece circuitos de pedaladas - em Belmonte e Barreiro Grande; e Santo Antônio, Minguiriba e também na região acima das Almécegas, o que aumenta a circulação nestas áreas. 

Em decreto municipal deste domingo (28), a Prefeitura reforçou medidas mais rígidas de distanciamento social devido a pandemia de Covid-19. Segundo o documento, fica proibido no território municipal a aglomeração de pessoas em espaços públicos ou privados, além de atividades coletivas nestes espaços. O decreto fica válido até o próximo dia 5 de julho e institui o isolamento social mais rígido no Município, que já soma 770 casos confirmados e 12 óbitos. 

Cuidados 
O biólogo Francisco Nascimento Pereira Junior explica que, nessa época do ano, as vespas mudam de localidade: “Neste percurso, podem se sentir ameaçadas e atacar, e acontecer algum acidente. A pessoa pode tentar se defender e os outros (marimbondos) iniciam um ataque maior ainda”. Segundo o especialista, ainda é preciso mais informações para precisar qual a espécie envolvida e se há mais de uma. “Geralmente, nessa época, há a ocorrência dos Marimbondos Amarelos (vespa comum)”, aponta. 

“São perigosos por conta das toxinas. Se a pessoa tiver alergia, pode ter alguma coisa mais séria e, às vezes, a pessoa não sabe que tem a alergia. Além disso, por ser na trilha, o acesso a um profissional de saúde fica bem difícil. O indicado é buscar logo ajuda médica”.

O servidor público Luís Renato Bacurau, felizmente, não foi picado, mas se surpreendeu com a quantidade de marimbondos ao passar pela região. “Passei de moto e muitos vieram no capacete, mas nenhum me picou. Fiquei agoniado porque tinham muitos. Eu ia das Guaribas para o Jordão”, relata. “A gente consegue encontrar os marimbondos em qualquer canto da floresta e nas estradas eles também ficam voando. Está na serra toda, inclusive em outros municípios, como Jardim e Barbalha". 

Há uns cinco ou seis anos acontecem esses enxames. Esse ano o risco é maior porque as pessoas estão indo mais para a serra”, explica. 

Segundo o secretário do Meio Ambiente de Crato, Brito Júnior, o que se pode fazer é aguardar o momento natural de migração das vespas e respeitar seu espaço. “Não há muito o que fazer. São duas semanas para esse processo natural”, ressalta.            Fonte: Diário do Nordeste

Um comentário:

  1. Mais uma prova que a humanidade está despreparada para o simples fato de sobreviver... Acostumou com a cidade, descuidou que como seres pensantes precisariam aprender mais sobre as outras formas de vida e os ambientes, se depara com essa simplicidade natural que todo ano ocorre na floresta... Fugindo da aglomeração esqueçaram que a floresta apesar de não parecer ainda tem suas espécies e seus perigos.#vamosconhecerevalirizarafloresta

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