quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Entrega de relatório que indicará causas do rompimento de conduto da barragem de Jati atrasa

(Foto: Antônio Rodrigues)
O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) informou que o relatório preliminar da perícia para identificar as causas do rompimento do conduto na barragem de Jati só será finalizado no final desta semana. A consultoria independente contratada para o caso adiou o prazo inicial, que era de 21 dias a partir do último dia 1º, em função da “complexidade identificada no local”, disse em nota.

A Pasta afirmou ainda que os resultados da investigação só serão informados após o relatório final da perícia, previsto para ser entregue no final de outubro. Só assim, poderão atestar a responsabilidade do rompimento. A barragem foi concluída em 2018, entregue pelo grupo empresarial Serveng.

O incidente ocorreu no último dia 21 de agosto, causando a remoção de 2 mil pessoas de áreas sob risco de rompimento do reservatório. As famílias retornaram apenas 72 horas após o rompimento do duto. A situação causou tumulto e, no dia seguinte ao episódio, uma comitiva com o próprio ministro Rogério Marinho, o secretário Nacional da Defesa Civil, o coronel Alexandre Lucas Alves, e o governador Camilo Santana visitou a cidade. 

Momentos antes da ruptura, moradores flagraram, em vídeo, a umidade nas paredes do conduto, além de evasão de líquidos na comporta da barragem. Segundo o geógrafo Clistenes Teixeira, doutor em Geologia com ênfase em mapeamento geotécnico e erosão hídrica pela Universidade Federal do Ceará (UFC), o escoamento de água na lateral da estrutura já indicaria problemas. 

Recuperação 
A talude da barragem de Jati, atingida com força pela água, foi recuperada no dia 10 dias após o episódio. Para este serviço, foram necessários, aproximadamente, 100 máquinas e cerca de 200 trabalhadores, que se revezaram em três turnos. Após técnicos do MDR atestarem a segurança, no dia seguinte foi iniciada a investigação. 

Já as reestruturações do conduto que rompeu e demais obras afetadas, como a casa de força, o MDR, através de sua assessoria, informou que isso ainda está sendo avaliado, mas o serviço só deve ser reiniciado após a conclusão da investigação. 

Enquanto a retomada do transporte das águas pelo Eixo Norte, no sentido Paraíba/Rio Grande do Norte, o ministério busca uma alternativa para seguir com os testes das estruturas, com a passagem do recurso hídrico para açude Atalho, em Brejo Santo, pelo vertedor da Barragem de Jati. Já, os testes para o Cinturão das Águas do Ceará não foram afetados.                                    Fonte: Diário do Nordeste

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