sábado, 30 de setembro de 2017

Assembleia Legislativa pode escolher novo nome

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O presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), conselheiro Edilberto Pontes, disse ao Diário do Nordeste que o órgão não tem nenhuma oposição ao nome de Ernesto Saboia como indicado da Assembleia Legislativa para compor os quadros da instituição na vacância surgida após a aposentadoria do conselheiro Teodorico Menezes. Respondendo a solicitação feita por Heitor Férrer (PSB) e pelo conselheiro em disponibilidade Manoel Veras, Pontes afirmou que a indicação cabe ao Legislativo Estadual, desde que atenda aos requisitos constitucionais.
O deputado Heitor Férrer e o conselheiro Manoel Veras ingressaram com pedido junto ao Tribunal de Contas do Estado solicitando a imediata nomeação de Veras como conselheiro do TCE, por entenderem que a indicação imediata deveria ser do magistrado em disponibilidade mais velho, o que não será acatado pela instituição. "Eu ainda não despachei, mas meu entendimento é de que esse pedido não é cabível, pois a vaga é da Assembleia Legislativa", afirmou Edilberto.
O presidente do TCE disse respeitar as opiniões de Heitor e Manoel Veras quanto à discussão jurídica, mas seu entendimento pessoal é que a vaga é da Assembleia Legislativa. "Atendendo todos os critérios de reputação ilibada, ter mais de 35 anos e tendo notável saber, não vejo impedimento. A Assembleia tem liberdade de escolher quem considerar adequado".
Para Edilberto Pontes, o conselheiro em disponibilidade Ernesto Saboia "é uma pessoa que tem experiência e é tido como um bom técnico, porque foi conselheiro do TCM por muito tempo e é visto pela gente como um bom quadro". Ele ressaltou que não há nenhuma oposição no TCE quanto ao nome de Saboia. "É uma escolha da Assembleia e ela tem o poder de decidir quem bem entender. Só queremos que atenda aos requisitos constitucionais", afirmou.
O conselheiro Manoel Veras esteve na Assembleia na quarta-feira passada, onde conversou com alguns parlamentares. Ao Diário do Nordeste ele disse que, caso fosse necessário, iria entrar na Justiça se outro nome que não o seu fosse indicado pelos membros do Poder Legislativo. Já Heitor Férrer, autor da Emenda que extinguiu o TCM, vem defendendo que o conselheiro em disponibilidade mais velho assuma, de imediato, o cargo.
O Supremo Tribunal Federal (STF) deve julgar na próxima semana ação da Associação dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon) sobre a legalidade da extinção que o Tribunal de Contas dos Municípios, aprovada pela Assembleia Legislativa em agosto passado. O TCE é parte interessada no processo, uma vez que entrou com "amicus curiae" por conta de informações inverídicas que foram protocoladas na ação da Atricon. "Entramos para desfazer alguns argumentos da Atricon que dizia, por exemplo, que após a extinção do TCM, nós havíamos interrompido a fiscalização in loco. Mostramos ao Supremo que as informações eram falsas".
Processos
Ele disse ainda que a fiscalização no órgão estava interrompida desde maio e foi retomada recentemente na gestão do TCE. Eles também retomaram o funcionamento do órgão até às 17 horas, visto que até então, o expediente era encerrado às 14 horas. "Hoje o TCE oferece um controle muito mais efetivo do que estava sendo realizado antes. Os julgamentos foram retomados, assim como a fiscalização e os processos, que estão sendo analisados para não prescreverem. A informação da Atricon era falsa e restabelecemos os fatos".
Ele destacou que a Associação havia informado ao Supremo que o TCE havia recebido 25% a mais do orçamento, o que não se configurou como uma informação verdadeira. "Todas as dotações foram transferidas integralmente, sem nenhum centavo a mais", apontou Edilberto Pontes, que prepara mudanças para a estrutura do TCE. .

Procap atua em mais de 40 processos criminais

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A coordenadora da Procuradoria dos Crimes contra a Administração Pública (PROCAP), Vanja Fontenele, afirmou que o órgão atua, no momento, em mais de 40 Procedimentos Investigatórios Criminais (PICs). Apesar de melhorias no setor, desde 2014, ela diz que ainda há dificuldades no combate à corrupção no Ceará.
Fontenele esteve presente, ontem, no Congresso Internacional sobre Combate à Corrupção, realizado, na sede do Tribunal de Contas do Estado (TCE), que contou anda com presença de diversas personalidades que atuam no combate à corrupção, dentre elas o procurador-geral de Justiça, Plácido Rios, e o presidente do TCE, o conselheiro Edilberto Pontes. O evento tinha como objetivo o fortalecimento da cooperação entre Ministério Público Estadual e TCE, em busca de unir esforços na luta contra a corrupção vigente no Estado.
Atualmente, a Procap é composta por apenas cinco promotores assessores e uma coordenadora, que é Fontenele. De acordo com ela, há um volume de, pelo menos, 46 Procedimentos Investigatórios Criminais que foram instaurados ao longo de 2017, além de demandas ainda existentes de anos anteriores. "São indícios de ilicitudes de agentes públicos relacionados aos crimes contra a administração pública para confirmar ou inocentar os investigados", explicou a coordenadora.
Há ainda ações judiciais contra outros gestores e também àqueles que terminaram seus mandatos, onde os processos voltam para as comarcas de origem, visto que os agentes perderam a prerrogativa de foro. A Procap também é responsável por processos daqueles que foram reeleitos, conforme afirmou. De acordo com Fontenele a estrutura da instituição necessita ser melhorada, mas comparado ao ano de 2014, evoluiu bastante. "Temos um sistema de informática que nos ajuda nas pesquisas e setor de análise e pesquisa. Não é uma estrutura que nos satisfaça plenamente, mas tem nos dado certa segurança", disse ela, destacando a necessidade de maiores investimentos na inteligência do órgão de fiscalização.
Tratando sobre o tema corrupção, o procurador Plácido Rios explicou que a Operação Lava-Jato teve êxito em alguns lugares porque foi dividida em fases e em cada fase novas ações penais eram interpostas com o que já havia sido investigado. Segundo ele, as ações já cegaram ao Ceará, ainda que forma tímida. "Evidentemente que há participação nesses esquemas de corrupção, mas existem instâncias competentes para o julgamento", salientou.
Segundo ele, muito em breve, pessoas que praticaram delitos terão consequências dentro do processo regular "que serão concluídos em seu devido tempo. O procurador-geral também destacou que a estrutura da Procap está aquém das necessidades da população cearense, visto que atualmente o País vive uma situação de corrupção sistemática, e por isso não é tão difícil de descobrir práticas de corrupção nos municípios cearenses.
Investigado
"Tivemos o Mensalão e em seguida a Lava-Jato, e o ministro Barro, apareceu estupefato, porque as pessoas continuam com as mesmas práticas. Aqui no Ceará elas também mantém essa prática", disse ele lembrando operação desenvolvida pela Porcap fiscalizando decretos de emergências, "que são panos de fundo para as práticas de ilícitos".
"Diversas operações foram construídas com promotores no Interior. Muitas vezes o prefeito deixa da função de ordenador de despesa para transferir para o secretário, a fim de que não se tenha foro de prerrogativa e não seja investigado".
Controle
Plácido Rios destacou que a Procap está conseguindo construir um grupo focado apenas neste tipo de irregularidade, ressaltando ainda que o "norte" do Ministério Público, hoje, é o combate à corrupção em todo o Estado, mesmo com as limitações existentes. Já o conselheiro Edilberto Pontes destacou o processo de parceria entre Ministério Público e TCE em diversos municípios do Estado que vem contribuindo para evitar o aumento de casos de corrupções em diversas prefeituras do Ceará.
"Os órgãos de controle não podem agir de forma isolada. O TCE realiza muitas auditorias e elas podem gerar multas por gestores no âmbito do tribunal, mas quando o Ministério Público entra tem indícios de improbidade administrativa ou de crimes", explicou o conselheiro. Com um aprofundamento feito pelos promotores do Ministério Público ações penais podem ser movidas, o que reforma o papel do TCE na sociedade cearense.

Acidente com vitima fatal no Distrito de Dom Quintino na cidade do Crato

Por volta das 21horas desta sexta-feira,29, na CE- 386, a cerca de 1 quilômetro da sede do distrito Dom Quintino, no Crato, foi registrado um acidente de trânsito com vítima fatal. De acordo com informações de populares, o agricultor conhecido popularmente por “Tico do Jardim”, que seguia em sua moto com destino ao Sítio João Grande, se chocou violentamente contra um gol de cor branca, que seguia na direção contrária. 

“Tico do Jardim” teve morte imediata. Uma segunda vítima também sofreu ferimentos e foi socorrida, trata-se da companheira de “Tico”, a também agricultora, Francisca Lira, que durante o impacto da colisão foi arremessada a uma distância de cinco metros da motocicleta. Os dois estavam sem capacete.

Uma equipe de profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência- SAMU, foi acionada ao local, assim como militares da Polícia Rodoviária Estadual- PRE, esteve adotando as medidas cabíveis.

Os profissionais do SAMU constataram que o piloto não apresentava sinais vitais, e realizaram o socorro da segunda vítima. O  corpo de Tico do Jardim foi trasladado para o Núcleo de Ciências Forense Regional do Cariri, onde será necropsiado.

Dois mortos e dois baleados em chacina no Crato

Pelo menos dois homens foram mortos e um terceiro ficou ferido durante uma execução ocorrido na noite desta Sexta-Feira, na Avenida Chagas Bezerra onde dar acesso ao Estádio Mirandão.

Segundo informações que um advogado seguia em seu carro Palio de cor preta que era ocupado por cinco pessoas os três clientes e seu assistente. Os três tinham prestados depoimentos na delegacia do Crato sobre crimes praticados na região como não houve comprovação dos delitos os três foram liberados.

No trajeto para casa na altura de um semáforo o veiculo foi abordado por homens não identificados que de posse de armas efetuaram vários disparos de 40 e 380 causando a morte de dois ocupantes do veiculo o advogado também saiu lesionado ele saiu correndo e pediu socorro em uma residência nas proximidades onde o crime ocorreu em seguida foi levado para o Hospital. A terceira vitima foi socorrida as pressas pelo  Samu para o Hospital São Francisco em Crato.

A policia do Crato esteve no local e adotou os procedimentos cabíveis, assim como os profissionais do Samu contataram que as duas vitimam que estava no interior do veiculo não apresentava sinais vitais. O rabecão foi acionado para realizar o translado dos corpos para o núcleo de Ciência Forense Regional do Cariri.
   
As vitimas não foram indicificadas pela policia do Crato 

Jaguaribara está esvaziada após 16 anos de promessas

A área urbana amarga o agravamento da crise financeira, que se abate sobre o comércio, com o fim da produção de pescado, e assiste ao esvaziamento e ao crescimento da violência ( Fotos: Honório Barbosa )

Jaguaribara. Dezesseis anos após a transferência de famílias da antiga para a nova Jaguaribara, em decorrência da construção do Açude Castanhão, o maior do Estado, a promessa de uma vida próspera para agricultores e moradores ainda permanece descumprida. Projetos produtivos não foram implementados em sua totalidade. A área urbana amarga o agravamento da crise financeira, que se abate sobre o comércio, com o fim da produção de pescado, e assiste ao esvaziamento e ao crescimento da violência.
Entre os habitantes adultos, há um sentimento misto. Saudade da antiga cidade, pequena, típica do Interior, às margens do Rio Jaguaribe, de casas conjugadas, da conversa noturna na calçada, do plantio de vazantes; de desesperança com o novo inacabado; e um reconhecimento de que a mudança trouxe aspectos positivos, um centro urbano planejado, saneado, casas melhores e mais amplas.
Planejada
Jaguaribara é a primeira cidade planejada do Ceará. Apresenta topografia plana, ruas e avenidas largas, com ciclovias, casas separadas com áreas laterais. A arquitetura moderna alargou o centro urbano, há distanciamento entre imóveis. Surge a impressão de grandeza e uma constatação de um núcleo esvaziado, quase abandonado.
"A cidade está mais pobre com a paralisação dos criatórios de pescado de forma intensiva no Castanhão", observa a secretária de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Pesca do Município, Lívia Barreto.
O setor movimentava R$ 7 milhões por mês. A queda no comércio é superior a 30%. A produção estimada era de 20 mil toneladas por ano de tilápia, no reservatório. "Enfrentamos uma crise nacional econômica e uma local grave".
Evasão
Veio o desemprego e aumentou a saída de moradores, operários e jovens, em busca de trabalho, de novas oportunidades. Uma escola de Ensino Médio encerrou atividades no ano passado. Lojas fecharam. "O dinheiro que circula por aqui é de aposentados e da Prefeitura", observa Maria Edneide Cavalcante, secretária da Paróquia de Santa Rosa de Lima. "Voltamos a ser o que era na antiga cidade, pobres".
O Castanhão acumula apenas 4% de sua capacidade. Ninguém imaginava que aquele mar imenso de água doce um dia iria se acabar. Está prestes a secar. "A esperança de um futuro, de melhoria de renda era a barragem. A cidade sobrevive, depende economicamente desse açude", disse o padre Marcos Oliveira. O sacerdote pontua: "Não há possibilidades de trabalho, as pessoas estão indo embora; e a violência, assaltos, que ninguém via, estão surgindo e trazendo medo".
O padre Marcos Oliveira lembra de muita promessa de trabalho e renda a partir dos projetos produtivos que não foram implementados. "O contexto social e econômico da região é de pobreza e não dava para prometer o paraíso aqui nessas terras dependentes da chuva. Mas prometeram, alimentaram o sonho". A religiosa irmã Bernadete foi, até 2010, uma voz em defesa dos direitos dos moradores e agricultores. Reivindicou, lutou.
Atualmente mora em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza. "Quando saí, deixei 14 pendências, promessas não cumpridas pelo governo, pelo Dnocs e a maioria permanece", disse. "Os políticos passam, as ações não são efetivadas e o povo sofre". A freira lembra, entretanto, que houve conquistas. "Não se pode apenas olhar para as falhas", disse.
Saudade
Os moradores com mais de 30 anos guardam saudades da antiga cidade. "O saudosismo é grande, há emoção, lembrança do rio que passava ao lado da antiga Jaguaribara", disse o padre Marcos Oliveira. "A infraestrutura da nova cidade é incomparável, mas não se pode apagar o patrimônio sentimental, cultura do povo, dos mais velhos".
Os jovens com menos de 20 anos não têm o sentimento de perda, apenas conhecem a história dos pais e avós, e lamentam a falta de oportunidade na cidade nova. "Estou estudando em Limoeiro do Norte, me preparando para o Enem", disse Henrique Alves. "Quero fazer uma faculdade, sair daqui porque não há trabalho", completou.
A primeira casa entregue em Jaguaribara foi em 26 de julho de 2001. Em seguida, houve a mudança das famílias. Missa e procissão com as imagens dos santos, Santa Rosa de Lima e São Sebastião, que foram introduzidas na nova Igreja Matriz, marcaram o evento. A mudança se completou em fins de 2003 e, no início de 2004, quando a barragem encheu em 20 dias, os antigos agricultores e moradores tiveram que sair de suas terras, nas áreas rurais.
Perda
"O meu sentimento é de perda e aquela madrugada da procissão, da mudança das famílias, mais parecia um velório", diz Maria Edneide Cavalcante. A aposentada Francisca Oliveira diz que já se acostumou. "No começo, foi estranho, ruim, sem vizinhos para conversar, mas o jeito foi aceitar". O comerciante Francisco Souza corta logo a conversa e o sentimento. "Eu me acostumei logo no outro dia".
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Francisco Saldanha, 81, morava na zona rural de Jaguaribara, próximo ao açude Velame, onde costumava fazer vazantes de batata, feijão, arroz, macaxeira, no sítio Macambira, onde havia mais de 100 agricultores. "Uns tinham terra, outros eram moradores", disse. "Tudo isso ficou para trás e por aqui há todo tipo de sentimento, uns acham melhor, outros pior, mas não tinha outro caminho a fazer. Para mim, o passado era o céu".
Saldanha reclama dos projetos de irrigação e da criação de vacas leiteiras, que não foram implantados em sua totalidade. "O que estava dando certo era o peixe, que se reproduzia demais, mas o açude está secando e os criatórios se acabaram".
Injustiça
O líder sindical encontra coro no legislativo municipal. O vereador Daniel Gonçalves é enfático. "Há 14 anos que um grupo de 120 produtores rurais espera por recursos e matrizes para criar o gado leiteiro, mas, até agora, nada", disse. "O que fizeram com agricultores de 23 comunidades que foram cobertas pelas águas, que tiveram que sair de suas terras, foi a maior injustiça social".
Os produtores viram, durante todos esses anos, a água do Castanhão escorrer no Eixão das Águas em grande quantidade para abastecer o consumo residencial, comercial e industrial da Região Metropolitana de Fortaleza, atender à demanda do Pecém. "Agora, a água está se acabando para todos, pouco deram para nós", disse o produtor rural José Geraldo Almeida, que com muita dificuldade tenta criar seis vacas. "Estão cortando a água para irrigar o capim", disse.
Sem investimento
A Prefeitura de Jaguaribara praticamente assiste à crise econômica e social se abater sobre a cidade sem capacidade de reação. O Município enfrenta queda das receitas de FPM e ICMS, as duas principais fontes. Até 2012, havia um convênio com o governo do Estado, que liberava recursos para manutenção da cidade no valor de R$ 96 mil mensais, aplicados na limpeza pública e outros serviços.
"Estamos tentando reativar essa verba", disse o secretário de Planejamento, Administração e Finanças, Willame Duarte de Oliveira. "A nossa situação é crítica, estamos mantendo a folha de pagamento em dia com muito esforço e ainda temos que complementar recursos para saúde e educação".
Para Willame Oliveira, oriundo da antiga Jaguaribara, o sonho de uma nova vida, uma cidade desenvolvida e rica, não se realizou. "Essa cidade foi planejada para 70 mil moradores, mas tem pouco mais de dez mil, e vem perdendo população a cada ano", frisou. "Hoje, a cidade está esvaziada, parece um deserto, sem investimento".
A secretária Lívia Barreto lembra que, após a mudança, Jaguaribara começou a crescer. Vieram os projetos de piscicultura, a economia foi impulsionada, havia a expectativa de mais renda oriunda da agricultura, pecuária. Mas, nos últimos dois anos, veio a crise. "Não podemos negar que há um momento de decadência, pois 60% da economia local giravam em torno da piscicultura", observou. "Em termos financeiros, a vida das pessoas estava melhor".
Sobre as relações sociais, o modo de viver entre a velha e nova Jaguaribara, Lívia Barreto expressa saudade da infância, da adolescência. "É como se a gente não fosse da cidade, não há vontade de ir para a praça. As pessoas só se juntam quando alguém morre. Houve resistência na mudança, de 12 mil moradores. Só vieram seis mil. O sofrimento de pais e avós reflete na gente", finalizou.
Fique por dentro

Conheça mais sobre o antes e depois

A data de emancipação de Jaguaribara permanece a anterior, 9 de março de 1957. O Município surge do desmembramento de Jaguaretama. A denominação é em homenagem a uma tribo indígena Tupi. A origem é o povoado de Santa Rosa.
No dia 25 de setembro é feriado municipal em comemoração ao aniversário, inauguração da nova cidade, em 2001. Em 26 de julho de 2001, ocorreu a entrega da chave da cidade pelo então governador, Tasso Jereissati, e da primeira casa, após celebração de missa na antiga Jaguaribara, seguida de procissão com as imagens de Santa Rosa de Lima, padroeira; e São Sebastião, copadroeiro, em uma viatura do Corpo de Bombeiros. De carro, centenas de moradores acompanharam o cortejo.
Segundo dados do IBGE, Jaguaribara registrou 10.399 moradores no censo demográfico de 2010. A estimativa populacional para 2017 é de 11.295. É a primeira cidade totalmente projetada, planejada do Ceará.
O Açude Castanhão é o maior do Ceará, com capacidade para acumular 6,7 bilhões de m³. Hoje acumula apenas 4%, segundo a Cogerh. Foi inaugurado em dezembro de 2002. O reservatório cobriu a antiga Jaguaribara em fevereiro de 2004.
Enquete

Qual é o seu sentimento?

"De tudo você encontra por aqui. Tem os satisfeitos, que melhoraram; outros que já perderam a esperança, não acreditam mais que os projetos serão concluídos; outros insatisfeitos e que achavam que a vida na cidade velha era melhor. Para mim, era o céu"
Francisco Saldanha. Aposentado
"O sentimento do povo que vivia na antiga Jaguaribara é de saudosismo, das lembranças do rio, das rodas de conversa nas calçadas, do jeito de viver que mudou e é sentido pelos mais idosos. Havia esperança de um futuro melhor que não chegou"
Marcos Oliveira. Padre

Escola está inacabada há quatro anos



Apesar de a Secretaria de Educação afirmar que as obras continuam, o cotidiano dos serviços vem sendo acompanhado pelos moradores. A demora na conclusão motivou o pedido de uma auditoria por parte do governo do Estado

Fortaleza. Lideranças comunitárias e moradores de Caiçara e Preá, no litoral de Cruz, requereram, nesta semana, uma auditoria técnica para apurar a paralisação da obra de construção de uma unidade de ensino, voltado para os moradores do Vale do Acaraú, destacando aquele Município e ainda o de Jijoca de Jericoacoara, ambos no litoral Oeste do Ceará.
A constante interrupção dos serviços da Escola Família Agrícola (EFA) foi motivo de uma mobilização da comunidade, que chegou a protocolar o pedido no gabinete do governador, alegando que a licitação data do ano de 2012 e atualmente se encontra com canteiro de obras abandonado.
O documento, que foi protocolado sob o Nº 6.753.532, de 25 de setembro passado, decorreu da indignação, conforme disse o médico Emílio Furlani, do estado de abandono como a construção se encontra, principalmente se considerar o benefício que traria aos jovens daquela região no âmbito da profissionalização e, consequentemente, para a melhoria das oportunidades de emprego e renda na região.
Polêmica
Segundo Emílio, desde o ano de 2000, a partir de um a visita à Associação de Desenvolvimento Sustentável e Solidário da Região Sisaleira (APAEB), no município de Valente, na Bahia, foi tomado conhecimento de uma EFA. No documento encaminhado ao governo do Estado, os signatários disseram reconhecer "como perfeitamente replicável no nosso meio, vindo ao encontro dos nossos interesses e carências", afirma.
Por iniciativa da Igreja católica, foram doados 180 hectares de terras da Diocese de Sobral, para a construção da unidade de ensino, considerando a vulnerabilidade da juventude, que se via em meio à falta de perspectivas de atividades produtivas.
O presidente da Associação Escola Família Agrícola Vale do Acaraú (Aefava), Gilson Moura, lembra que as obras tiveram início em 2013. Mas houve sucessivas interrupções, em que a crise econômica se tornou uma explicação comum para o atraso.
Importância
A suspensão mais dolorosa ocorreu, conforme conta Gilson Moura, em setembro de 2015, quando as atividades pararam durante seis meses. Depois, houve um retorno ao trabalho, que durou apenas quatro meses. Em março passado, reiniciaram-se as obras, em ritmo lento, com 14 operários.
"A nossa associação, especificamente a comunidade de Caiçara, e os visitantes interessados, acompanham com bastante preocupação o canteiro de obras, onde estão enterrados tantos investimentos, anseios e esperanças", afirma.
"Nossas expectativas são enormes diante dessa obra, que vai reconhecer a metodologia do ensino e a economia local. Com isso, possibilita-se oportunidades para todos os jovens da região e a valorização do trabalho do campo", ressaltou Gilson.
Com tantas paradas e recomeços, a angústia tomou conta da comunidade. O médico Emílio Furlani, que é um entusiasta da ideia, não nega sua frustração pela desatenção com a ação. "Caminhamos por entre paredes inacabadas, já com aspecto de escombros, tetos desabados antes de concluídos, lajes fora de esquadro, madeiras carcomidas, mato nascendo nos intermeios, ferragens expostas em corrosão, montes de formigueiros e cupins", conta.
Segundo Emílio Furlani, a ideia da escola agrícola preenche uma lacuna importante na questão do ensino profissionalizante, atendendo uma demanda que sofre com a falta de acesso ao mercado de trabalho. "Esse é um pleito que, na verdade, aguardamos há 15 anos. A demora tem sido compreendida com um misto de crise econômica e corrupção", disse o médico, que atende na região.
Continuidade
Ao mesmo tempo, Furlani conta que houve uma visita do governador Camilo Santana, prometendo a retomada das obras, o que chegou a ocorrer, mas no ritmo necessário para uma obra que se arrasta desde 2012, quando foi concluído o processo licitatório. A unidade escolar fica localizada a 40Km da sede.
Em vista disso foi que se tomou uma medida mais forte com relação ao enfrentamento do problema, ao requerer a auditoria técnica. "Por conta do exposto, achamos por bem solicitar à V.Sa. Uma auditoria fiscal, na ânsia de tomarmos conhecimento da real situação de nosso projeto", afirma o documento.
Sobre o assunto, a assessoria de imprensa da Secretaria da Educação (Seduc) informou , por e-mail, que o governo está adotando as providências necessárias em relação ao caso. A empresa responsável já foi notificada com relação ao ritmo lento da execução.
Ainda conforme as informações da Seduc, a construção da Escola Família Agrícola está em andamento e a previsão para conclusão do prédio é até fim de dezembro deste ano.
Fique por dentro
Embora licitada em 2012, obra iniciou em 2013
Para que a Escola Família Agrícola fosse viabilizada, membros da Aefava participaram de vários encontros e treinamentos, na EFA de Soinho (Piauí); e na EFA Dom Fragoso, de Independência (Ceará), com a ajuda e o apoio do bispado de Sobral, na pessoa de dom Aldo Pagoto.
Em 2010, o governo estadual acenou com a intenção de encampar o projeto, por meio dos Ministérios da Educação e do Desenvolvimento Agrário. Por decisão em assembleia, foi feita a doação de dois hectares como contrapartida.
Em 2012, a obra foi licitada. Em janeiro de 2013, começou a construção, entregue à empresa denominada Tecnocom, com 70 a 80 operários. Com o tempo, o número de trabalhadores foi diminuindo, a fora o fato dos hiatos longos entre a suspensão e a retomada dos serviços.
Mais informações:
Seduc
Crede 3 - Acaraú
Rua Santo Antônio, 133
Outra Banda
Acaraú - CE
Telefone: (88) 3661-1498

Agência do Correio sofre o 4º ataque

Um segurança da unidade, que chegava para o serviço, também foi rendido pelos criminosos e teve a arma e o colete balístico levados ( Foto: TV Diário/reprodução )
01:00 · 30.09.2017
"Agência fechada. Motivo policial". A mensagem fixada na porta de entrada dos Correios de Pacatuba, na Região Metropolitana de Fortaleza, foi exposta em virtude de mais um ataque criminoso, registrado na manhã de sexta-feira (29). Este já é o quarto assalto ocorrido no local. Cerca de oito homens tiveram acesso ao cofre do estabelecimento, após abordarem o gerente da agência e fazerem ele e a família de refém. O bando fugiu levando uma quantia em dinheiro não divulgada.
A investida criminosa teve início quando o grupo localizou o gerente (identidade preservada), por volta de 7h45, no momento em que ele estava levando uma das filhas para o colégio. Em seguida, a esposa e uma segunda filha do casal também foram levadas de carro à agência, na Rua Presidente Getúlio Vargas, Centro de Pacatuba. O profissional teria sido obrigado a abrir o cofre.
Segundo informações da TV Diário, somente um homem entrou nos Correios para pegar o dinheiro, enquanto os demais davam cobertura à ação, ameaçando os familiares do gerente. Um segurança da unidade, que chegava para o serviço, também foi rendido e teve a arma e o colete balístico levados. Depois de subtrair o dinheiro, o bando fugiu e ainda não foi preso.
O titular da Delegacia de Repressão a Crimes Contra o Patrimônio (Delepat) da Polícia Federal (PF), Francisco Martins, informou que equipes estão em diligências nas ruas buscando novas informações sobre o caso. Ainda conforme o delegado, estão sendo realizadas perícias no local do crime. "Pedimos a colaboração da população com informações que possam levar aos responsáveis pelo roubo. Neste momento as investigações estão começando e nenhuma linha de investigação foi descartada", afirmou Martins.

Juazeiro do Norte pode ter mais de mil terreiros ativos


Um número expressivo de juazeirenses frequenta os terreiros da Cidade ( Fotos: Antonio Rodrigues )




Nos últimos anos, as religiões de matriz-africana têm realizado uma série de atividades em combate à intolerância religiosa no Cariri e têm realizado atividades de ativismo social
Juazeiro do Norte. A região do Cariri, sobretudo este Município, é intensamente marcada pela religiosidade popular. Todo ano, milhares de romeiros visitam Juazeiro do Norte em fé e devoção pelo Padre Cícero Romão Batista. No entanto, a "terra de oração e trabalho" esconde, graças ao grande número de cristãos, os praticantes das religiões de matriz africana: Umbanda e Candomblé. E não sou poucos.
Estima-se que, em Juazeiro do Norte, mais de mil terreiros de Umbanda estão ativos. O número não é preciso, pois muitos ficam na casa dos pais e mães de santo, que não manifestam publicamente. Mas, no livro "Registro da Umbanda", do historiador Renato Henrique Guimarães, apenas oito terreiros estão registrados no Município.
Já o Candomblé começou a ser praticado há cerca de 35 anos em Juazeiro do Norte, mas muito deles já estão registrados oficialmente. Hoje, 38 estão ativos na cidade, a maioria, nos bairros periféricos. Mas esse número também pode ser ainda maior.
Ativismo
Nos últimos anos, as religiões de matriz-africana têm realizado uma série de atividades em combate à intolerância religiosa no Cariri e têm realizado atividades de ativismo social.
O calendário de atividades começa no dia 21 de janeiro, quando umbandistas e candomblecistas convidam fiéis de várias religiões a percorrerem as principais ruas da cidade pela liberdade de crença. Além disso, realizam, no primeiro semestre de 2018, o Congresso de Tradições de Matrizes Afro-Indígenas.
Um deles é Samuel Esmeraldo, Tata Mutaruesi, 30, um dos mais jovens pais de santos da região do Cariri. Ele está à frente do Terreiro de Candomblé de Nação Angola Nzo Ngana Nzazi, que fica no bairro do Limoeiro.
Professor de Física na rede municipal de ensino, Pai Samuel é filho de mãe de santo e resolveu tomar atitude contra a intolerância. Atualmente, realiza seminários, rodas de conversa, feira de cultura afro e outras atividades para expandir o conhecimento sobre as religiões de matriz africana.
"Conheci o candomblé como um filho de santo de minha mãe, que, na época, pertencia à Umbanda", explica Pai Samuel. Para ser sacerdote tanto na Umbanda como no Candomblé são necessários, pelo menos, sete anos frequentando o terreiro, aprendendo e recebendo os ritos que fazem a evolução espiritual. "É normal e bem visto quando um católico vai ao trabalho vestido de branco no mês de maio, em louvor a Nossa Senhora, mas, quando um candomblecista vai de branco nas sextas-feiras com seus fios de contas é mal visto pelos colegas. Isto quando o patrão não faz proibições", diz.
O próprio terreiro de Pai Samuel já sofreu duas vezes com casos de intolerância religiosa. O primeiro, há dois anos, aconteceu justamente no mês da Consciência Negra, quando dois alunos de uma escola particular saíram do evento e arremessaram duas pedras quebrando um objeto sagrado. Em outro momento, seus antigos vizinhos colocavam músicas gospel em alto volume durante os cultos.
Discrição
Muitos terreiros em Juazeiro do Norte não se exibem em sua fachada com medo de sofrer intolerância. Pai Samuel acredita que é uma forma de defesa dos sacerdotes mais antigos não serem atacados. No entanto, acredita que as visitas de estudantes e o contato com as universidades têm mudado a perspectiva das pessoas sobre as religiões. "A forma como eles entram, permanecem e saem do terreiro é de destacar. Eles entram com muito medo, assustados. O sair é bem diferente. Parece que eles vêm quebrar correntes" diz.
Encantamento
Um destes casos é o do professor Darlan Andrade, que frequenta a casa Ilê Axé Oxum Tunji, em Juazeiro do Norte. Ele conheceu o Candomblé em 2013, em uma visita acadêmica, e acabou se apaixonando.
"Eu me vislumbrei pela religiosidade, pelos dogmas. Mas o que atraiu foi o acolhimento das pessoas. Encontrei um ambiente que abraçava várias causas, não segregava, não excluía as pessoas e pregavam um sentimento maior chamado amor", conta.
Já o estudante Fábio Lucas, 15, conheceu o Candomblé a partir de sua mãe. Ela apresentou o terreiro em uma das festas públicas. "Eu me encantei pelas danças das divindades. Foi muito interessante. Então, perguntei à minha mãe se podia ficar e ela deixou", lembra Fábio.
Os terreiros de Umbanda e Candomblé realizam mensalmente festas abertas ao público de todas as religiões. Mas os filhos, normalmente, ingressam na crença a partir de consultas por problemas amorosos, na vida profissional ou manifestação mediúnica. Muitos acabam gostando da cultura, das danças e do culto.
"O candomblé não é uma religião que você escolhe, mas você é escolhido. A gente não tem essa visão de buscar converter as pessoas, essa preocupação com número de filhos e fiéis. Estamos para ajudá-las. Muitos frequentam o terreiro, mas não são do Candomblé. São católicos, evangélicos, ateus, que gostam da cultura. Tem pessoas que estão frequentando há 10 anos, mas não foram iniciadas", acrescenta o Pai Samuel.
Descoberta
A mãe de santo Maria do Socorro Esmeraldo teve seu primeiro contato com a crença a partir de um caboclo que incorporou aos 13 anos de idade. Quando sua família a encontrou desmaiada, a vizinha percebeu que não era um problema "material", mas espiritual. Hoje, aos 61 anos, ela é sacerdotisa da Umbanda.
Natural de Crato, Mãe Socorro chegou a atender, por 20 anos, pessoas com problemas espirituais nos bairros da Vila Alta e Seminário, no Crato. Trabalhando, inclusive, na Expocrato, porque não cabia mais gente em sua casa. "Na época, recebi caboclo, Exu, Erê, mas eu não entendia nada, não sabia conversar sobre aquilo", lembra a sacerdotisa. Até que uma entidade disse para ela ir embora para a "cidade do homem de batina": Juazeiro do Norte.
"As pessoas tinham medo. Se eu sentasse perto de alguém, elas saiam de perto de mim. Naquele tempo, eu não vestia saias, era calça cumprida e bata branca. Eu ia para todo canto de branco e o povo pensava que eu era enfermeira. Eu não era nem besta", brinca Mãe Socorro, lembrando como evitava o preconceito na época.
Na parede da casa de Mãe Socorro há dois quadros, com Jesus e Maria. Todo ano, no dia 31 de dezembro, ela realiza a renovação do Coração de Jesus, um rito popular do catolicismo em Juazeiro do Norte, criado pelo patriarca da cidade, Padre Cícero: "Quem é da Umbanda é católico. Coloco o santo na parede só para enfeitar a sala. É como um retrato da gente. Mas o valor mesmo está lá em cima, que é Deus, né"?
A estátua de gesso do Padre Cícero no canto da sala não é à toa. Apesar de ser sacerdotisa de outra religião, ela tem muita devoção e admiração pelo santo popular. "O Padre Cícero é milagroso. Foi um grande médium e um grande cientista. Muito sábio ele", ressalta Mãe Socorro.
Fique por dentro

Diferencie Candomblé de Umbanda

O Candomblé é uma religião trazida da África para o Brasil por negros escravizados no período colonial. Nesse período, a Igreja Católica proibia os rituais, mas os escravos de diversas tribos e nações africanas continuaram cultuando seus orixás, suas divindades, omitindo-se em santos católicos. As diversas tribos se estabeleceram em vários lugares do Brasil e deram origem às Nações do Candomblé; no Brasil, a mais popular é a Ketu. A religião cultua a natureza por reconhecer nela energias que sustentam a vida na Terra. Por isso, crê em divindades como o fogo, água, ventos, terra, folhas.
Enquanto a Umbanda é uma religião brasileira, fundada em 1917, em Niterói (RJ), que sincretiza elementos das religiões africanas, cristãs e indígenas, acreditando que os orixás se manifestam por meio de mediunidade. A Umbanda junta elementos como o culto aos orixás e aos antepassados, elementos da natureza, aos seus santos católicos que foram sincretizados e também do Espiritismo, como reencarnação e progresso espiritual. No dia 15 de novembro é comemorado o Dia da Umbanda.

Apenas 34% praticam atividade física no Ceará

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A população nordestina é a que menos pratica atividades físicas e esportivas dentre todas as regiões do Brasil, de acordo com uma pesquisa do Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento (Pnud). No último dia 25, o órgão divulgou o Relatório Nacional de Desenvolvimento Humano 2017. Segundo a pesquisa, feita em 2015, apenas 36,3% dos habitantes nordestinos fazem atividades físicas regularmente. Em nível nacional, apenas três em cada dez brasileiros na idade adulta praticam exercícios físicos com regularidade. No Ceará, o número é igualmente alarmante: de forma geral, apenas 34,7% da população maior de 15 anos realiza alguma atividade física ou esportiva.
Este ano, a pesquisa abordou o tema 'Movimento é Vida: Atividades Físicas e Esportivas para Todas as Pessoas', apresentando a prática de atividades a partir de categorias sociais, como sexo e renda mensal. De acordo com o presidente da Comissão de Saúde do Conselho Regional de Educação Física da 5ª Região (Cref 5), Adriano Loureiro, esse resultado significa que mais pessoas estão adoecendo.
"O sedentarismo é grave e deve ser encarado como um sério problema de saúde pública. Ele está associado à morbidade e à obesidade, que leva ao surgimento de doenças, e consequentemente à mortalidade", afirma Adriano Loureiro.
De acordo com o levantamento, as pessoas com maior renda têm mais acesso à prática esportiva. Isso por que, segundo o presidente da Cref 5, para se fazer um exercício físico é preciso de um lugar estruturado, seguro e com orientação profissional, serviço que poucos podem pagar. No Ceará, o percentual de pessoas com renda de até 1/4 de salário mínimo que praticam exercícios é 28,3%. Já para os que possuem renda superior a 5 salários mínimos, o número chega a 71,7%.
Além disso, a pesquisa revela que os homens praticam atividades físicas 28% a mais do que as mulheres, cálculo que se confirma em todos os estados e pode ser associado à pratica do futebol, que é a atividade mais comum no Brasil de acordo com o relatório. Entretanto, não são todas que se enquadram no perfil.
Ilnah Vasconcelos, administradora, faz musculação há 20 anos e corrida há quatro. Para ela, a atividade física é um compromisso com o próprio bem-estar e, aliada à alimentação, traz grandes resultados. "Meus exames são muito bons e eu associo isso ao meu modo de viver. Eu gosto de me exercitar e se eu faltar a academia, já me sinto fisicamente cansada. Com as atividades, consigo ver os resultados no meu corpo e na minha disposição", comenta.
Escolas
Um dos destaques da pesquisa são as chamadas 'Escolas Ativas', que contam com uma estrutura que incentiva às atividades físicas. De acordo com o relatório, somente 0,58% das escolas brasileiras têm esse sistema, enquanto 38,56% estão ainda no patamar insuficiente, um grande problema, segundo Adriano Loureiro. "A prática de atividades físicas está muito associada ao que você aprende na infância, pois nesse período devem ser realizadas atividades mais prazerosas e leves. Desse modo, se a criança não recebe estímulos quando pequena, dificilmente será uma adulta ativa. Seu corpo estará em repouso sempre e sair desse conforto é muito mais difícil", salienta o profissional.
A falta de incentivo durante a infância não é o único obstáculo enfrentado. O relatório da Pnud revela, ainda, que o maior motivo para os brasileiros não praticarem esporte é a falta de tempo, principalmente entre os jovens de 25 a 39 anos, em que o percentual chega a 52,2%.
Walter Tapias, estudante, é um dos que sofre com a rotina atribulada. Durante o colegial, era ativo nos mais diversos esportes, mas ao começar a trabalhar e estudar paralelamente, não conseguiu conciliar as atividades. "A diferença é perceptível em vários aspectos do meu dia. Um dos maiores impactos é a falta de fôlego e de disposição, além do aumento de peso e alguns problemas como dores nas articulações, coisas que eu não tinha antes quando me exercitava", afirma o universitário.

Dirigentes do PSDB e PR querem definição de Eunício

Luis Pontes
Dirigentes cearenses do PSDB e do PR decidiram cobrar uma posição do senador Eunício Oliveira, presidente estadual do PMDB, quanto às eleições do próximo ano. Eles, e dizem não estar sozinhos nessa empreitada, querem saber, o quanto antes, ainda neste ano, qual a disposição do senador em disputar um cargo majoritário, de governador ou à reeleição, e, se com os aliados do pleito de 2014 e 2016, ou com o grupo situacionista, apoiando a pretensa reeleição do governador Camilo Santana, de quem foi adversário na última disputa estadual.
Luiz Pontes e Roberto Pessoa, principais representantes das duas maiores siglas adversárias no Estado, estão visivelmente incomodados com as informações, registradas neste espaço, no início deste mês, e não contestado pelos atores citados, Eunício e Camilo, sobre o entendimento para a participação do peemedebista na chapa senatorial do chefe do Executivo cearense, na companhia do ex-governador Cid Gomes, disputando a outra vaga no Senado pelo PDT. Reservadamente, Luiz e Roberto conversaram com o senador Tasso Jereissati na última quinta-feira. Na pauta estava o ultimato a Eunício, e a estratégia das oposições para 2018, com ou sem o peemedebista.
Para Roberto Pessoa, Eunício, Camilo e Roberto Cláudio estão compartilhando muito as mesas de almoços e jantares. Vão acabar "engordando demais". E como esse tipo de encontro tão frequente só acontece entre aliados, é preciso que o senador venha a público dizer "se está ou não conversando sobre aliança com eles".
Bloco na rua
A disposição dos dirigentes dos partidos de oposição é dar um prazo, até meados de outubro, quando estarão definidas todas as normas legais da próxima disputa eleitoral, para Eunício dizer se continua ou não no bloco organizado para os dois últimos pleitos, quando eles se organizaram para enfrentar os candidatos de Cid e Ciro Gomes.
Luiz Pontes entende ser o mês de novembro o limite para todos os acertos da oposição. Não dá para aceitar, como fala Eunício, esperar chegar o ano eleitoral para discutirem alianças e candidaturas. "Em novembro o bloco tem que estar na rua", diz o tucano, admitindo, implicitamente, não contarem mais com o concurso do peemedebista, encabeçando ou compondo a chapa majoritária concorrente do governador. O PSDB vai montar um palanque no Ceará, também para abrigar o candidato do partido à sucessão presidencial.
No entendimento de Pessoa, só os governistas, até pelas benesses sob suas ordens, atraente a todos quantos gostam de estar apegado ao Poder, têm o privilégio de empurrar com a barriga suas definições sobre o pleito seguinte. A oposição não. Esta, quanto mais adia sua posição em relação a candidatos e coligações "mais enfraquecida fica", posto reduzirem-se demasiadamente os espaços de negociações e convencimentos dos eleitores, mesmo sabendo, por outro lado, das dificuldades experimentadas pelas antecipações de candidaturas.
Óbvio que o peemedebista não satisfará os interesses deles. Repisará o discurso de que só tratará de 2018 quando o próximo ano chegar. E que continuará ajudando o Ceará, através do governador e do prefeito da Capital, por ser sua obrigação como representante do Estado no Senado Federal. Um discurso cômodo, e também prudente, embora nada interessante para os oposicionistas que o têm como o nome mais forte para representá-los no embate eleitoral próximo.
Contraponto
Também têm razão os dirigentes partidários de cobrar uma definição de Eunício, agora, não apenas pelo fato de ele ter estimulado o grupo a se manter unido em torno de si, ao afirmar, a partir do resultado eleitoral de 2014, e na campanha municipal de 2016, ser candidato a governador em 2018, com a mesma estrutura daquele momento, como pelo fato de aquelas agremiações não contarem com outros nomes à disposição para fazer o contraponto com Camilo. Uma postulação do senador Tasso Jereissati, o sonho de todos os oposicionistas e o temor dos governistas, por ele mesmo está descartada, segundo aliados mais próximos.
Até o anúncio público da aliança do PMDB com os principais apoiadores de Camilo, o PDT e o PT, surgirão comentários das mais diversas espécies, confirmando e negando a sua existência. A especulação é próprio da política brasileira. Os principais protagonistas, por interesses variados, evitam confirmações públicas, mas agem de modo a que todos percebam o algo novo, tanto na mudança dos discursos como nas orientações aos liderados de se aproximarem dos futuros aliados.
A declaração do ex-governador Cid Gomes, aqui registrada no último dia 16, de ter o governador Camilo Santana a responsabilidade pelas alianças e outras providências com vistas à sua reeleição, podendo contar com todo o seu consentimento, foi uma das senhas para os governistas reticentes começarem a conviver com o novo momento.
A política brasileira é feita à base das conveniências. A participação de Eunício na chapa majoritária de Camilo, satisfará aos interesses dos dois e de seus respectivos companheiros. Da parte do governador, por eliminar um forte adversário e deixar menor a oposição. Para o senador, a composição o deixa mais perto da reeleição, sem o esforço que teria de despender como oposição. Isso, se os correligionários não os forçasse a ser candidato a governador, levando-o ao sacrifício de ter que interromper a sua vida parlamentar.
Reforma Política
No próximo sábado, 7 de outubro, um ano antes do dia da votação, toda a legislação a ser obedecida no pleito de 2018, terá que estar vigorando. O Congresso Nacional, na próxima semana, ainda votará algumas proposições, entre elas a criação do Fundo para custear as despesas dos partidos e candidatos. A Câmara decidiu não votar o projeto aprovado pelo Senado, nesta semana, e vai deliberar sobre uma proposta nova do deputado Vicente Cândido, que, se aceita, ainda precisa receber o aprovo do Senado.
Este, por sua vez, vai apreciar as alterações feitas na emenda constitucional tratando do fim das coligações partidárias. A emenda constitucional precisa ser promulgada até sábado, enquanto as outras mudanças precisam ser sancionadas pelo presidente Michel Temer. Enfim, de nada valeu toda a discussão travada ao longo dos últimos meses, pois as mudanças a serem introduzidas na legislação eleitoral, muito deixam a desejar.

Pequenos açudes e lagos reduziram cerca de 70% no Estado do Ceará


O pequeno açude do Distrito Califórnia, seco há cinco anos, encheu em março ( Foto: Alex Pimentel )




Quixadá. Os reservatórios públicos construídos pelos governos federal e estadual asseguram ao Ceará o título de modelo em gestão de recursos hídricos, levando água para mais de oito milhões de habitantes, conforme dados oficiais. A população conhece ou já ouviu falar dos 154 açudes monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), com destaque para o Castanhão, o Orós e o Arrojado Lisboa (Banabuiú), os três maiores do Ceará. Todavia, certamente desconhecia a existência de mais de 28 mil pequenos açudes  e lagos do Estado.
O monitoramento desses pequenos reservatórios, incluindo barragens e lagos (até 0,5ha), realizado desde 2013 pela equipe do Núcleo de Recursos Hídricos e Meio Ambiente, da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) está sendo divulgado pela primeira vez em um veículo de comunicação. Eram 28.195 em 2013. Entretanto com a estiagem prolongada no Nordeste, apesar de chuvas mais regulares na quadra deste ano, os levantamentos apontam apenas 9.303. Esses números representam uma redução de 70% desses pontos identificados por meio do mapeamento por satélite.
Avanço
Conforme a supervisora do Núcleo de Recursos Hídricos de Meteorologia e Meio Ambiente, engenheira agrônoma Margareth Carvalho, os levantamentos se tornaram mais precisos ao longo de quase uma década em razão da qualidade das imagens fornecidas pelo satélite. Com melhor resolução, se tornou possível, a partir de 2013, identificar os pontos hídricos de menor porte e onde estão localizados. O último levantamento concluído é de 2016. O mapa demonstra a maior concentração hídrica em toda a faixa litorânea e na região Norte do Ceará.
Esses estudos são utilizados pelas secretarias de Pesca e do Desenvolvimento Agrário, do governo do Estado, como suporte para o planejamento de ações como o peixamento dos açudes e plantio de hortas com irrigação por gotejamento.
A Defesa Civil também conta com os levantamentos realizados pela Funceme. Com os dados, é possível definir novas rotas de captação de água para o programa emergencial de abastecimento humano Operação Carro-Pipa, quando os mananciais primários esgotam.
Os órgãos do Estado têm acesso a dados como a quantidade de espelhos d'água, vez que não é possível diferenciar os reservatórios hídricos formados por meio de barramentos e os naturais. São considerados somente os que têm acima de meio hectare de área. Eram 5.599 no ano de 2008, 3.336 em 2013 e 1.466 em 2016.
Quanto ao número de espelhos acima dos 20 hectares, foram identificados 1.354 em 2008, 778 em 2013 e 348 em 2016. Além da seca, as chuvas irregulares e mal distribuídas podem mudar drasticamente o panorama do mapa em um curto período, como ocorreu entre 2013 e 2016.
O açude do distrito de Califórnia, distante 30 quilômetros do Centro de Quixadá, é um exemplo. Estava totalmente seco havia cinco anos. Encheu com as águas de março deste ano. Ninguém sabe ao certo a capacidade hídrica do reservatório, situado no entorno do vilarejo onde moram 500 famílias.
Transbordou apenas com o recebimento de água dos riachos, explicou o presidente da Associação de Trabalhadores Livres da Califórnia, Maurício Alves de Sousa, ressaltando ter aporte suficiente para dois anos, se for utilizado de forma consciente. Eles chegaram até a cavar uma cacimba no açude seco. As famílias estavam sendo abastecidas por carros-pipa. Chafarizes também foram instalados, mas, para quem já está acostumado a ter água na torneira, o incômodo era grande.
Agora, com a barragem cheia, há água para as casas pelo menos até o fim de 2019. A água do açude será utilizada somente para o abastecimento humano e dos animais, ressaltou o líder comunitário, destacando ser bem-vindo o despejo de alevinos, propiciando além do conforto hídrico, lazer e alimentação para a vizinhança.
Peixamento
A esse respeito a Secretaria da Agricultura, Pesca e Aquicultura (Seapa) informa que as prefeituras, associações, sindicatos e colônias de pescadores podem fazer o pedido do peixamento. O interessado deve informar seus dados, com nome e capacidade de armazenamento do açude.
A solicitação deve ser feita na sede da Seapa, na Av. José Martins Rodrigues, 150, bairro Edson Queiroz, em Fortaleza, por meio de ofício, ou pelo e-mail: peixamento@seapa.Ce.Gov.Br. Neste ano, o órgão estadual pretende distribuir gratuitamente dois milhões de alevinos de tilápia. Para 2018, a equipe de Margareth Carvalho na Funceme, composta por três técnicos e três bolsistas, pretende concluir os estudos sobre os tipos de solo cearense.

Sesc realiza programação em comemoração ao Dia Mundial do Idoso


No dia primeiro de outubro é celebrado o Dia Mundial do Idoso. Em comemoração a esta data, o Sesc*, braço social do Sistema Fecomércio, em parceria com a Prefeitura Municipal do Crato, realiza uma programação repleta de atividades para pessoas idosas. As ações são gratuitas e acontecem durante a manhã do dia 2 de outubro, no Centro da cidade. Qualquer pessoa pode participar, sem a necessidade de inscrição prévia.
As atividades tem início às 6h, no Largo da RFFSA, com a atividade Forró no Trem, que consiste em dois passeios de trem com apresentações musicais de artistas locais. Logo após o passeio, os idosos fazem uma caminhada pelo Centro da cidade, saindo da RFFSA e seguindo para a Praça da Sé, onde haverá a abertura oficial do evento e muitas outras atividades voltadas para a qualidade de vida da pessoa idosa.
Na Praça da Sé, os participantes encontram vários stands que realizam atividades referentes à saúde e ações sociais com foco no idoso. Entre eles está o stand do Sesc, promovendo ações lúdicas e educativas sobre alimentação saudável e prevenção de doenças, e o stand do Senac realizando cortes de cabelo e massagens.
A programação segue até às 11h com lanche, aula de Dance Fashion “Florescendo no Ritmo da Idade” e apresentações culturais do Reisado Feminino e Dança do Coco.


SERVIÇO
Sesc comemora Dia Mundial do Idoso no Crato
Local: Centro da cidade de Crato
Data: 2/10 (segunda-feira)
Horário: 6h às 11h
Informações: (88) 3586.9150

1ª Corrida Elit apoia prevenção ao câncer de mama e próstata

Estão abertas as inscrições para a primeira edição da Corrida Elit - em prol da prevenção do câncer de mama e próstata, que será realizada no dia 29 de outubro, em Juazeiro do Norte.

A corrida é uma realização do Colégio Elit, e tem o objetivo de conscientizar a população da importância da prevenção contra os tumores de mama e próstata, além de incentivar, cada vez mais, as pessoas sobre a necessidade de hábitos saudáveis e preventivos. O período de inscrições será ate o dia 24 de outubro, através do endereço, http://www.cronoscariri.com.br/eventos/1-corrida-elit-prevencao-de-cancer-de-mama-e-da-prostata

A prova terá as modalidades de cinco e dez quilômetros, além de uma corrida infantil para crianças de 4 a 15 anos. A idade mínima de participação na corrida é de 16 anos, mediante autorização dos pais ou responsáveis. "Queremos conscientizar a população durante o período de divulgação e de realização do evento, sobre a importância da prevenção ao câncer, como também sobre a necessidade do engajamento em torno de objetivos de uma vida saudável, por isso contamos com a participação dos atletas e amadores para participarem dessa ação pela saúde e promoção do bem-estar", comenta o diretor do Colégio Elit, Flavio Carvalho.

Apesar de estarem previstos prêmios de R$ 3.000,00 para os colocados em cada categoria, de acordo com a idade do participante, Flavio ressalta que a conscientização é o maior premio. "Incentivamos nossos alunos a participarem da corrida já que a atividade física, além de ser uma pratica que só traz benefícios para a saúde, através das corridas, as pessoas podem desenvolver uma excelente terapia de concentração" comenta.

Serviço:
1ª Corrida Elit
Dia 29 de Outubro, às 7hs
Cidade: Juazeiro do Norte
Local da Prova: Colégio Elit
Telefone: (88) 9880 14182 / (88) 99624 2622