quarta-feira, 28 de setembro de 2022

Nacionalização da campanha e saúde pública dominam o debate da TV Verdes Mares

Candidatos ao governo do Ceará participam de debate na TV Verdes Mares nesta terça-feira. Foto: Fabiane de Paula/SVM

O debate promovido pela TV Verdes Mares, nesta terça-feira (27), entre os candidatos ao Governo do Ceará foi marcado por discussões em torno da nacionalização da disputa e propostas para a saúde pública do Estado. Os três candidatos mais competitivos na disputa, Elmano de Freitas (PT), Capitão Wagner (União Brasil) e Roberto Cláudio (PDT), apresentaram seus projetos para o Estado, trocaram acusações e escalaram as críticas na reta final da campanha.

 

Os três postulantes ficaram frente a frente sob mediação da jornalista Taís Lopes. Eles fizeram perguntas uns aos outros com temas livres e também foram submetidos a questionamentos para segmentos como políticas para a população LGBTQIA+, meio ambiente, infraestrutura, habitação, abastecimento de água e saneamento básico.


Saúde pública

Alvo de críticas de Capitão Wagner e Roberto Cláudio, a gestão da saúde pública dos Governos Cid Gomes, Camilo Santana e Izolda Cela foi defendido pelo candidato petista Elmano de Freitas. Os três concorrentes ao Governo do Ceará, no entanto, foram unânimes em sugerir ampliação da rede pública, com aumento na quantidade de equipamentos para atender a população e nos serviços prestados aos cearenses.

 

Elmano, por exemplo, exaltou o processo de interiorização da saúde pública, com a construção dos hospitais regionais e do Hospital da Uece. “Quero construir mais três: no Centro-Sul, em Crateús/Inhamuns e no Maciço do Baturité. Quero aproximar o atendimento, fazer com que 90% dos problemas de saúde dos cearenses sejam resolvidos na própria região onde o paciente reside”, disse.

 

Capitão Wagner aproveitou o tema para criticar a gestão da saúde pública de Fortaleza durante os anos em que Roberto Cláudio governou a Capital. “Nós vamos aproveitar as estruturas dos hospitais regionais para ter serviço de urgência e emergência para tratar a saúde do seu filho, tratar os pacientes mais de perto, porque nem sequer especialistas existem para tratar os pacientes, seja na Capital ou no Interior”, disse.

 

Já Roberto Cláudio destacou a própria experiência como médico e afirmou que pretende focar em áreas oncológicas e pediátricas. “Vai ser possível construir cinco hospitais regionais do câncer, dar eficiência, com radioterapia, leitos de intenção e capacidade de fazer pequenas cirurgias (...) E mais, quero que qualquer unidade de saúde leve, no máximo, 60 dias para iniciar o tratamento dos pacientes após o diagnóstico”, concluiu.

 

Nacionalização da disputa

A disputa em torno dos padrinhos políticos voltou a acirrar os ânimos dos candidatos. Elmano foi criticado por mencionar a proximidade com o ex-governador Camilo Santana (PT) e o ex-presidente Lula (PT). Por outro lado, Capitão Wagner foi acusado pelo candidato petista de omitir que é o candidato do presidente Jair Bolsonaro (PL) no Ceará. Roberto Cláudio disse ser independente e criticou os adversários na disputa.

 

Já no início do debate, Elmano destacou a proximidade entre Wagner e Bolsonaro. “Lamento que o Capitão Wagner use o mesmo método do Capitão Bolsonaro, mentir”, disse. “Sei que tenho muito a fazer, mas vou aproveitar o que Camilo e Izolda fizeram. Padrinho, Wagner, quem vai embora é o seu. Vamos mandar ele embora domingo elegendo Lula”, acrescentou o petista. 

 

Wagner, por outro lado, acusou a candidatura de Elmano de ser “tirada do bolso” por “padrinho político”. “Ele quer fugir do debate local para o nacional, mas eu estou preocupado com o cearense que passa por um grande problema de insegurança alimentar. Não somos candidatos a presidente, somos candidatos a governador. Ele utiliza a escora do padrinho, mas se tivermos um governador fraco, quem vai sofrer é o cearense”, rebateu.

 

Roberto Cláudio também criticou o que chamou de “tentativa de nacionalizar o debate”. “Qualquer um de nós terá que governar com qualquer presidente. Fui prefeito com três presidentes diferentes, o gestor tem que ter autonomia, capacidade de diálogo. Então, qualquer que seja o presidente eu vou arregaçar as mangas e trabalhar. Um governador com padrinho depois vai ter que prestar contas com ele”, criticou.

 

Fonte: Diário do Nordeste

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