quarta-feira, 20 de junho de 2018

Arqueólogos acreditam que estrutura encontrada na Rua Padre Cícero, em Juazeiro, é uma fossa séptica

A estrutura tinha mais de 2,5 metros de profundidade. (Foto: Antonio Rodrigues)
Juazeiro do Norte. Depois de chamar atenção da população juazeirense, desde o último final de semana, a estrutura encontrada na Rua Padre Cícero durante a obra de drenagem foi avaliada, na manhã desta quarta-feira (20), por arqueólogos do Instituto de Arqueologia do Cariri. Apesar de muitas teorias, o trabalho destes estudiosos indica que, provavelmente, o depósito se trata de uma fossa séptica, frustrando alguns moradores.

O arqueólogo Agnelo Queiroz, que trabalhou no local, conta que se trata de uma construção de alvenaria com argamassa de barro. “Já se assemelhava a uma fossa séptica. A gente desceu e constatou que possivelmente é. Talvez não de fezes, mas de água doméstica”, acredita.

Uma das evidências é uma estrutura de encanação que estaria ligada a um prédio vizinho, possivelmente onde funcionava um sobrado que pertenceu a um senhor conhecido como “Damiãzinho”, onde foi um clube e, depois, sede da Prefeitura. “A análise é superficial. Pode ter outras análises de arquitetos, historiadores. A gente não pode fazer intervenção sem autorização do Iphan”, justifica Agnelo.

Segundo o arqueólogo, é comum encontrar algumas evidências em obras urbanas, principalmente no centro de cidades antigas. Normalmente, os operários e engenheiros não dão atenção a esses achados. “De certa forma, isso tem importância histórica para a cidade. Da história do saneamento básico, da evolução da higienização da cidade. Acho que o Poder Público tem que discutir com a população e decidir o que fazer, como evidenciar, como registrar”, completa Agnelo.

No entanto, a secretária de Infraestrutura, Gizele Menezes, afirmou que a obra terá continuidade após ter sido evidenciado que se trata de uma fossa séptica. “Nós pedimos opinião dos historiadores, e vimos que não se trata de nenhum elemento relevante para a história de Juazeiro”, explica.

Por outro lado, ela ressalta que assim que foi encontrada a estrutura, a Pasta tomou a medida de isolar a área e abrir a extensão para ter mais visibilidade e acesso. Além disso, a Secretaria Municipal de Cultural convidou os arqueólogos. “É muito melhor pecar pelo excesso que demolir alguma coisa de relevância para a cidade”, completa a secretária.

O trabalho dos arqueólogos atraiu olhares de muitos curiosos envolta do buraco. Muitos brincavam e especulavam sobre o que se tratava. Historiadores também estiveram no local para acompanhar o desenrolar da exploração. Antes disso, alguns moradores visitava até mesmo de noite, acompanhados de uma lanterna.

O radialista Agnaldo Carlos acredita que todo esse alvoroço faz parte do misticismo de Juazeiro do Norte. “Tudo que ocorre nessa cidade repercute no Nordeste inteiro. Essa aura de cidade santa e vai além. Uma ‘cidade encantada’, termo que o romeiro antigo usava muito. De sábado para cá era gente aqui. Extrapola as porteiras. E fica o nome de Juazeiro em evidência”, explica.             Fonte: Blog Diário Cariri

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