quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

Com salários atrasados, pipeiros voltam a suspender abastecimento no Ceará


A Operação Carro-Pipa no Ceará encerra, nesta quinta-feira (29), os serviços de abastecimento de 2022. A operação foi suspensa no último dia 16 e retomou dia 22, após o Exército Brasileiro, responsável pela execução do programa, repassar verba para a continuidade dos serviços.

 

De acordo com o representante do Sindicato dos Pipeiros Eduardo Aragão, 350 pipeiros do estado trabalham até o fim do dia desta quinta-feira. Eduardo Aragão afirma que a execução do serviço é incerta em 2023, já que os salários de novembro estão atrasados.


"A maioria dos pipeiros já recebeu [o salário de] outubro. Porém, o quartel de Crateús 40º Batalhão de Infantaria, que hoje é o que tem mais caminhões [que fazem a distribuição de água] rodando, ainda não tem nem previsão de quando vão pagar. O que nos incomoda é que não tem previsão de quando o serviço retoma", afirmou.

 

Ainda segundo Eduardo Aragão, com esse impasse, 150 mil pessoas em 29 municípios ficam afetadas com a falta de abastecimento.

 

Operação Carro-Pipa

Segundo o Exército Brasileiro, a Operação Carro-Pipa entrega água para 1.038.122 de pessoas em 240 cidades do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo.

 

A operação acontece há 23 anos e atende a mais de 600 municípios, com a contratação de quase 4 mil pipeiros, em municípios com estado de calamidade ou emergência reconhecida pelo governo. São cerca de 42 mil postos de abastecimento.

 

O objetivo é dar apoio a atividades complementares de distribuição de água às populações atingidas pela seca em estados do Nordeste, além de Minas Gerais e Espírito Santo.

 

Em março, 260 cidades ficaram sem abastecimento de água. Na ocasião, o governo federal informou que não era possível fazer os repasses integrais e regulares para a operação. No final de setembro, o programa foi paralisado por falta de recursos.

 

No Orçamento de 2021, havia previsão de R$ 670 milhões para o programa Carro-Pipa, mas R$ 500 milhões foram alocados em razão de restrições econômicas.

 

Fonte: g1 CE

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