quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

Seis meses após o primeiro caso, Ceará é o quarto estado do Brasil com mais confirmações de monkeypox; estado lidera no Nordeste


O Ceará é um dos estados brasileiros com maior número de confirmações de monkeypox, após seis meses do primeiro caso. No dia 29 de junho de 2022, a Secretaria da Saúde confirmou o primeiro paciente infectado. O estado lidera no Nordeste, e é o quarto do Brasil — atrás de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. O Ceará registrou 575 casos da infecção popularmente chamada de "varíola dos macacos" até esta quarta-feira (28), segundo o Ministério da Saúde.

 

O primeiro paciente confirmado com a infecção foi um homem de 35 anos, residente de Fortaleza, brasileiro, e com histórico de deslocamento para São Paulo e Rio de Janeiro, cidades que já haviam confirmado casos da doença.


O médico infectologista Luan Victor comentou que o cenário epidemiológico do Ceará comumente lidera estatísticas em infecções sexualmente transmissíveis, e pode ser combatido com maior conscientização da população com relação a essas doenças.

 

"A gente percebe que caiu as propagandas de prevenção. Antigamente, a gente sempre via campanhas pelas ruas sobre uso da camisinha, testagens. Então, a gente nota que a população-chave tem se contaminado mais", avaliou o médico, que trabalha no Hospital São José, em Fortaleza — referência no tratamento de doenças infectocontagiosas no estado.

 

Além das confirmações, o Ceará tem 1.993 notificações da doença, 1.177 descartados, dez casos suspeitos e 231 não classificáveis, segundo o IntegraSUS, plataforma da Sesa atualizada nesta quarta-feira. O público masculino entre 20 e 29 anos lidera as notificações.

 

Cenário epidemiológico no Ceará

A Sesa disse que foi observado, a partir de outubro, queda nos indicadores de casos suspeitos e confirmados, sugerindo menos infecções e maior controle da doença. O estado teve um pico de notificações de casos entre 3 e 9 de setembro, com 136 registros.

 

O cenário é reforçado pelo médico Luan Victor. "A gente já passou por momentos piores. A gente já teve um pico dos casos, onde tínhamos números elevados, mas acho que estamos tendendo a uma queda. Já tivemos momentos de muitos pacientes positivos", avaliou o infectologista.

 

"Mas não é por conta dessa queda que a gente vai relaxar na conscientização, na divulgação das informações e dos resultados", complementou o médico.

 

A Sesa orienta que um paciente com suspeita de monkeypox deve procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) ou uma Unidade de Pronto Atendimento (UPAs) para que sejam realizados os exames diagnósticos e para início do tratamento. Em casos de maior gravidade, esses pacientes são encaminhados ao Hospital São José (HSJ), da Rede Estadual, que é a unidade referência no tratamento à doença no Ceará.

 

Atenção em períodos festivos

O médico Luan Victor alertou ainda que é necessária uma atenção maior com relação à prevenção contra a infecção nos períodos de festividade — como natal, réveillon e carnaval — que podem reunir grandes públicos no mesmo local.

 

"Todas as doenças infectocontagiosas, principalmente as de transmissão via aérea, pioram, aumentam muito quando há momentos de aglomeração, grandes festas. A monkeypox com certeza vai tender a aumentar, por conta da cadeia de transmissão dela, mas a principal forma ainda é por via sexual", explicou.

 

Para o infectologista, os comportamentos necessários com relação à doença devem ser: “testar todo mundo que tenha suspeita e isolar o paciente”. “Hoje já temos medicação eficaz para combater monkeypox, disponibilizada pelo Sus”, complementou.

 

Fonte: g1 CE

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