Enfrentando o Corinthians pelo Foz /Athlético Paranaense no
Campeonato Brasileiro. Foto: Arquivo Pessoal
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Vencer no futebol não é algo fácil
para nenhum menino. Muitos sonham em ser jogador, jogar em um grande clube, ir
um dia para a Seleção Brasileira. Agora imagine tudo isso para uma menina,
principalmente, com a realidade do futebol feminino no Brasil. O desafio
aumenta bastante. Em Barbalha existe uma menina que viu na dificuldade a
energia para buscar o que mais queria: ser uma jogadora de futebol.
Primeiro título no Campeonato
Barbalhense de Futebol Feminino
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Thays Ferrer está com 19 anos, mas
desde cedo aprendeu a gostar de bola. Queria brincar com os meninos, já que a
maioria das meninas que conhecia não se animava com essa ideia. As brincadeiras
da menina incomodou os pais. Logo veio a proibição.
Então ela teve que dá um jeito.
Saia escondido para jogar bola, um pouco distante de casa. Um dia conheceu
Gustavo Ferreira de Barros, que tinha um projeto de futebol feminino na quadra
da Escola Alacoque Bezerra, no bairro Alto da Alegria. Quando descobriram, os
pais reclamaram. Foi aí que o treinador Gustavo fazia o papel de conciliador.
Pedia para os pais deixarem. O avô Ferrer, vendo a dedicação da neta, resolveu
apoiar. Ele acompanhava Thays em alguns treinamentos, apenas como torcedor.
Para ela já era o bastante.
Após um período os pais se
separaram. Mas a pressão continuou. Para Leny Ferrer, mãe de Thays, futebol era
coisa de menino. A garota quis mostrar que não. Depois de jogar no Barbalha,
time comandado por Gustavo, foi para o Napolis de Juazeiro do Norte. Saiu do
futsal e foi para o campo. Em seguida atuou no Juasal e surgiu o convite para
jogar profissionalmente por um time no Piauí. Antes, uma amiga a levou para o
Viana no Maranhão. Foi onde tudo mudou. As propostas para outros clubes
começaram a aparecer.
Atuou no Abelhas Rainha e
Tiradentes do Paiuí, o Cajazeiras da Bahia e por último o Foz Cataratas, clube
que tem parceria com o Athlético Paranaense. Durante esse período a avó Maria
Ferrer já apoiava a neta. E orientava a mãe de Thays para conceder a
autorização para que a menina, que ainda era menor de idade, pudesse viajar.
Leny (mãe), Thays e Maria Ferrer (avó). (Foto: Toni Sousa)
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A avó de Thays é um caso
interessante. Ela sempre foi contra o futebol quando os filhos Enock e Elias
eram jovens e agora resolveu apoiar a neta. “Meu marido era pastor da
Assembleia de Deus e eu não queria que meus filhos se desviassem do caminho
certo. Um dia dei uma surra em Elias depois que soube que ele estava jogando. Mas
agora vejo diferente. Quando a gente vira avó muda tudo. Amo essa menina e
quero que ela seja feliz”, disse Maria Ferrer olhando com carinho para a neta.
Ao lado de Marta. Foto: Arquivo Pessoal
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Thays está de férias em Barbalha,
mas por pouco tempo. Ela vai viajar para a Europa. “Estou com uma assessoria
gerenciando minha carreira profissional. Estão negociando minha transferência
para a Europa, mas não posso adiantar o país ainda. Estou ansiosa e assim que
estiver tudo certo, darei o meu melhor novamente”, disse.
Para Thays o pior já passou. Com o
apoio da família as coisas devem melhorar ainda mais. Ela se inspira na
jogadora Marta para vencer as adversidades. “Consegui derrubar o preconceito
dentro e fora de casa. Minha família está ao meu lado. É o que importa. Para
ser a melhor do mundo, Marta teve que lutar muito. Ela é uma guerreira e eu me
inspiro nela para conseguir meus objetivos”, afirmou.
Gustavo Barros (primeiro técnico) e Thays. (Foto: Toni Sousa)
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A caririense Thays deixou uma
mensagem para as meninas que também querem seguir carreira no futebol.
“Acreditem. Sejam fortes. Tenham fé em DEUS e dediquem-se ao máximo. Só assim a
gente consegue aquilo que queremos”, disse Thays. Fonte: Site Badalo
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