segunda-feira, 27 de junho de 2016

Deputados criticam possível redução de sessões na AL




A possibilidade de redução de sessões na Casa é estudada por Zezinho Albuquerque ( Foto: Fabiane de Paula )
O presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, Zezinho Albuquerque (PDT), estuda a possibilidade de reduzir as sessões ordinárias da Casa durante o período eleitoral a fim de ajudar aqueles parlamentares que vão disputar ou apoiar candidaturas no pleito deste ano. No entanto, a medida não agrada a muitos deputados ouvidos pelo Diário do Nordeste, que defendem a manutenção das plenárias nos quatro dias da semana.
Zezinho afirmou que os representantes do Poder Legislativo estão trabalhando com vistas a limpar a pauta de votações na Casa, dando uma atenção aos projetos oriundos do Poder Executivo. Segundo ele, como este é um ano de eleições, a Mesa Diretora deve se reunir para decidir se mantém as atividades normais durante o período eleitoral ou paralisa os trabalhos por até 15 dias a fim de ajudar aqueles deputados que estão colocando seus nomes para a disputa.
Até o momento, 17 parlamentares sinalizam a possibilidade de disputar o cargo de prefeito em alguns municípios do Estado. Outros devem apoiar as candidaturas de seus liderados, o que vai demandar maior dedicação deles. No entanto, para alguns parlamentares, a ideia de paralisar sessões não é simpática, visto que, na avaliação deles, a maior parte da Casa não vai para a disputa.
"Eu acho que temos é que otimizar o tempo nesta Casa. As sextas-feiras, por exemplo, poderiam ser destinadas para o trabalho das audiências públicas ao invés de fazê-las no período da tarde ou noite. Acho que os quatro dias de sessões devem ser mantidos, porque não é saudável reduzir. Temos as segundas-feiras para fazer agendas no Interior e atendimento ao público", argumentou o deputado Odilon Aguiar (PMB).
Ely Aguiar (PSDC) sustentou que assunto não falta para debate dos parlamentares e destacou que somente uns dez deputados estarão na disputa de fato, enquanto que outros 36 terão que comparecer aos trabalhos da Casa. "Só são quatro dias e num período de meio expediente. Não tem porque não ter sessão", reclamou. O mesmo foi defendido por Ferreira Aragão (PDT), que defendeu que os que forem postulantes ao cargo de prefeito se desdobrem para atender as demandas da Casa e a disputa eleitoral, podendo se licenciar.
Bem remunerados
Roberto Mesquita (PSD) lembrou que os deputados estaduais "são muito bem remunerados", e que, portanto, deveriam fazer jus a seus mandatos e participar das sessões no período de eleições. Acontece que nem mesmo no período pré-eleitoral eles têm comparecido, e as sessões estão cada vez mais esvaziadas.
"Claro que sou favorável à manutenção das quatro sessões, porque aqui é o palco onde se discute os principais problemas do Estado", afirmou.
O líder do governo, Evandro Leitão (PDT), também é favorável à manutenção das sessões no período eleitoral, pois, para ele, a Casa é responsável por discutir e votar matérias do governo que importantes para a população. "Um recesso branco ou redução dos dias de trabalho nas comissões e sessões não seria o ideal. Sou favorável que permaneça como está, mesmo sabendo que a tendência é de que haja ausência maior dos deputados da Casa".
Uma das deputadas com maior frequência na Casa, Silvana Oliveira (PMDB) considerou "extremamente descuidada" qualquer hipótese de cancelar ou reduzir sessões durante a eleição. "Diminuir as sessões é um absurdo. No período eleitoral é que deve ter sessão mesmo. Só está faltando virem dizer que vamos ter só uma sessão. A Casa tem que dar oportunidade para os parlamentares que gostam e precisam falar", disse.
Plenário esvaziado
Pré-candidato às eleições no Crato, Zé Ailton Brasil (PP) se disse favorável à redução das sessões durante o período eleitoral. Segundo ele, a disputa fará com que muitos deputados faltem ainda mais às plenárias, com possibilidade de levantamento de muitas sessões.
"Eu vejo que deveremos diminuir as sessões, tendo em vista que muitos são candidatos, fora os que apoiam diversos candidatos a prefeito e vão se dedicar a esses candidatos. Seria mais coerente diminuir o número de sessões, e concentrar para que os deputados tivessem mais presentes nas outras sessões. Acredito que dois dias por semana seria o ideal com reuniões semanais e presença maciça da base para discutir os principais problemas do Estado", defendeu.

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