quarta-feira, 30 de março de 2016

Peemedebistas do CE comemoram saída do governo

 A decisão do PMDB de se desligar do governo Dilma Rousseff foi comemorada ontem, na Assembleia Legislativa, antes de o anúncio oficial do diretório nacional. O partido detém a segunda maior bancada na Casa, com sete deputados, incluindo o licenciado Carlomano Marques.
Silvana Oliveira foi a primeira peemedebista a discursar. Ela afirmou que o Brasil estaria em um verdadeiro funil de dificuldades colocadas pelo Partido dos Trabalhadores. "É uma tragédia anunciada. Por várias vezes vi aqui nesta Casa parlamentares se pronunciando sem entender de onde o governo tiraria recursos para cobrir os gastos feitos de maneira irresponsável, sem mostrar sustentabilidade", apontou.
A deputada disse apostar que o PMDB vai dar "uma grande virada" no País por ser conhecido como um partido moderado e que historicamente ajudou a democracia. "A redemocratização se deve ao PMDB, que, mais uma vez, levanta-se como um gigante para ajudar a vencer mais esse grande obstáculo que levou à perda da credibilidade internacional, o que nos envergonha".
O deputado Leonardo Araújo disse que o Brasil estaria presenciando um momento histórico quando o PMDB anuncia a saída de um governo sem diálogo e "sem mais nada a oferecer" aos brasileiros. "O governo de Dilma Rousseff não tem mais a menor condição de dirigir esse país", afirmou, dizendo que a posição do partido seria a medida mais "assertiva" para o momento.
As palavras de Leonardo receberam a aprovação de Danniel Oliveira (PMDB), que ressaltou o distanciamento aprovado por aclamação. "Essa discussão é madura, vem sendo tratada há muito tempo. A partir de agora o PMDB não tem nenhuma obrigação política com o governo PT", afirmou. Ele criticou as palavras do líder do governo na Câmara Federal, José Guimarães, que duvidou que os peemedebistas entregariam os cargos no governo. "Ele precisa ter mais cuidado com o que fala. O PMDB é feito por pessoas de coragem e os cargos já estão à disposição de Dilma Rousseff", declarou.
Acusações
Elmano Freitas (PT) alegou estranhar as acusações feitas por um partido como o PMDB e um processo de impeachment tocado por Eduardo Cunha, presidente da Câmara Federal que, segundo ele, está há quatro meses emperrando o andamento de sua própria cassação na Câmara. "Será que esse povo tem moral para discutir legalidade?", questionou, acrescentando que PMDB e PSDB têm interesse no impeachment de Dilma para direcionar os recursos do pré-sal para empresas internacionais, tirando a obrigação de direcionar 25% para educação e 15% para a saúde.
O petista destacou manifestações previstas em Fortaleza para amanhã, acompanhando a mobilização de outros estados, e no sábado, com a presença do ex-presidente Lula. "Dilma precisa de 171 votos dos deputados federais e vamos disputar voto a voto", garantiu Elmano.
Rachel Marques (PT) assegurou que a posição de setores do PMDB, liderados pelo vice-presidente Michel Temer, simboliza a disputa pelo poder. "Dilma não desviou dinheiro e sequer enriqueceu ilicitamente. Como não há base legal, o que se configura é tentativa de golpe contra uma presidente legitimamente eleita", defendeu. "Infelizmente o PMDB comete essa irresponsabilidade e, com isso, pode prolongar um período de instabilidade econômica e social, podendo passar na história como um partido que contribuiu para o golpe".

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