terça-feira, 30 de setembro de 2014

Invasor se entrega após 7 horas de sequestro; homem mantinha um funcionário refém

  
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AFP/EVARISTO SA
Um funcionário do hotel foi algemado e colocado em um colete de dinamites
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Atualizada às 19h56
Homem que mantinha refém um funcionário do Hotel ST. Peter, em Brasília, se entrega após passar 7 horas no prédio, nesta segunda-feira, 29,
Ele apareceu Algemado ao funcionário do hotel com as mãos para cima, em seguida retirou o colete que segundo ele tinham explosivos. De acordo com a polícia, no entanto, a arma e os cilindros que estavam amarrados à cintura do refém não continham material explosivo.
A Polícia vai encaminhar o suspeito para a 5ª DP (Área Central). O refém, em estado de choque, será levado para o hospital.
Entenda o caso
Antes de deixar Combinado, no Tocantins, no último fim de semana, o homem que desde o começo da manhã desta segunda-feira, 29,  mantém refém um funcionário de um hotel no centro de Brasília disse a pelo menos uma pessoa próxima que viajaria para a capital federal, onde ficaria famoso.
 
Ex-secretário municipal de Agricultura e candidato a vereador derrotado em 2008, o agricultor Jac Souza dos Santos, de 30 anos, também deixou três cartas, uma delas endereçada à própria mãe.
Para se afastar das responsabilidades no comitê municipal de um candidato ao governo do estado, Santos alegou ao coordenador municipal da campanha, Maurílio Martins de Araújo, que viria a Brasília resolver um problema familiar e que estaria de volta aindanesta segunda-feira.
Ainda não se sabe exatamente quando Santos chegou a Brasília. O que se sabe é que, por volta das 8h30 desta segunda-feira, 29, ele se hospedou no Hotel Saint Peter e começou a executar o que, ao que tudo indica, já tinha em mente quando deixou Combinado.
O agricultor subiu ao 13º andar do hotel, bateu na porta dos apartamentos mandando que as pessoas deixassem o prédio, alegando que se tratava de uma ação terrorista. A essa altura, Santos tinha feito um funcionário refém.
Além de manter o trabalhador parte do tempo sob a mira de um revólver, Santos algemou e amarrou no refém um colete que a Polícia Civil confirma conter material explosivo.
De tempos em tempos, os dois surgem na sacada do quarto e Santos gesticula muito, com a arma na mão.
“Nem imagino o que pode ter acontecido. Esse menino é nascido e criado aqui na cidade e é muito gente boa”, contou Araújo à Agência Brasil.
Ex-vereador de Combinado, ex-presidente da Câmara Municipal entre 2004 e 2008, Araújo conhece Souza desde antes de este assumir a Secretaria Municipal de Agricultura na gestão anterior (2009-2012).
Embora o agricultor continue envolvido com a política local, Araújo afirma que ele nunca disse nada que levasse alguém a desconfiar do que ele tramava.
“Esse menino trabalha comigo e com outras 20 pessoas aqui no comitê. É nascido e criado aqui em Combinado e é muito gente boa.
No último sábado, 27, à noite, ele esteve em minha casa e disse que tinha que ir a Brasília para resolver uma questão com a ex-mulher, com quem tem uma filha, mas disse que voltaria na segunda. Hoje, depois de ligar para ele duas ou três vezes, liguei a TV e vi essa desgraça”, acrescentou Araújo.
“Só agora eu soube que, antes de passar pela minha casa, ele já tinha dito a minha irmã que ia para Brasília, que ia ficar famoso e que iríamos ouvir falar muito dele. E que ele deixou as cartas. Uma para a mãe, outra para mim, detalhando as contas do comitê que têm que ser pagas”, detalhou Araújo.
O delegado da Polícia Civil Paulo Henrique Almeida confirmou a existência das cartas.
A julgar pelo conteúdo da mensagem que o agricultor enviou à própria mãe, Almeida teme a possibilidade de Santos tentar o suicídio.
“É uma carta de despedida, meio desesperada, e na qual ele pede desculpas para todos os familiares por algum ato que venha a cometer”.

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