quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Promoção à saúde bucal do Ceará irá a Moçambique

Está em andamento a quarta turma de formação de técnicos em Saúde Bucal, que substitui o técnico em Higiene Dentária ( Foto: Honório Barbosa )
Iguatu Um projeto de promoção de saúde bucal e de prevenção de cárie e de outras doenças da boca, que nasceu nesta cidade, será demonstrado na África, em Moçambique, no próximo mês de novembro. A ação inovadora é uma iniciativa do odontólogo, José Wilson da Silva, 44, instrutor do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). Com apoio da instituição, o programa chegou às crianças de três a seis anos que estudam em Centros de Educação Infantil (CEI), da rede municipal de ensino.
O projeto de pesquisa recentemente foi aprovado pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e passou a integrar o Grupo de Pesquisa Biotecnologia, Biodireito e Meio Ambiente em Direitos Humanos, cadastrado no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A atividade realizada com as crianças no âmbito da promoção da saúde bucal e na prevenção de doenças prevalentes na boca de crianças foi reconhecida pela UFPB.
Nas creches, o pesquisador e sua equipe promovem atividades lúdicas, roda de conversa, escovação supervisionada e aplicação tópica de flúor. Usam fantasias para prender a atenção das crianças. O projeto, pioneiro, tem o apoio da Secretaria de Educação do Município e é uma atividade ligada ao Senac, que também está oferecendo curso técnico em Saúde Bucal, com aulas teóricas e práticas para formação de profissionais aptos ao trabalho em clínicas.
O professor, pesquisador e odontólogo, José Wilson Silva, mostra-se entusiasmado com o projeto que começou há três anos nesta cidade. "A gente consegue prender a atenção das crianças com atividades lúdicas, teatro, uso de materiais gigantes e a escovação assistida", frisou. "Distribuímos kits e o nosso esforço é para a promoção da saúde bucal". O trabalho não é feito apenas com as crianças das creches. Envolve professores da Educação Infantil, técnicos da Secretaria de Educação do Município e os pais dos alunos. "A família tem de participar, é preciso saber das doenças, da cárie, da importância de dentes sadios e medidas de limpeza e de prevenção", explicou. "Uma criança deve ter escovação assistida até os oito anos".
Nos últimos dez anos, a partir da implantação do Programa Brasil Sorridente, houve avanços, mas a realidade mostra que ainda somos um país de desdentados. Os índices são elevados e revelam que 75% da população acima de 55 anos não têm dentição. "Ainda há muito o que fazer, houve melhora, sem dúvida, e precisamos de prevenção, de cuidar das crianças de hoje para serem adultos com dentição saudável no futuro", observa Wilson Silva. "A cárie é um problema de educação, tem solução simples, pode ser resolvido com limpeza diária".
O professor José Wilson divide o tempo entre a sala de aula no curso Técnico em Saúde Bucal, no Senac, nesta cidade, nas creches, orientando as crianças por meio de atividades lúdicas e no consultório particular, em Fortaleza: "Gosto do que faço. A sala de aula é motivadora".
Com dedicação, orienta as alunas com conhecimentos teóricos e práticos. Está em andamento a quarta turma de formação de técnicos em Saúde Bucal, que substitui o técnico em Higiene Dentária. É o único da região a ofertar a habilitação exigida por lei para o trabalho em consultórios particulares e clínicas de serviço público. A profissão foi regulamentada e integra equipe do Programa de Saúde da Família.
O técnico tem uma área de abrangência maior, fazendo procedimentos sob a supervisão de um dentista: RX, profilaxia (limpeza), moldagem em gesso, inserção de material na cavidade para restauração e o trabalho de educação em saúde bucal em escolas, creches e unidades do Programa Saúde da Família (PSF).
"O mercado é favorável à contratação de técnicos em Saúde Bucal", disse Wilson Silva. As alunas estão motivadas com a aprendizagem no curso. "Não tinha experiência anterior, mas fiquei interessada em fazer o curso e estou gostando muito", disse Lidaiane Brito, 25. "As aulas estão bem melhor do que imaginava".
A aluna Luany Souza, 20, contou que uma colega do Ensino Médio falava sobre o curso. "Fiquei interessada", disse. "Estou gostando muito".

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