sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Temperatura no Sertão do Ceará chega perto dos 40º


O uso de guarda-chuva neste período do ano é bastante comum no
sertão cearense: desta feita, o utensílio é utilizado pelo sertanejo para
se proteger do sol, que castiga durante a maior parte do dia
(FOTO: HONÓRIO BARBOSA)
Sol forte, falta de nuvens, diminuição da velocidade do vento, ausência de chuvas e baixa umidade do ar favorecem o aumento da temperatura e da sensação térmica nessa época do ano. São os chamados meses do BR0-Bro (setembro, outubro, novembro e dezembro). Para quem mora no sertão, o calor torna-se insuportável. Essa é queixa geral do sertanejo.

Quem não trabalha seguindo horário fixo evita sair de casa no período da tarde. Agricultores, trabalhadores autônomos e consumidores dão preferência ao turno da manhã. Esses trabalhadores já mudaram os horários de trabalho. Até os carteiros só entregam correspondências e encomendas no turno matinal. À tarde, fazem trabalho interno.

As vendas no varejo no turno vespertino caem pela metade, segundo análise da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Iguatu e do Sindicato dos Lojistas (Sindilojas). "Pela manhã, o movimento já está pouco e à tarde praticamente os consumidores permanecem em casa, poucos saem para as compras", pontuou, Francisco José Mota Luciano, presidente da CDL local.

As elevadas temperaturas deixam os moradores enfadados e a reclamação ocorre no trabalho, em casa e, principalmente, na rua. "O calor voltou com tudo", disse a costureira, Ângela Ribeiro. "Os dias estão cada vez mais quentes e ninguém suporta sair ao sol depois das 11 horas".

A Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) registrou nos últimos sete dias em estações do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) no Ceará elevadas temperaturas do ar em Sobral (38,9º Celsius), Crateús (37,4º), Tauá e Iguatu (36,9º), Jaguaribe (36,5º) e Quixadá (35,4º).

Segundo os meteorologistas, depois de meses de clima ameno, junho, julho e agosto, a elevação em setembro traz essa impressão. "As variações dependem de dias nublados, umidade e presença de vento", diz o meteorologista da Funceme, Raul Fritz. "A semiaridez lembra o clima de deserto com amplitude térmica entre o dia e a noite".

Segundo o meteorologista, "a baixa umidade do ar, poucos ventos e a incidência dos raios solares mais próxima à Linha do Equador dão a sensação térmica de temperatura mais elevada".

Raul Fritz explicou que quanto mais distante a cidade da faixa litorânea, a sensação térmica tende a ser mais desagradável e o calor bastante intenso. "Esse quadro deve permanecer nos meses seguintes e aumentar em dezembro e janeiro".    Diário do Nordeste

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