terça-feira, 11 de agosto de 2015

Cunha vai romper convênio com AGU

Eduardo Cunha diz que órgão é comandado pelo governo e denuncia que a ação foi protocolada na sexta com o objetivo de constrangê-lo ( FOTO: AGÊNCIA CÂMARA )
Brasília. O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse que pretende romper o convênio que a Casa tem com a Advocacia Geral da União (AGU) para sua defesa institucional nos tribunais.
Isso ocorreu depois que Cunha e o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, desentenderam-se publicamente sobre o recurso apresentado pela Câmara pedindo ao Supremo Tribunal Federal (STF) a anulação de provas que incriminam o parlamentar na Operação Lava-Jato. Cunha chegou a acusar Adams de estar mentindo para prejudicá-lo.
Adams disse que Cunha cobrou pessoalmente, por telefone, na última sexta-feira, que o órgão entrasse logo no STF com o recurso em nome da Câmara. Cunha, por sua vez, negou ontem novamente que tenha feito o pedido, como já havia dito na véspera. De ambas as partes, o assunto foi tema para notas oficiais, declarações à imprensa e mensagens no Twitter.
"A AGU comandada pelo governo perdeu a credibilidade para fazer a advocacia institucional para os poderes, como é de praxe. Vou romper o convênio e retirar a AGU da defesa da Câmara", disse. "Realmente pedimos a reação quando aconteceu o episódio no início de maio. Mas ele levou três meses para fazer isso? Fez na sexta, para me constranger", disse Cunha.
Para ele, o pedido deveria ter ocorrido em maio, quando, com a autorização do ministro do STF Teori Zavascki, relator da Lava-Jato, procuradores foram até o sistema de informática da Casa e fizeram cópia do material, mas não chegaram a apreender nem levar nada do local.
Adams, afirmou, ontem, ter sido cobrado por três vezes pelo presidente da Câmara para que a ação fosse encaminhada ao Tribunal. Segundo ele, além de ofícios encaminhados à AGU nos dias 5 e 30 de junho, o peemedebista cobrou a ação por telefone na última sexta-feira.
"Essa história de que ele disse que não sabia não é verdade. Eu tenho tudo registrado aqui. Tenho dois ofícios da Câmara e ele me cobrou depois por telefone".
Se o convênio for rompido, a Câmara deverá contratar escritórios de advocacia para atuar em ações trabalhistas em estados.

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