quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Policiais reivindicam anistia, ajuste salarial e outros 16 pontos para encerrar motim de militares no Ceará

Policiais continuam paralisados e amotinados em batalhões no Ceará. (Foto: Camila Lima)
Os policiais militares paralisados no Ceará apresentaram nesta quinta-feira (27) 18 pontos de reivindicação para encerrar o motim da categoria. O primeiro deles é a anistia dos policiais que aderiram ao movimento grevista. O governador do Ceará, Camilo Santana, havia dito na sexta-feira que não negociaria anistia dos militares amotinados.

Os policiais demandam também reajuste salarial, auxílio por risco de vida, auxílio de insalubridade, adicional noturno e outros pontos. Confira a lista abaixo.

As condições para encerrar o motim foram apresentadas na segunda reunião da comissão formada por representantes dos poderes legislativo, judiciário e executivo, além de representantes do Ministério Público, Exército e Polícia Militar.

O G1 apurou que o Governo do Ceará fará uma contraproposta, com as demandas que o executivo está disposta a cumprir. As pautas do governador Camilo Santana serão apresentadas aos policiais, que decidiram se aceitam ou não a oferta do estado.


Reivindicação dos policiais 
1 Anistia Administrativa e Criminal dos policiais; 2 Reajuste salarial com aplicação da inflação dos anos 2021 e 2022; 3 Equiparação do auxílio alimentação dos militares aos valores dos demais servidores do estado; 4 Regulamentação das escalas de serviço: 12x24 (12 horas de trabalho para 24 horas de folga) e 12x72; 5 Reajuste do pró-labore do BSP, valores equivalentes a 30% dos valores salarias percebidos da respectiva graduação e/ou postos da ativa; 6 Auxílio saúde ou recriação do Hospital da Polícia Militar; 7 Fim da idade limite para concorrer ao CFO por militares estaduais; 8 Reajuste das diárias de pousada e alimentação; 9 Plano habitacional destinado a militares; 10 Isenção de ICMS para aquisição de armas e munições pelos militares estaduais; 11 Auxílio uniforme; 12 Auxílio de risco de vida; 13 Auxílio insalubridade; 14 Adicional noturno; 15 Revisão de pontos da Lei de Promoções; 16 Isenção de condutores de viaturas policiais e por danos causados em acidentes; 17 Equiparar as viúvas e pensionistas com benefícios dos anos de 2004 a 2011; 18 Exclusão da proibição da consignação das associações de policiais militares. 

Os policiais militares escolheram como intermediador um coronel reformado do Exército, que é advogado de associações militares. 

“Quando os ânimos se acalmarem, aí nós falaremos como é que pode ser negociada a situação dos policiais, como pode ser negociado esse dilema em que se entrou”, disse o coronel Walmir Medeiros. 

Desde o início do movimento, o estado registrou 195 homicídios. O número representa um aumento de 57% em relação aos casos registrados durante a última paralisação de PMs no Ceará, em 2012. O movimento daquele ano durou sete dias (de 29 de dezembro de 2011 e 4 de janeiro de 2012). 

Subiu para 47 o número de policiais militares presos desde o início do motim. Desse total, 43 agentes foram presos por deserção, que é o abandono do serviço militar; 3 presos por participar em motim; e 1 PM preso por queimar um carro particular.                        G1 CE

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