terça-feira, 30 de maio de 2017

Sob conflitos, PSB busca reestruturação no Ceará

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Odorico Monteiro filiou-se ao PSB em 23 de maio. Nas redes sociais, ele fala do início de "um novo ciclo de militância partidária" na legenda ( Foto: Bruno Gomes )
O deputado federal Odorico Monteiro, ex-PROS, prepara a reestruturação do Partido Socialista Brasileiro (PSB) no Ceará. Novo presidente estadual da sigla, ele afirmou ao Diário do Nordeste que a transição é dirigida pelo presidente nacional, Carlos Siqueira. "Quando as coisas forem se organizando, vamos conversar com os membros", diz. "Entrei no partido semana passada e estamos constituindo a nova estrutura, porque toda a direção estadual foi afastada e quem está conduzindo o processo é a presidência nacional", cita.
Destituído da presidência estadual do partido após votar na Câmara a favor da Reforma Trabalhista, no dia 27 de abril, o deputado federal Danilo Forte, porém, promete não abrir mão do posto da maneira como decidiu a executiva nacional da legenda. Ele diz ter ficado "chateado" com o que ocorreu.
O deputado lembra que, em 2015, quando foi formalizado o convite da direção nacional do PSB a ele, buscou conversar com as pessoas que conduziam o partido no Ceará - a família Novais e Roberto Pessoa - para uma "transição de diálogo". "O PSB era um partido que não existia, estava dentro de um saco, numa sala alugada perto da Praça da Estação. Demos cara a ele, participamos das eleições e, mesmo com menos de um mês que tive para organizar o partido para a eleição de 2016, conseguimos participar em vários municípios e fizemos dois prefeitos, quatro vice-prefeitos, 68 vereadores no Estado e, agora, tínhamos perspectiva muito boa, porque discutíamos a organização da eleição de 2018", ressalta.
"Fiquei surpreendido com a violência com que o processo foi tomado", analisa Forte, apontando que, internamente, ainda discute com correligionários o que pode ser feito para reverter a situação. "Achamos que o debate interno precisa ser aprofundado, porque esse posicionamento está muito fechado". Segundo ele, o partido tinha linha clara na perspectiva do impeachment, assim como quanto à necessidade das reformas. A deliberação "repentina" da executiva nacional, diz Forte, deixou a bancada do PSB dividida ao meio.
Danilo ainda acusa a executiva nacional do partido de promover punições seletivas. "Só foram punidos quatro, os presidentes de comissão provisória. Tudo isso criou um ambiente muito ruim internamente. A partir daí, apareceram histórias de deputados que se mobilizavam para assumir o partido de uma forma, inclusive, sorrateira".
Futuro
Quanto à possibilidade de deixar o partido, ele afirma que não tem pretensão para o momento. "Espero que consigamos reverter essa situação baseada na sinceridade e na honestidade da conduta. Senão, teremos de ver, no devido momento, uma situação de solução para o problema. O que eu posso me comprometer é ainda lutar para reverter essa situação", salienta.
Odorico Monteiro, por sua vez, diz ter relação "muito boa" com o colega de bancada. "Temos uma boa relação, militamos juntos em algumas áreas, mas é natural o conflito. Agora, ele precisa ser resolvido entre a concepção do partido que tirou um novo alinhamento e o deputado. Não há conflitos conosco".

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