domingo, 28 de abril de 2019

Nordeste é um dos "territórios esquecidos" da América Latina e Caribe, diz agência da ONU


Segundo o estudo da FAO, o País concentra 229 municípios
das 1.975 cidades que foram classificados nos indicadores
analíticos mais atrasados. (Foto: Agência Brasil)
O Nordeste brasileiro é um dos “territórios esquecidos” da América Latina e do Caribe, em que existe a persistência da fome e da pobreza dentro de países da região. De acordo com dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) divulgados nesta semana, a região brasileira ainda sofre com esses problemas, apesar dos avanços econômicos e sociais no País nos últimos anos.

“Estamos falando de municípios em países como Colômbia, Peru, República Dominicana e Brasil, que fizeram progressos significativos no seu desenvolvimento, mas que ainda possuem crianças com fome, que crescem com suas vidas mutiladas por desnutrição crônica”, disse o representante regional da FAO, Julio Berdegué.

“Mesmo em países exitosos, há territórios que estão ficando para trás: o Brasil experimentou um avanço gigantesco, mas aí está o Nordeste. No Chile, a Araucanía. São territórios invisíveis, aos quais estamos levando soluções erradas”, enfatizou.

Dados
A pesquisa, feita em parceria com a Comissão Econômica da ONU para América Latina e Caribe (Cepal), mostrou que o Brasil tem 229 municípios onde mais de 40 milhões de pessoas vivem em condições de extrema pobreza e insegurança alimentar. No levantamento, aparecem 1.975 cidades de 14 países. 

Ainda conforme o relatório da agência da ONU, metade dessas pessoas (20,9 milhões) mora no campo. A outra metade está nas capitais e cidades pequenas. Quase um em cada cinco habitantes é indígena ou afrodescendente. O levantamento também mostra que 20% dessas famílias são comandadas por mulheres.

Segundo a FAO, uma das explicações para que uma determinada região ou lugar sofra uma situação de desigualdade territorial são os problemas vinculados ao déficit de estado, cidadania e mercado. “Impede construir os capilares necessários entre eles para fechar as lacunas territoriais e populacionais”, argumentou.

Confira o gráfico
Indicadores analíticos dos municípios mais atrasados 


O Povo

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