sexta-feira, 23 de junho de 2017

Gleisi prega união de centro-esquerda no País

A senadora Gleisi Hoffmann veio a Fortaleza para as posses de Acrísio Sena para a Presidência do PT Fortaleza e de Francisco de Assis Diniz para o cargo de presidente estadual. Ato foi marcado por pronunciamentos de correligionários ( Foto: Kid Júnior )
00:00 · 23.06.2017
Na primeira visita ao Ceará após ser eleita presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) no início deste mês, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) disse ontem, em Fortaleza, que a sigla tem, no atual cenário político, "responsabilidade" de construir uma frente de centro-esquerda no País até as eleições de 2018. Reafirmando a pré-candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, aliás, ela pregou diálogo com o ex-governador cearense Ciro Gomes, pré-candidato à Presidência da República pelo PDT, em busca de "unidade programática" para o País.
Na capital cearense, Gleisi participou, na noite de ontem, de ato político que marcou a posse do diretório estadual do PT, além dos diretórios municipais de Fortaleza e da Região Metropolitana. Antes, a presidente da sigla participou de plenária organizada pelas mulheres petistas e, no Palácio da Abolição, reuniu-se no fim da tarde com o governador Camilo Santana, deputados estaduais do PT e secretários de governo, além dos dirigentes Francisco de Assis Diniz, empossado ontem presidente estadual do partido, e Acrísio Sena, que comanda o PT em Fortaleza pelo próximo ano, para depois dar lugar a Deodato Ramalho.
Após eleições marcadas por divisões internas na disputa pela presidência do diretório municipal do partido na Capital, o tom de diversos pronunciamentos durante o ato de posse, ontem, era de unidade. O evento, inclusive, conseguiu reunir na sede do partido, no bairro Benfica, o governador e a deputada federal Luizianne Lins, além do líder do PT na Câmara dos Deputados, Carlos Zarattini (PT-SP), do líder da minoria naquela Casa, o cearense José Guimarães, e do senador José Pimentel. Na tarde de hoje, Camilo e Guimarães terão, em São Paulo, reunião com o ex-presidente Lula, conforme informou o parlamentar.
Eleições
De acordo com De Assis Diniz, o encontro de Gleisi com Camilo, porém, teve apenas caráter de "visita de cortesia", sem discussão de pautas específicas. Ao Diário do Nordeste, a senadora disse que a conversa versou sobre "desafios do Estado e da Política". "(Falamos) da responsabilidade que nós, do PT, temos de construir uma frente de centro-esquerda no País para oferecer ao povo brasileiro uma proposta para recuperar a economia, o desenvolvimento social, melhorar as condições de vida do povo, reconstruir o Brasil, e a importância que ele, como governador, tem nesse processo".
Ao tratar de eleições, a presidente nacional do PT defendeu que o partido deve "conversar com outros setores" para a formação de uma frente de centro-esquerda até o pleito. "Com o próprio Ciro Gomes, que é do PDT, com o PSB, com outros partidos de esquerda, para que a gente possa ter uma unidade programática para o Brasil", justificou. Questionada sobre como uma união seria viável na existência de duas candidaturas, já que Ciro Gomes é pré-candidato pelo PDT, Gleisi Hoffmann opinou que esta é uma questão "que pode se discutir mais à frente".
"Todos nós somos um campo de esquerda, centro-esquerda, somos nacionalistas, queremos o desenvolvimento do País. Vejo que está na hora de a gente sentar e construir essa unidade programática", pregou a dirigente. "Nós, do PT, temos o Lula como candidato, (ele) tem a preferência nacional, mas isso não nos impede de conversar com outras forças, com outros partidos, até porque a gente quer fazer uma caminhada unitária da esquerda e da centro-esquerda em favor do Brasil", acrescentou.
Em âmbito estadual, por sua vez, De Assis reafirmou que "inexiste a possibilidade" de Camilo deixar o PT e sinalizou que, embora o governador seja aliado da cúpula do PDT no Estado, o chefe do Executivo deve compor palanque de Lula no Ceará. "Quem deve estar preocupado se vai estar no palanque do Lula ou não é o Camilo. Sabe por quê? Primeiro, porque o PT tem, em Fortaleza, 15% do eleitorado de simpatia; no Estado do Ceará, 26%. O Lula é o principal cabo eleitoral do Ceará, com 64% de apoio. Como ele não vai querer ter esse apoio? É mais do que natural que ele diga: 'eu quero estar no palanque do Lula'", apontou.
'Ao lado do povo'
Já Gleisi frisou que, até 2018, a estratégia de fortalecimento do partido em meio à crise política nacional é "estar ao lado do povo". "Contra essas reformas que retiram direitos, pelo resgate daqueles programas que tivemos nos governos do PT e, principalmente, por uma política de desenvolvimento social e econômico includente, e não excludente, como eles estão fazendo".

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